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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SUSTENTABILIDADE (PSU)

MESTRADO ACADÊMICO ASSOCIADO

Universidade Estadual de Maringá

Instituto Federal do Paraná

EDUCAÇÃO EM SEXUALIDADE: PANORAMA, DOCUMENTOS OFICIAIS E

IMPACTO NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

JOÃO CARLOS DUTRA SANTANA

UMUARAMA/PR

2024

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JOÃO CARLOS DUTRA SANTANA

EDUCAÇÃO EM SEXUALIDADE: PANORAMAS E DOCUMENTOS OFICIAIS

Dissertação de mestrado apresentada ao

Programa de Pós-Graduação em

Sustentabilidade (PSU-UEM/IFPR) como

parte integrante dos requisitos para a

obtenção do título de Mestre em

Sustentabilidade.

Orientador: Dr. Samuel Ronobo Soares

Coorientadora: Dra. Silvia Eliane de Oliveira Basso

UMUARAMA/PR

2024

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(Biblioteca do Instituto Federal do Paraná – Campus Umuarama)

Santana, João Carlos Dutra

S232

e

Educação em sexualidade: panorama, documentos oficiais e

impacto na educação brasileira/ João Carlos Dutra Santana. –

Umuarama, 2024.

32f.

Orientador: Prof. Dr. Samuel Ronobo Soares

Coorientada: Por. Dra. Silvia Eliane de Oliveira Basso

Dissertação (mestrado) – Mestrado acadêmico associado:

Universidade Estadual de Maringá, Instituto Federal do Paraná.

– Programa de pós-graduação em sustentabilidade (PSU) 2022.

1. Sexualidade. 2. PCNs. 3. BNCC. 4. Políticas

Educacionais. I. Ronobo, Samuel. II. Basso, Eliane de Oliveira.

III. Universidade Estadual de Maringá. IV. Instituto Federal do

Paraná. V. Título.

CDD 23. ed. 372.372

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha mãe, por me

ouvir, incentivar, apoiar, com toda atenção

necessária para que pudesse chegar até

aqui.

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AGRADECIMENTOS

Na caminhada da vida, muitos são os desafios, no final de mais um gostaria de

agradecer as pessoas que estiveram caminhando comigo durante esse imenso

desafio chamado MESTRADO.

Agradeço primeiramente a Deus pela oportunidade, discernimento e por estar

comigo durante todo o processo.

Agradeço ao Professor Dr. Samuel Ronobo Soares, por ter aceitado a missão

de ser meu orientador neste processo formativo, a Professora Dra. Eliane Silva Basso,

pela coorientação. Minha eterna gratidão por esse período.

Agradeço a meu amigo Ms. Adeilson Moizés de Oliveira, que conheci durante

a trajetória acadêmica e fez parte junto comigo nesta caminhada, gratidão meu amigo

por me ouvir murmurar muitas vezes e por todo apoio necessário.

Agradeço a minha mãe, por todo incentivado neste processo, obrigado por não

ter me deixado desistir. Aos meus avós, irmãos obrigado por todo apoio incondicional.

Agradeço a meus amigos/irmãos que estiveram comigo durante esse processo,

vibrando em cada passo.

Agradeço ainda aos profissionais de Saúde que me acompanharam durante

esse processo, que não foi fácil, junto com ele um diagnóstico de Transtorno de Déficit

de Atenção e Hiperatividade, um trancamento de matrícula, medo, angústias, enfim

minha gratidão Dr. Larissa Carrião, Dr. Marco Antônio e minha psicóloga Flávia

Carnizal, por terem me acompanhado durante este processo.

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“A sexualidade não é uma questão de

moral, mas de saúde e direitos humanos.”

(Betty Dodson)

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João Carlos Dutra Santana

EDUCAÇÃO EM SEXUALIDADE: PANORAMA, DOCUMENTOS OFICIAIS E

IMPACTO NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

RESUMO: A Educação em Sexualidade (ES) no Brasil é uma temática complexa que

enfrenta desafios diversos frente ao conservadorismo presente no âmbito

educacional. Contudo, sabe-se que tal conteúdo vai além de fatores meramente

biológicos, abrangendo diferentes eixos de relevância biopsicossocial, cultural e ética,

fazendo-se assim necessária para a promoção de uma educação de qualidade. Por

se tratar de uma questão de educação, a ES segue documentos orientativos de base

curricular com diretrizes, leis e programas que estabelecem competências e

habilidades específicas para garantir o êxito desta dimensão educacional. Assim,

tendo em vista o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS 4) da Organização

das Nações Unidas (ONU), o presente estudo, enquanto parte do Programa de Pós- Graduação em Sustentabilidade (PSU), objetiva analisar de que forma os documentos

orientativos conduzem a Educação em Sexualidade no Brasil para alcançar

parâmetros de qualidade, enfatizando os eixos de transversalidade, inclusão e

diversidade. Para tal, utilizou-se de uma abordagem qualitativa, aplicando como

metodologia a revisão bibliográfica e análise de textos orientativos. A partir disso,

pôde-se observar como resultados que os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs)

promoveram uma abordagem transversal, integrando aspectos biopsicossociais nas

disciplinas escolares, enquanto a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) define

competências específicas para abordar diversidade de gênero, direitos sexuais e

prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Portanto, verifica-se que

os PCNs, aliados à BNCC, apresentam algumas diretrizes sobre o tema, deixando-o,

porém, de forma transversal, o que pode impossibilitar o trabalho efetivo que a

Educação em Sexualidade requer.

Palavras-chave: Sexualidade, PCNs, BNCC, Políticas Educacionais.

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João Carlos Dutra Santana

SEXUALITY EDUCATION: OVERVIEW, LEGISLATION, AND IMPACT ON

BRAZILIAN EDUCATION

ABSTRACT: Sexuality Education (SE) in Brazil is a subject whose deepening, amid

its complexity, still faces several challenges in view of the conservatism present in the

educational field. However, it is known that such content goes beyond merely biological

factors, encompassing different axes of psychosocial, cultural and ethical relevance,

thus becoming necessary for the promotion of quality education. Since it is an

educational issue, SE follows curricular-based guidance documents with guidelines,

laws and programs that establish specific competencies and skills to ensure the

success of this educational dimension. Thus, in view of the United Nations (UN)

Sustainable Development Goal (SDG 4), this study aims to analyze how the guidance

documents guide Sexuality Education in Brazil to achieve quality parameters,

emphasizing the axes of transversality, inclusion and diversity. To this end, a

qualitative approach was used, applying as methodology the bibliographic review and

analysis of guidance texts. From this, it was possible to observe as results that the

National Curricular Parameters (PCNs) promoted a transversal approach, integrating

biopsychosocial aspects in school subjects, while the National Common Curricular

Base (BNCC) defines specific competencies to address gender diversity, sexual rights

and prevention of sexually transmitted infections. Therefore, it is noted that the PCNs,

combined with the BNCC, are fundamental for an inclusive and informed education;

however, their implementation requires a review of the curricula proposed by the

BNCC to enable the facing of challenges such as cultural resistance, lack of

methodological clarity and scarcity of inclusive materials.

Keywords: Sexuality Education, PCNs, BNCC, Educational Policies.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................13

2 REFERENCIAL TEÓRICO.....................................................................................14

2.1 Educação em Sexualidade: trilhando um conceito.....................................15

3 METODOLOGIA ....................................................................................................18

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES...........................................................................19

4.1 Panorama dos documentos orientativos sobre Educação em Sexualidade

(PCNS, BNCC) ......................................................................................................20

5 CONCLUSÃO ........................................................................................................29

REFERÊNCIAS.........................................................................................................30

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EDUCAÇÃO EM SEXUALIDADE: PANORAMA, DOCUMENTOS OFICIAIS E

IMPACTO NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

RESUMO

A Educação em Sexualidade (ES), no Brasil, é uma temática cujo aprofundamento,

em meio a sua complexidade, ainda enfrenta desafios diversos frente ao

conservadorismo presente no âmbito educacional. Contudo, sabe-se que tal conteúdo

vai além de fatores meramente biológicos, abrangendo diferentes eixos de relevância

biopsicossocial, cultural e ética, fazendo-se assim necessária para a promoção de

uma educação de qualidade. Por se tratar de uma questão de educação, a ES segue

documentos orientativos de base curricular com diretrizes, leis e programas que

estabelecem competências e habilidades específicas para garantir o êxito desta

dimensão educacional. Assim, tendo em vista o Objetivo de Desenvolvimento

Sustentável (ODS 4) da Organização das Nações Unidas (ONU), o presente estudo,

enquanto parte do Programa de Pós-Graduação em Sustentabilidade (PSU), objetiva

analisar de que forma os documentos orientativos conduzem a Educação em

Sexualidade no Brasil para alcançar parâmetros de qualidade, enfatizando os eixos

de transversalidade, inclusão e diversidade. Para tal, utilizou-se de uma abordagem

qualitativa, aplicando como metodologia a revisão bibliográfica e análise de textos

orientativos. A partir disso, pôde-se observar como resultados que os Parâmetros

Curriculares Nacionais (PCNs) promoveram uma abordagem transversal, integrando

aspectos biopsicossociais nas disciplinas escolares, enquanto a Base Nacional

Comum Curricular (BNCC) define competências específicas para abordar diversidade

de gênero, direitos sexuais e prevenção de infecções sexualmente transmissíveis

(ISTs). Portanto, nota-se que os PCNs, aliados à BNCC, são fundamentais para uma

educação inclusiva e informada, no entanto, sua efetivação requer revisão dos

currículos propostos pela BNCC para possibilitar o enfrentamento de desafios como

resistência cultural, falta de clareza metodológica e escassez de materiais inclusivos.

Palavras-chave: Educação, Sexualidade, PCNs, BNCC, Políticas Educacionais.

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ABSTRACT

Sexuality Education (SE) in Brazil is a subject whose deepening, amid its complexity,

still faces several challenges in view of the conservatism present in the educational

field. However, it is known that such content goes beyond merely biological factors,

encompassing different axes of psychosocial, cultural and ethical relevance, thus

becoming necessary for the promotion of quality education. Since it is an educational

issue, SE follows curricular-based guidance documents with guidelines, laws and

programs that establish specific competencies and skills to ensure the success of this

educational dimension. Thus, in view of the United Nations (UN) Sustainable

Development Goal (SDG 4), this study aims to analyze how the guidance documents

guide Sexuality Education in Brazil to achieve quality parameters, emphasizing the

axes of transversality, inclusion and diversity. To this end, a qualitative approach was

used, applying as methodology the bibliographic review and analysis of guidance texts.

From this, it was possible to observe as results that the National Curricular Parameters

(PCNs) promoted a transversal approach, integrating biopsychosocial aspects in

school subjects, while the National Common Curricular Base (BNCC) defines specific

competencies to address gender diversity, sexual rights and prevention of sexually

transmitted infections. Therefore, it is noted that the PCNs, combined with the BNCC,

are fundamental for an inclusive and informed education; however, their

implementation requires a review of the curricula proposed by the BNCC to enable the

facing of challenges such as cultural resistance, lack of methodological clarity and

scarcity of inclusive materials.

Keywords: Education. Sexuality. PCNs. BNCC. Educational Policies.

RESUMENLa Educación para la Sexualidad (ES) en Brasil es un tema cuya

profundización, en medio de su complejidad, aún enfrenta diversos desafíos frente al

conservadurismo presente en el ámbito educativo. Sin embargo, se sabe que dichos

contenidos van más allá de factores meramente biológicos, abarcando diferentes ejes

de relevancia psicosocial, cultural y ética, por lo que es necesario promover una

educación de calidad. Al tratarse de una cuestión educativa, la educación superior

sigue documentos orientativos basados en el currículo con directrices, leyes y

programas que establecen competencias y habilidades específicas para garantizar el

éxito de esta dimensión educativa. Así, teniendo en cuenta el Objetivo de Desarrollo

Sostenible (ODS 4) de las Naciones Unidas (ONU), el presente estudio tiene como

objetivo analizar cómo los documentos rectores orientan la Educación en Sexualidad

en Brasil para alcanzar parámetros de calidad, enfatizando los ejes de transversalidad,

inclusión y diversidad. . Para ello se utilizó un enfoque cualitativo, aplicando como

metodología la revisión bibliográfica y el análisis de textos orientativos. De esto, se

pudo observar como resultados que los Parámetros Curriculares Nacionales (PCN)

promovieron un enfoque transversal, integrando aspectos biopsicosociales en las

materias escolares, mientras que la Base Curricular Común Nacional (BNCC) define

competencias específicas para abordar la diversidad de género, los derechos

sexuales y Prevención de infecciones de transmisión sexual. Por lo tanto, se señala

que los PCN, aliados del BNCC, son fundamentales para una educación inclusiva e

informada, sin embargo, su implementación requiere una revisión de los currículos

propuestos por el BNCC para posibilitar desafíos como resistencias culturales, falta

de claridad metodológica y escasez que afrontar.

Palabras-clave: Educación, Sexualidad, PCNs, BNCC, Políticas Educativas.

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1 INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas, a sociedade passou por uma transformação significativa

na forma de compreender e abordar a sexualidade. De uma visão biológica ao ato

reprodutivo, evoluímos para uma perspectiva mais abrangente, que inclui expressões

de gênero, orientação sexual, relações interpessoais e respeito à diversidade. Esse

avanço reflete tanto mudanças culturais quanto esforços legislativos e educacionais.

De acordo com Santos, Melo e Andrade (2023), no Brasil, documentos como os

Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e a Base Nacional Comum Curricular

(BNCC) constituem marcos fundamentais na definição dos conteúdos a serem

ensinados nas escolas, incluindo diretrizes sobre a Educação em Sexualidade (ES)

(Brasil, 1998; 2017).

Nesse sentido, o presente estudo tem como escopo a busca por compreender

como esses documentos orientam o ensino sobre sexualidade, enfatizando

transversalidade, inclusão e diversidade. Ademais, este trabalho faz parte do

Programa de Pós-Graduação em Sustentabilidade (PSU) e insere-se na linha de

pesquisa de Manejo Sustentável de Recursos Naturais, que tem como foco pesquisas

científicas interdisciplinares na área de ciências biológicas e humanas, possibilitando

discussões sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Os ODS

fazem parte da agenda 2030 proposta pela Organização das Nações Unidas (ONU),

que foi construída no ano de 2015, com o intuito de dar prosseguimento aos Objetivos

do Milênio (ODM).

A referida agenda possui 17 objetivos e 169 metas, abrangendo diversas áreas

de maneira independente, desde a educação de qualidade, erradicação da fome e

preservação ambiental. Dentre esses objetivos, destacamos o Objetivo 4, que aborda

sobre a Educação de Qualidade. Em seu objetivo 4.7 propõe que:

Até 2030, garantir que todos os alunos adquiram conhecimentos e

habilidades necessárias para promover o desenvolvimento sustentável,

inclusive, entre outros, por meio da educação para o desenvolvimento

sustentável e estilos de vida sustentáveis, direitos humanos, igualdade de

gênero, promoção de uma cultura de paz e não violência, cidadania global e

valorização da diversidade cultural e da contribuição da cultura para o

desenvolvimento sustentável (Organização das Nações Unidas, 2022).

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Sendo assim, atendendo ao ODS 4, que corresponde à Educação de

Qualidade, torna-se possível desenvolver pesquisas em Educação em Sexualidade,

com a realização de levantamentos de dados para produção de diagnósticos e

prognósticos voltados à construção de políticas públicas que contribuam para práticas

escolares e sociais reflexivas.

Nesse contexto, a Educação em Sexualidade pode ser vista como um

instrumento estratégico para a promoção da equidade, da inclusão e do

desenvolvimento integral dos jovens brasileiros. Contudo, a implementação integral

dessa educação enfrenta desafios complexos, como resistências culturais, tabus

profundamente enraizados e divergências ideológicas. Essas barreiras dificultam a

efetivação de práticas inclusivas e abrangentes, evidenciando a necessidade de uma

abordagem mais estruturada e alinhada às demandas contemporâneas (Alves, 2019;

Soares, 2023).

Além disso, é importante ressaltar que a Educação em Sexualidade, além de

oferecer informações sobre saúde reprodutiva e prevenção de infecções, contribui

para o desenvolvimento de habilidades sociais e emocionais essenciais para

relacionamentos saudáveis e respeitosos (Cano; Brancaleoni, 2021). A partir dessa

abordagem, é possível capacitar adolescentes e jovens para exercerem sua

autonomia, compreenderem o consentimento e os cumprimentos das diferenças,

promovendo ambientes mais inclusivos e seguros.

No entanto, a eficácia dessa educação depende diretamente de como ela é

planejada e orientada, com base em princípios como respeito, diálogo aberto e

fundamentação científica (Unesco, 2018). Assim, este trabalho busca compreender

como os documentos oficiais, especificamente os PCNs e a BNCC, conceituam e

abordam o tema da Educação em Sexualidade.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

A educação em sexualidade é indispensável para o desenvolvimento pleno dos

indivíduos, abrangendo aspectos biológicos, psicológicos, sociais e culturais da

sexualidade humana (Vicente, 2021). Esse campo interdisciplinar tem como objetivo

não apenas fornecer dados precisos sobre anatomia, fisiologia e saúde sexual, mas

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também promover uma compreensão das emoções, identidades, relacionamentos e

contextos culturais que influenciam a expressão da sexualidade.

Desse modo, no desenvolvimento referencial teórico deste trabalho,

apresentamos, inicialmente, o conceito de Educação em Sexualidade. Em seguida,

discutimos dois modelos de abordagem evidenciados por Veira e Matsukura (2017),

a fim de ser um norteador para as análises dos documentos oficiais da educação que

nos propomos a explorar.

2.1 Educação em Sexualidade: trilhando um conceito

Ao longo das últimas décadas, a Educação em Sexualidade passou por uma

transformação significativa. Anteriormente, esta era focada em aspectos biológicos,

como a reprodução e a prevenção de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs),

e apenas posteriormente passou a incorporar questões sobre identidade de gênero,

orientação sexual, consentimento, relacionamentos interpessoais, diversidade e

respeito mútuo (Vansuita et al., 2019).

Segundo Relvas (2020), a Educação em Sexualidade configura-se como uma

área de estudo e prática fundamental no desenvolvimento humano. Longe de ser

apenas um conjunto de informações sobre anatomia e fisiologia, ela abrange um

espectro amplo de conhecimentos, valores e habilidades que capacitam os indivíduos

a compreender e lidar de maneira saudável e responsável com sua sexualidade.

Por esta razão, Relvas (2020) aborda a Educação em Sexualidade como um

processo de ensino e aprendizagem que objetiva fornecer dados, desenvolver

habilidades e fomentar ações que permitem aos sujeitos tomar decisões coerentes a

respeito de sua vida sexual. Esse tipo de ensino é tido como interdisciplinar,

integrando conhecimentos provenientes de áreas como biologia, psicologia,

sociologia, ética e direito. Essa interdisciplinaridade pode ser entendida conforme

Gattás e Furegato:

O objetivo da interdisciplinaridade é o de promover a superação da visão

parcelar de mundo e facilitar a compreensão da complexidade da realidade

e, desse modo, resgatar a centralidade do homem, compreendendo-o como

ser determinante e determinado. No contexto do ensino, o conceito de

interdisciplinaridade é um processo que envolve a integração e o

engajamento de educadores, num trabalho conjunto, de interação das

disciplinas do currículo escolar entre si e com a realidade. Superando a

fragmentação, o ensino objetiva a formação integral dos alunos, para exercer

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criticamente sua profissão, sendo capazes de enfrentar os problemas

complexos e globais da realidade atual (Gattás; Furegato, 2006, p. 325).

Desse modo, observa-se que, a partir de um processo interdisciplinar, a

Educação em Sexualidade permite um olhar mais abrangente sobre problemáticas

envoltas no âmbito da sexualidade, promovendo um autoconhecimento amplificado

por meio de diferentes áreas do conhecimento. Ademais, ao investigar a Educação

em Sexualidade, entende-se que ela é um processo dinâmico de ensino e

aprendizagem, que evolui ao longo do tempo, acompanhando mudanças sociais,

culturais e educacionais.

Historicamente, as práticas educativas na ES foram moldadas por diferentes

perspectivas, refletindo os valores predominantes de cada período. Inicialmente, a

abordagem era restrita ao aspecto biológico, enfatizando a reprodução e a prevenção

de doenças. Com o passar do tempo, surgiram práticas mais abrangentes foram

sendo pesquisadas, incluindo elementos psicológicos, sociais e culturais, alinhando- se a uma visão mais holística da sexualidade humana.

Nesse contexto de evolução das práticas, Veira e Matsukura (2017) destacam

dois modelos principais de abordagem: o Biológico-centrado e o Biopsicossocial. A

abordagem Biológico-centrada fundamenta-se nos aspectos físicos e reprodutivos,

privilegiando a anatomia, a fisiologia e os mecanismos de prevenção de doenças. Por

outro lado, o modelo Biopsicossocial amplia esse escopo, integrando fatores

emocionais, psicológicos e sociais à educação sexual. Essa perspectiva promove uma

visão mais complexa e abrangente da sexualidade humana, considerando suas

múltiplas dimensões e interações.

A visão biológica-centrada, segundo Veira e Matsukura (2017), destaca

principalmente os aspectos físicos e fisiológicos da sexualidade. Essa abordagem

concentra-se em temas como anatomia, fisiologia e biologia reprodutiva, fornecendo

informações sobre o funcionamento do corpo humano no contexto da reprodução,

contracepção e prevenção de infecções sexualmente transmissíveis. Por sua

natureza, tende a ser mais direta e factual, com foco na transmissão de

conhecimentos científicos sobre o corpo e os processos reprodutivos, priorizando uma

compreensão técnica e objetiva da sexualidade.

No campo da Educação em Sexualidade, Veira e Matsukura (2017) destacam

a relevância de abordar os aspectos biológicos como parte do processo educativo.

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Esses pesquisadores enfatizam que compreender os processos físicos relacionados

à sexualidade, como a reprodução, a contracepção e a prevenção de doenças, é

essencial para fornecer uma base sólida sobre o funcionamento do corpo humano.

Essa abordagem, segundo os autores, capacita os indivíduos a tomar decisões mais

informadas sobre sua saúde sexual e reprodutiva, ao disponibilizar informações

atualizadas e relevantes.

Monteiro e Ribeiro (2020) reforçam essa visão ao apontar que compreender o

funcionamento dos métodos contraceptivos não apenas contribui para a prevenção

de gravidezes indesejadas, mas também para a proteção das ISTs. Assim, a inclusão

de uma perspectiva biológica na Educação em Sexualidade não se limita a transmitir

conhecimento técnico, mas busca capacitar os indivíduos a compreenderem e

cuidarem de sua saúde de maneira integral.

Além disso, o conhecimento sobre os processos reprodutivos pode auxiliar no

reconhecimento precoce de possíveis problemas de saúde, permitindo intervenções

médicas específicas. Portanto, a abordagem biológica da sexualidade promove não

apenas a saúde e o bem-estar individual, mas também contribui para a saúde pública

ao disseminar práticas seguras e responsáveis (Vieira; Matsukura, 2017).

Por outro lado, a perspectiva Biopsicossocial, conforme comprovada por Veira

e Matsukura (2017), reflete práticas que adotam uma abordagem mais abrangente e

holística da sexualidade. Esses autores observam que algumas práticas educativas

se distanciam da perspectiva Biológica-centrada ao incorporar, além dos aspectos

biológicos, elementos psicológicos, sociais e culturais da sexualidade humana. Essa

visão reconhece a complexidade e a diversidade das experiências sexuais e dos

relacionamentos interpessoais, abordando temas como identidade de gênero,

orientação sexual, normas sociais, valores e emoções na Educação em Sexualidade.

Dessa forma, essa abordagem busca promover um entendimento mais amplo e

inclusivo, abordando a sexualidade como um aspecto multifacetado que vai além das

dimensões físicas.

No contexto brasileiro da educação, a discussão sobre a inclusão da Educação

em Sexualidade nos currículos escolares tem sido pauta constante. Os PCNs e, mais

recentemente, a BNCC oferecem diretrizes para a abordagem desses temas nas

escolas. Entretanto, sua efetiva implementação e integração nos programas

educacionais ainda enfrentam desafios significativos (Guimarães, 2023).

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A resistência cultural e social representa um dos principais obstáculos à

implementação abrangente da Educação em Sexualidade. Diversas culturas

conservadoras sustentam que o ensino da sexualidade deve ser exclusivo do

ambiente familiar, defendendo que cabe à família, e não as instituições de ensino,

tratar de temas como orientação sexual, identidade de gênero, métodos

contraceptivos e saúde sexual. Essa resistência reflete normas sociais que

tradicionalmente associam a sexualidade a questões privadas e íntimas, consideradas

inadequadas para espaços públicos e de aprendizagem coletiva (Parker e Aggleton,

2007).

Apesar das dificuldades culturais, sociais e religiosas, os documentos oficiais,

como os PCNs e a BNCC, fornecem diretrizes fundamentais para inserir na temática

da Educação em Sexualidade nos currículos escolares. A inclusão dessas orientações

nas políticas educacionais é crucial para superar resistências e promover um ensino

que respeite as diversidades e aborde temas como respeito e saúde sexual de

maneira integral.

A ES desempenha, portanto, um papel fundamental no desenvolvimento

integral de adolescentes e jovens. Além de fornecer informações precisas sobre saúde

reprodutiva, contracepção e prevenção de doenças, ela também contribui para o

desenvolvimento de habilidades socioemocionais essenciais para a construção de

relacionamentos saudáveis. Ensinar sobre consentimento, respeito mútuo,

comunicação eficaz e tomada de decisões conscientes são pilares dessa educação,

capacitando os jovens a compreenderem a importância do respeito à diversidade

(Fasanella et al., 2023).

Por isso, a Educação em Sexualidade vai além da transmissão de informações.

Ela é um componente essencial na formação integral dos indivíduos, promovendo não

apenas a saúde física, mas também o bem-estar emocional e social. Sua eficácia,

implementação e facilidades são necessárias para a construção de uma sociedade

mais informada, empática e saudável (De Freitas Leite, 2020).

3 METODOLOGIA

A presente pesquisa desenvolveu seu percurso metodológico a partir de uma

abordagem qualitativa e descritiva, do tipo bibliográfica, com foco na análise de

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documentos que regulamentam a educação brasileira, como os PCNs e a BNCC. A

metodologia se baseia em uma revisão bibliográfica fundamentada em fontes

confiáveis e atualizadas, garantindo um embasamento conceitual robusto.

No caso deste estudo, esta abordagem foi essencial para investigar como

documentos oficiais delimitados abordam a Educação em Sexualidade, bem como

identificar as lacunas e os desafios associados à implementação dessas diretrizes nas

escolas brasileiras

A respeito da pesquisa descritiva, conforme planejada por Tonetto, Brust- Renck e Stein (2022), esta foi empregada a fim de explorar a realidade normativa da

educação brasileira, descrevendo de forma sistemática os elementos presentes nos

documentos desenvolvidos. Essa estratégia visa garantir que o levantamento de

informações seja rigoroso e fundamentado aos referenciais teóricos.

Quanto à análise metodológica, o estudo baseou-se na interpretação crítica dos

documentos oficiais delimitados para o estudo, sob a perspectiva de um referencial

teórico. Aragão e Neta (2017) destacam a relevância do uso de fontes documentais

em pesquisas educacionais, especialmente no que tange à análise de políticas

públicas. Nesse sentido, foram examinados os aspectos normativos e pedagógicos

dos PCNs e da BNCC, com ênfase nas diretrizes sobre Educação em Sexualidade.

Dessa forma, a pesquisa desenvolveu uma postura reflexiva e analítica,

explorando a complexidade das políticas educacionais brasileiras e suas implicações

na Educação em Sexualidade. A combinação das metodologias qualitativa, descritiva

e bibliográfica proporcionou uma compreensão aprofundada do tema, contribuindo

para ampliar o debate acadêmico e propor reflexões sobre a implementação dessas

políticas no contexto escolar.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Nesse tópico, apresentamos os resultados e discussões sobre a abordagem

da Educação em Sexualidade nos principais documentos orientativos da educação

brasileira: os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e a Base Nacional Comum

Curricular (BNCC).

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4.1 Panorama dos documentos orientativos sobre Educação em Sexualidade

(PCNS, BNCC)

No Brasil, a Educação em Sexualidade encontra fundamento nas orientações

dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e da Base Nacional Comum Curricular

(BNCC). Ambos os documentos foram elaborados em contextos históricos distintos,

refletindo diferentes perspectivas sobre como a sexualidade deve ser abordada no

ambiente escolar e destacando sua relevância como tema transversal e integrador

para a formação integral dos estudantes.

Os documentos orientativos sobre a educação brasileira, como os PCNs e a

mais recente BNCC, desempenham papéis fundamentais na orientação e definição

dos conteúdos educacionais nas escolas brasileiras, incluindo a abordagem da

Educação em Sexualidade (Malagi, 2020).

Os PCNs, estabelecidos na década de 1990, foram criados com o objetivo de

orientar os conteúdos mínimos a serem inseridos nas disciplinas da educação básica,

incluindo diretrizes para temas transversais, como a Educação em Sexualidade.

Apesar de sua importância histórica, com a aprovação da BNCC em 2017, os PCNs

deixaram de ser uma referência oficial, sendo substituídos por este novo documento.

A BNCC passou a delinear as competências e habilidades essenciais a serem

desenvolvidas pelos estudantes em todas as etapas da educação básica, incluindo

abordagens sobre sexualidade. Embora os PCNs não estejam mais em vigor como

referencial normativo, sua abordagem transversal sobre o tema continuou na BNCC,

que mantém a integração de temas como sexualidade em diversas áreas do

conhecimento. Assim, a análise dos PCNs permanece relevante como base histórica

para compreender a evolução das diretrizes educacionais no Brasil

Os PCNs desempenharam um papel significativo ao orientar a educação básica

no Brasil, delineando os conteúdos mínimos a serem abordados em cada disciplina.

No contexto da Educação em Sexualidade, os volumes dos PCNs relacionados às

Ciências Naturais e à Educação Física enfatizam a necessidade de tratar o tema como

parte integrante do processo educacional. Essa abordagem abordando inclui aspectos

relacionados à reprodução, saúde sexual e afetividade de maneira contextualizada.

Um exemplo dessa orientação pode ser observado nos Parâmetros

Curriculares Nacionais de Ciências, onde certifica-se que o indivíduo deve “valorizar

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o cuidado com o próprio corpo, com atenção para o desenvolvimento da sexualidade

e para os hábitos de alimentação, de convívio e de lazer” (Brasil, 1998, p. 60). Além

disso, também é identificado nos PCNs a existência de objetivos voltados para a

necessidade de reconhecimento da diversidade existente entre os indivíduos:

[...] Conhecer a diversidade de padrões de saúde, beleza e desempenho que

existem nos diferentes grupos sociais, compreendendo sua inserção dentro

da cultura em que são produzidos, analisando criticamente os padrões

divulgados pela mídia e evitando o consumismo e o preconceito (Brasil, 1998,

p.63).

Todavia, Figueiró (2020) argumenta que, para que a Educação em Sexualidade

seja eficaz, é necessário adotar uma abordagem holística que integre aspectos

biológicos, culturais, éticos e afetivos. Essa perspectiva promove um entendimento

mais amplo e significativo da sexualidade, indo além de informações técnicas para

abordar as questões sociais e emocionais

Embora os PCNs incluam diretrizes que destacam a relevância de temas

relacionados à sexualidade, como no ensino de Ciências Naturais, a efetividade dessa

inclusão depende de uma abordagem intencional e estruturada. Isso requer a

preparação de educadores e o uso de materiais adequados, que garantam que os

alunos recebam uma formação completa e consistente sobre o tema. Nesse sentido,

a Educação em Sexualidade, precisa ser específica como um componente essencial

da formação integral dos indivíduos, promovendo tanto a saúde quanto o bem-estar

emocional e social.

Nas séries finais do ensino fundamental, o trabalho com a sexualidade deverá

assumir características próprias da adolescência. O ensino de Ciências

Naturais pode tratar a questão com mais profundidade, abordando temas

como mudanças corporais, saúde reprodutiva e questões sociais e afetivas

relacionadas à sexualidade. (Brasil, 1998, p. 31).

Pode-se perceber que os PCNs, para esta etapa do ensino, enfatizam uma

perspectiva Biológica-centrada e Biopsicossocial, ao indicar o debate de temas como

reprodução humana, sexualidade, métodos contraceptivos e prevenção de infecções

sexualmente transmissíveis. Simultaneamente, os documentos sugerem discussões

voltadas para questões afetivas e sociais que envolvem a sexualidade. Malagi (2020)

e Figueiró (2020) destacam a importância de se considerar uma abordagem

profissional orientada científica, epistemológica, psicológica e educacionalmente, que

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podem contribuir de modo significativo para o compromisso com a educação de

qualidade.

Além dos PCNs de Ciências da Natureza, que indicam a importância de abordar

a Educação em Sexualidade no contexto do ensino, há também um documento

específico dedicado ao tema da orientação sexual: o PCN de Orientação Sexual. Este

documento enfatiza a relevância de promover uma reflexão crítica entre os alunos

sobre as diferentes formas de orientação sexual e identidade de gênero. Ele sublinha

a necessidade de combater preconceitos e discriminações relacionadas à diversidade

sexual, reforçando o papel da escola como um espaço inclusivo e acolhedor para a

pluralidade de vivências e expressões da sexualidade.

O trabalho com a orientação sexual visa contribuir para que o aluno possa

refletir sobre as diferentes formas de vivência da sexualidade e identidades

de gênero, promovendo o respeito às diversidades e combatendo

preconceitos e discriminações (Brasil, 1997, p. 30).

A proposta dos PCNs de promover a reflexão sobre as diversas formas de

vivência da sexualidade e identidade de gênero, com o objetivo de combater

preconceitos e discriminações (Brasil, 1997), encontra respaldo nas discussões de

autores que destacam a importância de oferecer materiais educativos diversificados,

respeitando a diversidade cultural e as necessidades individuais dos alunos.

O PCN de Temas Transversais também destaca a Educação em Sexualidade

como um tema relevante, que deve ser abordado de maneira integrada e

interdisciplinar, abrangendo aspectos biológicos, sociais, culturais e éticos (Brasil,

1998). Este documento apresenta uma abordagem que equilibra diferentes

perspectivas, demonstrando como essas são importantes e se complementam no

contexto educacional.

A inclusão dos temas implica a necessidade de um trabalho sistemático e

contínuo no decorrer de toda a escolaridade, o que possibilitará um

tratamento cada vez mais aprofundado das questões eleitas. Por exemplo,

se é desejável que os alunos desenvolvam uma postura de respeito às

diferenças, é fundamental que isso seja tratado desde o início da

escolaridade e continue sendo tratado cada vez com maiores possibilidades

de reflexão, compreensão e autonomia. Muitas vezes essas questões são

vistas como sendo da “natureza” dos alunos (eles são ou não são

respeitosos), ou atribuídas ao fato de terem tido ou não essa educação em

casa. Outras vezes são vistas como aprendizados possíveis somente quando

jovens (maiores) ou quando adultos. Sabe-se, entretanto, que é um processo

de aprendizagem que precisa de atenção durante toda a escolaridade e a

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contribuição da educação escolar é de natureza complementar à familiar: não

se excluem nem se dispensam mutuamente (Brasil, 1998, p. 30).

De acordo com o PCN, a sexualidade é parte integrante do desenvolvimento

humano e, por isso, deve ser tratada de forma interdisciplinar, envolvendo diferentes

áreas do conhecimento. A proposta não se limita aos aspectos biológicos, como

tradicionalmente ocorre nas aulas de Ciências, mas também considera dimensões

sociais, culturais, afetivas e éticas. Essa abordagem tem como objetivo promover um

entendimento mais amplo e significativo sobre a sexualidade, integrando temas como

diversidade de identidades de gênero e relações afetivas.

A abordagem do corpo como matriz da sexualidade tem como objetivo

propiciar aos alunos conhecimento e respeito ao próprio corpo e noções

sobre os cuidados que necessitam dos serviços de saúde. A discussão sobre

gênero propicia o questionamento de papéis rigidamente estabelecidos a

homens e mulheres na sociedade, a valorização de cada um e a flexibilização

desses papéis. O trabalho de prevenção às infecções sexualmente

transmissíveis/AIDS possibilita oferecer informações científicas e atualizadas

sobre as formas de prevenção das doenças. Deve também combater a

discriminação que atinge portadores do HIV e doentes de AIDS de forma a

contribuir para a adoção de condutas preventivas por parte dos jovens (Brasil,

1997, p. 28).

Campos (2012) analisa o documento e conclui que o PCN de Temas

Transversais propõe que a Educação em Sexualidade vá além de informações sobre

reprodução e prevenção de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). O autor

destaca que o PCN sugere discussões que envolvam respeito à diversidade, direitos

sexuais e reprodutivos, além do combate a preconceitos e discriminações. Essa

análise reforça o papel do PCN como um marco para uma educação em sexualidade

mais abrangente e alinhada aos desafios contemporâneos.

Essa organização evidencia que o PCN de Temas Transversais não apenas

confirma a importância do tema, mas também orienta sua aplicação de maneira que

contribua para a formação integral dos estudantes, superando visões restritas e

promovendo o respeito à diversidade humana. Conforme Souza (2023) essa

perspectiva é necessária para garantir que os materiais educativos sejam

diversificados e inclusivos, atendendo às necessidades dos estudantes.

Assim, compreende-se a centralidade da transversalidade do ensino para a

abordagem da Educação em Sexualidade. Sobre a transversalidade, compreende-se

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que esta vincula-se com a interdisciplinaridade para buscar uma fuga à neutralidade

e ao distanciamento do empírico, conforme exposto no PCN de Temas Transversais:

Ambas — transversalidade e interdisciplinaridade — se fundamentam na

crítica de uma concepção de conhecimento que toma a realidade como um

conjunto de dados estáveis, sujeitos a um ato de conhecer isento e

distanciado. Ambas apontam a complexidade do real e a necessidade de se

considerar a teia de relações entre os seus diferentes e contraditórios

aspectos. Mas diferem uma da outra, uma vez que a interdisciplinaridade

refere-se a uma abordagem epistemológica dos objetos de conhecimento,

enquanto a transversalidade diz respeito principalmente à dimensão da

didática (Brasil, 1998, p. 29).

Além disso, ao tratar da temática de transversalidade e transdisciplinaridade,

Garcia (2007) aborda o modo como a transversalidade do ensino dá-se por meio de

“um trabalho sistemático, contínuo, abrangente e integrado no decorrer de toda a

educação”, para além de explicitar o modo como o PCN de Temas Transversais traz

a transversalidade como meio de aproximação interventiva da educação com a

realidade envolta nos sujeitos inseridos neste âmbito.

Estes temas envolvem um aprender sobre a realidade, na realidade e da

realidade, destinando-se também a um intervir na realidade para transformá- la. Outra de suas características é que abrem espaço para saberes extra- escolares. Na verdade, os temas transversais prestam-se de modo muito

especial para levar à prática a concepção de formação integral da pessoa.

(Garcia, 2007, p. 2)

No entanto, é importante destacar que, apensar da perspectiva da

transversalidade do conteúdo se aproximar da prática interdisciplinar, nota-se que,

muitas vezes, a ES fica exclusivamente a cargo do professor de Ciências ou de

Biologia. Por ser um tema ainda que causa múltiplos debates, poucos docentes

sentem-se preparados para abordá-lo, o que acaba reduzindo ou quase não sendo

debatido.

Para esta pesquisa, consideramos que existem determinados temas que

precisam ser discutidos na sua integridade, em especial a ES, tendo em vista que é

processo de seres humanos que estão sendo vividos em espaços sociais diferentes

com posicionamentos diversos. Ou seja, trata-se de questões que envolvem vidas,

que abarcam realidades específicas e que, por sua vez, exige uma abordagem capaz

de promover mudanças.

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A BNCC, implementada recentemente, no ano de 2017, desempenha um papel

fundamental na definição dos conhecimentos, competências e habilidades dos

estudantes. Nesse sentido, “na BNCC, competência é definida como a mobilização de

conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e

socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida

cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho” (Brasil, 2017, p.8).

Já as habilidades, “[...] expressam as aprendizagens essenciais que devem ser

asseguradas aos alunos nos diferentes contextos escolares” (Brasil, 2017, p. 29).

De acordo com o documento, as competências expressam diferentes

dimensões relativas à Educação em Sexualidade. Desse modo, a BNCC afirma que

a ES deve desenvolver nos estudantes uma compreensão crítica e reflexiva sobre sua

própria sexualidade e identidade de gênero, incentivando, ao mesmo tempo, o

respeito à diversidade sexual. Nesse sentido, observam-se as competências 8 e 9:

8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional,

compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo seus

sentimentos e emoções, com autocrítica e capacidade para lidar com a

pressão do grupo.

9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação,

fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos

humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de

grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem

preconceitos de qualquer natureza (Brasil, 2017, p. 10).

Essa abordagem busca ir além da simples transmissão de informações,

promovendo não apenas a prevenção de infecções sexualmente transmissíveis e

gestações não planejadas, mas também a construção de relações saudáveis,

sustentadas no respeito mútuo e na igualdade de direitos.

Na BNCC, é possível identificar tanto uma abordagem Biológica-centrada

quanto uma perspectiva Biopsicossocial. A abordagem Biológica-centrada apresenta

competências e habilidades que tratam de temas como anatomia, reprodução,

contracepção e prevenção de doenças, garantindo que os estudantes compreendam

aspectos técnicos e científicos relacionados à sexualidade. Por outro lado, a

abordagem Biopsicossocial se manifesta no incentivo à reflexão sobre questões

culturais, éticas e afetivas, como o respeito às diversas orientações sexuais e

identidades de gênero presentes na sociedade brasileira, conforme se observa nas

respectivas habilidades:

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Habilidade EF09CI14 (Ensino Fundamental, 9o ano): “Discutir sobre os

direitos sexuais e reprodutivos, compreendendo a importância do respeito à

diversidade de identidades de gênero e orientação sexual”

Habilidade EF09CI15 (Ensino Fundamental, 9o ano): “Identificar e discutir as

formas de prevenção das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e o

papel das vacinas no controle dessas doenças” (Brasil, 2017).

Essa dualidade pode abranger uma educação inclusiva, que integre os

conhecimentos técnicos à formação ética e social dos estudantes, permitindo que os

referidos alunos desenvolvam competências para lidar com a complexidade das

relações humanas e da sexualidade de maneira responsável e respeitosa.

A BNCC reconhece e valoriza a diversidade, destacando a importância de

promover o respeito às diferentes orientações sexuais e identidades de

gênero, assegurando que todos os estudantes possam desenvolver-se em

um ambiente educacional inclusivo e livre de preconceitos (Brasil, 2017, p.

14).

A proposta da BNCC reflete a necessidade de ir além da abordagem Biológico- centrada, promovendo uma visão mais abrangente e inclusiva da sexualidade,

conforme sugere o modelo Biopsicossocial de Vieira e Matsukura (2017).

No entanto, é preciso especial atenção para esse tema. A Educação em

Sexualidade é abordado de forma pontual e integrado a outros conteúdos transversais

e componentes curriculares. Essa abordagem reflete uma escolha metodológica e

conceitual da estrutura do documento, que parece evitar a centralização explícita do

tema, o que pode ser um problema. Essa estratégia levanta preocupações sobre a

possibilidade de limitação, divulgação aprofundada e direta, subestimando a

relevância prática da educação em sexualidade no desenvolvimento integral dos

estudantes e na luta contra preconceitos.

Tal restrição pode ser observada no esvaziamento da temática dentro da

BNCC, que pode ser observada através da disparidade entre os documentos: BNCC

e PCNs. Os PCNs retratam a ES de forma abrangente, destacando sua importância

e formas de abordagem em meio a transversalidade, enquanto a BNCC não oferece

o mesmo fomento ao conteúdo, não possuindo nenhum eixo que retrate a ES de

maneira tão específica quanto nos PCNs.

Embora a BNCC promova diretrizes gerais para uma educação em sexualidade

que respeite a diversidade e a inclusão, a falta de orientações mais explícitas sobre o

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tema dificulta a garantia de que ele será abordado de maneira adequada nas escolas.

O contexto social e político atual apresenta resistências, o que coloca em dúvida a

previsão de uma implementação que realmente contempla os debates

contemporâneos sobre sexualidade e diversidade. Sem um direcionamento claro e

sem um espaço assegurado para o tema nos currículos, a possibilidade de promover

uma educação ampla e inclusiva fica comprometida.

Portanto, é essencial questionar até que ponto a BNCC, em sua tentativa de

abranger vários aspectos do ensino, está de fato promovendo uma educação em

sexualidade que responda às demandas sociais atuais. A ausência de debates

profundos e orientações explícitas pode, na prática, perpetuar lacunas no ensino,

comprometendo o objetivo de formar cidadãos críticos e respeitosos em relação à

diversidade humana.

Uma das críticas mais contundentes é a superficialidade com que a BNCC

aborda questões como identidade de gênero, orientação sexual e combate à

discriminação. Vicente (2024) destaca que a versão final da BNCC foi influenciada por

pressões de grupos conservadores, resultando na exclusão ou atenuação de

conteúdos que promoviam uma visão mais ampla e inclusiva da sexualidade. A ênfase

em competências técnicas, como prevenção de ISTs e gravidez precoce, limita o

escopo da educação sexual a aspectos biológicos, negligenciando dimensões éticas,

culturais e afetivas essenciais para a formação cidadã.

Além disso, a centralização curricular proposta pela BNCC reduz a autonomia

docente, dificultando a adaptação dos conteúdos às realidades locais e regionais.

Girotto (2017) argumenta que essa abordagem prescritiva enfraquece o papel do

professor como mediador de debates críticos e reflexivos, transformando-o em mero

executor de conteúdos previamente definidos. Essa limitação contrasta com os

princípios de interdisciplinaridade e flexibilidade defendidos pelos PCNs, que

reconheciam a diversidade cultural e social como elementos centrais para a

construção de currículos contextualizados e significativos.

A Educação em Sexualidade é amplamente reconhecida como essencial para

o desenvolvimento integral dos indivíduos. Segundo a Unesco (2018), programas

abrangentes de educação sexual promovem comportamentos responsáveis, como o

uso de métodos contraceptivos, a prevenção de ISTs e o fortalecimento de relações

interpessoais saudáveis. No Brasil, tanto os PCNs quanto a BNCC reconhecem essa

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importância, embora apresentem diferenças em suas abordagens metodológicas e

teóricas.

A lacuna entre os dois documentos torna-se evidente quando se considera a

necessidade de uma abordagem integrada, que articule os aspectos biológicos,

sociais e culturais da sexualidade. A ausência de detalhamento na BNCC sobre como

tratar temas como diversidade de gênero e direitos reprodutivos compromete sua

eficácia em preparar os estudantes para lidar com as complexidades das relações

humanas em uma sociedade plural.

Um ponto central de análise é a transição entre os dois documentos. Enquanto

os PCNs ofereciam diretrizes claras e explícitas sobre temas como prevenção de

ISTs, respeito às diferenças e combate ao preconceito, a BNCC adotou uma

abordagem mais técnica e genérica, limitando a autonomia docente e enfraquecendo

o potencial crítico da educação em sexualidade (Vicente, 2024). Essa mudança

reflete, em parte, pressões políticas e culturais que acompanharam a formulação e

aprovação da BNCC, marcando um retrocesso em relação às perspectivas

emancipadoras defendidas nos PCNs.

Os PCNs, introduzidos nos anos 1990, representaram um marco no

planejamento pedagógico brasileiro ao instituírem a educação em sexualidade como

um tema transversal, sendo tratado de maneira interdisciplinar e contextualizada. A

proposta dos PCNs visava integrar aspectos biológicos, psicológicos, sociais e

culturais da sexualidade às disciplinas curriculares, como Ciências Naturais,

Educação Física e Ética, promovendo discussões sobre reprodução, afetividade,

respeito à diversidade e direitos sexuais e reprodutivos. Além disso, os PCNs

enfatizavam a construção de uma visão crítica e reflexiva sobre a sexualidade,

preparando os estudantes para lidar com questões sociais complexas, como

preconceito e discriminação (Brasil, 1997).

Por outro lado, a BNCC, homologada em 2017, trouxe uma nova dinâmica à

organização curricular, propondo uma uniformização nacional das competências e

habilidades essenciais a serem desenvolvidas ao longo da educação básica. A

Educação em Sexualidade aparece na BNCC de forma transversal, mas com ênfase

nas competências gerais, como o desenvolvimento do autocuidado, a promoção de

relações saudáveis e o respeito à diversidade de identidades de gênero e orientações

sexuais (Brasil, 2017). Apesar de sua proposta inclusiva, a BNCC foi alvo de críticas

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devido à falta de detalhamento sobre como abordar a sexualidade no contexto

educacional. Autores como Malagi (2020) apontam que essa lacuna pode resultar em

abordagens inconsistentes, prejudicando a efetividade do ensino.

5 CONCLUSÃO

Os PCNs enfatizavam uma perspectiva interdisciplinar e holística, abordando a

sexualidade como um fenômeno Biopsicossocial que deve ser discutido de maneira

ampla e inclusiva, ao mesmo tempo que pautavam a centralidade da transversalidade

do ensino da ES. Documentos como o PCN de Temas Transversais destacam a

relevância de integrar questões de gênero, identidade sexual e diversidade no

currículo, promovendo o respeito às diferenças e o combate ao preconceito (Brasil,

1998). Essa abordagem valoriza o diálogo crítico e a construção de um ambiente

escolar acolhedor, permitindo que os estudantes compreendam a sexualidade em sua

complexidade.

Por outro lado, a BNCC adota uma visão mais técnica, inserindo a sexualidade

nas competências gerais, como o autocuidado e a promoção da saúde. Uma das

críticas contundentes a esse tecnicismo é apresentada por teóricos como Figueiró

(2020), que argumenta que a falta de orientações explícitas sobre esses temas pode

dificultar sua aplicação prática, limitando o impacto transformador da Educação em

Sexualidade.

Em síntese, a análise comparativa entre os PCNs e a BNCC evidencia a

necessidade de revisar as diretrizes atuais para garantir que a Educação em

Sexualidade seja abordada de maneira ampla, inclusiva e transformadora. A

apresentação como transversal ou como habilidade e competência deixa um hiato no

tratamento do tema, que pode ou não ser efetivamente abordado como objeto

educacional, comprometendo no cumprimento de uma educação integral.

Investimentos em formação continuada e valorização docente, materiais

pedagógicos diversificados e políticas educacionais que exaltem a pluralidade são

essenciais para superar os desafios identificados e promover uma formação integral

que atenda às demandas contemporâneas.

Por fim, embora este trabalho tenha se concentrado nas diretrizes curriculares,

futuras investigações poderiam explorar a implementação dessas orientações,

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considerando as variações regionais e os desafios éticos e culturais que permeiam o

ensino da sexualidade. A superação dessas barreiras é necessária para garantir que

a educação em sexualidade contribua para a formação de cidadãos mais informados,

empáticos e preparados para construir uma sociedade mais inclusiva e justa.

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