Page 1 of 145

PROGRAMA DE PÓS

MESTRADO ACADÊ

Universidade Estadual de Maringá

Instituto Federal do Paraná

ÍNDICE DE AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE DESENVOLVIMENTO DE CIDADES

INTELIGENTES SUSTENTÁVEIS (IAPD

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SUSTENTABILIDADE (PSU)

MESTRADO ACADÊMICO ASSOCIADO

Universidade Estadual de Maringá

Instituto Federal do Paraná

ÍNDICE DE AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE DESENVOLVIMENTO DE CIDADES

INTELIGENTES SUSTENTÁVEIS (IAPD-CIS) APLICADO AO MUNICÍPIO DE

UMUARAMA-PR

SOLANO RIBEIRO SOARES

UMUARAMA/PR

2021

GRADUAÇÃO EM SUSTENTABILIDADE (PSU)

ÍNDICE DE AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE DESENVOLVIMENTO DE CIDADES

CIS) APLICADO AO MUNICÍPIO DE

Page 2 of 145

i

SOLANO RIBEIRO SOARES

ÍNDICE DE AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE DESENVOLVIMENTO DE CIDADES

INTELIGENTES SUSTENTÁVEIS (IAPD-CIS) APLICADO AO MUNICÍPIO DE

UMUARAMA-PR

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Sustentabilidade

como parte integrante dos requisitos para

a obtenção do título de Mestre em

Sustentabilidade.

Orientadora: Dra. Máriam Trierveiler Pereira

Co-Orientador: Dr. Samuel Ronobo Soares

UMUARAMA/PR

2021

Page 3 of 145

ii

Page 4 of 145

iii

Page 5 of 145

iv

“Porque cada um, independente das habilitações que tenha, ao menos uma vez na

vida fez ou disse coisas muito acima da sua natureza e condição, e se a essas

pessoas pudéssemos retirar do quotidiano pardo em que vão perdendo os

contornos, ou elas a si próprias se retirassem de malhas e prisões, quantas mais

maravilhas seriam capazes de obrar, que pedaços de conhecimento profundo

poderiam comunicar, porque cada um de nós sabe infinitamente mais do que julga e

cada um dos outros infinitamente mais do que neles aceitamos reconhecer”.

José Saramago.

Page 6 of 145

v

À minha amada mãe, Luci, pelo amor, afeto, apoio

e compreensão infindáveis;

Às gerações passadas, pelo conhecimento

científico acumulado e produzido até aqui;

Às gerações presentes, pela oposição incessante

à resignação; e

Às gerações futuras, esperançoso em um

horizonte afortunado,

Dedico.

Page 7 of 145

vi

AGRADECIMENTOS

A Deus, fonte inesgotável de força, amparo e acalento em tempos aflitivos, por me

abençoar com saúde, inteligência e empatia nesta existência.

À minha mãe Luci, pelo carinho e amor incondicionais, por durante toda a sua vida,

ter dedicado seu tempo, atenção, e compreensão para comigo, e por ter empregado

todo e qualquer recurso que tivesse a seu dispor para atender às minhas

necessidades, por vezes abdicando de seus próprios momentos em virtude dos

meus. Por ser meu esteio, por mesmo hoje, ainda se preocupar em me educar e

ensinar valores, para que eu possa ser alguém melhor. Se existe amor maior,

desconheço; e por tudo e por tanto sentimento, agradeço.

À minha avó Zilá, pelo reforço dos fundamentos familiares, por todo amor

despendido a mim e aos meus irmãos, por ter transformado minha infância em um

período regado à felicidade, que recordo e guardo preciosamente na memória e no

coração.

Ao meu irmão Samuel, pela retidão, pelo exemplo de perseverança e determinação,

e por esforçar-se continuamente em resgatar e manter firmes nossos laços, apesar

da distância.

À minha amiga Eveline, pela cumplicidade, por estar sempre comigo, pelo apoio e

encorajamento, por todas as ocasiões em que me ofereceu sua escuta, e pela

sinceridade de suas palavras, tão necessárias para que eu me reencontrasse,

quando de certa forma, me sentia perdido.

Aos meus amigos LP, Pedro, Gui, Doug e Dolf, pelo companheirismo, por alegrarem

meus dias há tantos anos, por todo o amor, aconselhamento, atenção e por

encontrar em cada um, lealdade, refúgio e fortaleza; vocês são a família que escolhi.

Page 8 of 145

vii

À minha amiga Jéssica, por sempre me entender tão bem a ponto de tornar palavras

desnecessárias, pela reciprocidade, e por todos os anos de amizade e comunicação

quase que telepática.

Às minhas princesas Joyce, Carol e Eloid, pelo convívio diário no trabalho, pela

amizade que construímos, pelo apoio, e principalmente, por todo o carinho,

paciência e respeito com os quais sempre me trataram.

Ao meu amigo Edinei, pelas inúmeras coisas boas que fez por mim, pelo

conhecimento que adquiri ao seu lado, por todos os momentos que compartilhamos

durante o mestrado e por aqueles que ainda estão por vir, sua amizade é um

presente em minha vida.

Aos meus amigos da turma de 2019 do mestrado, Andressa, Larissa, Pâmela e Alex,

estar junto a vocês durante esse período tornou a jornada de estudos mais leve e

agradável.

A uma série de amigos, que tanto acrescentaram ao longo do caminho e por tudo

que representam para mim: Diogo, Érica, Alan, Dê, Henrique, Mauro, Milene, Karina

e Lucas, Ludmilla, Adriana, Deva, Leandro, Marcelo, Elisângela, Ane, Camila, Alice e

sua família, Liliam, Isabel, Raquel, e Divina.

Aos professores do Programa de Pós-graduação em Sustentabilidade (PSU), e aos

servidores administrativos do Instituto Federal do Paraná – Campus Umuarama e da

Universidade Estadual de Maringá – Campus Regional de Umuarama, pelo

oferecimento de ensino e serviço públicos de qualidade.

À Prof. Dra. Vanessa Daneluz Gonçalves, integrante da banca examinadora, meus

mais sinceros agradecimentos pelas sugestões, que muito contribuíram para o

aprimoramento deste estudo.

Ao meu co-orientador, prof. Dr. Samuel Ronobo Soares, pela presteza, solicitude e

prontidão. Ainda que nos conhecêssemos há tempos, que grata surpresa foi tê-lo

neste caminhar.

Page 9 of 145

viii

Especialmente e extensivamente, agradeço à minha orientadora, prof. Dra. Máriam

Trierveiler Pereira, por me acolher como seu aluno, por ter acreditado em minha

capacidade, por todo o incentivo, mas principalmente pela paciência, tempo e

liberdade criativa durante a orientação, e, sobretudo, pela generosidade irrestrita e

carinho atribuído a mim.

Por fim, a todos aqueles que, de alguma maneira, contribuíram para a feitura desta

pesquisa, e a todos que me acompanharam em minhas dificuldades e conquistas...

meu mais afetuoso OBRIGADO!

Page 10 of 145

ix

RESUMO

A exploração antrópica contínua e predatória sobre o meio ambiente tem ocasionado

a saturação e comprometimento dos espaços naturais, sistemas imprescindíveis

para a manutenção e continuidade da vida na Terra. Os padrões contemporâneos

dos processos industriais, urbanizatórios e demográficos desafiam a coexistência

harmoniosa entre homem e natureza, levando a humanidade a buscar novas

perspectivas sobre essa relação, assim como o estabelecimento de um novo modelo

de desenvolvimento, que considere a incorporação dos aspectos socioambientais à

progressão econômica. Em meio a esse cenário e resultante desses esforços, deu- se a emergência dos conceitos de sustentabilidade e desenvolvimento sustentável,

que defendem a redução das desigualdades sociais por meio de uma exploração

equilibrada dos recursos naturais para as gerações presentes e futuras. A

apreensão desses fenômenos torna-se possível por meio de instrumentos como os

indicadores e índices, ferramentas capazes de sintetizar informações complexas e

mensurar o progresso de metas e objetivos, atuando como recurso para a gestão

pública, auxiliando no processo de tomada de decisão e também na elaboração de

estratégias e políticas públicas que atendam às necessidades da população,

corroborando para o alcance de um modelo societal justo e equitativo. Nesse

sentido, este trabalho se justifica pela necessidade premente da utilização de

instrumentos que visem à inclusão das variáveis socioambientais ao processo de

planejamento urbano, contribuindo assim para a redução da exaustão do ambiente

natural provocada pela atividade humana. O objetivo principal deste trabalho foi

aplicar o Índice de Avaliação do Potencial de Desenvolvimento de Cidades

Inteligentes Sustentáveis (IAPD-CIS) ao município de Umuarama, no estado do

Paraná, com o intuito de avaliar o nível de desenvolvimento urbano local e sua

eventual potencialidade em tornar-se uma cidade inteligente e sustentável. Para

tanto, fez-se necessário coletar informações concernentes aos vinte indicadores que

compõem o índice, esses selecionados a partir de três propostas, sendo: Programa

Cidades Sustentáveis (PCS), ISO NBR 37120/2017, e União Internacional de

Telecomunicações (ITU), sob as perspectivas das dimensões ambiental, social,

econômica e tecnológica. Foram atribuídas metas referenciais para valorar os

indicadores, e posteriormente, averiguou-se a carga sinergética para cada dimensão

com as quais os indicadores exercem influência. Admitiu-se que o desenvolvimento

urbano da cidade tem valor igual a 1, portanto foi estabelecido o peso de 0,25

pontos para cada uma das dimensões estudadas. Uma vez valorados, os

indicadores foram aplicados em uma matriz, com o objetivo de avaliar a nota do

desenvolvimento urbano, assim como a nota das dimensões. Para o cálculo da nota

do desenvolvimento urbano, multiplicou-se o valor atribuído aos indicadores pela sua

sinergia, posteriormente somando-se os resultados obtidos por essa equação; ao

passo que as notas das dimensões foram obtidas por meio da somatória dos valores

referentes aos indicadores que nelas influem, e as notas finais foram multiplicadas

por 0,25. A partir destes resultados foi calculada a atuação contributiva de cada

dimensão, em porcentagem, dentro do desenvolvimento urbano da cidade. A

situação do desenvolvimento urbano foi avaliada em uma escala numérica e

nominal, dentre cinco intervalos: i) 1% a 45%, insustentável; ii) 46% a 59%, em

transição para a sustentabilidade; iii) 60% a 75%, potencialmente sustentável; iv)

76% a 90%, em transição para inteligente sustentável; e v) 91% a 100%,

potencialmente inteligente sustentável. Em forma de estudo de caso, aplicou-se a

Page 11 of 145

x

ferramenta ao município de Umuarama-PR, que obteve a nota 62,50%, classificando

seu desenvolvimento urbano como potencialmente sustentável.

Palavras-chave: Desenvolvimento Sustentável; Cidades Sustentáveis; Indicadores;

Índices; Sustentabilidade.

Page 12 of 145

xi

ABSTRACT

Continuous and predatory human exploitation on the environment has caused the

saturation and compromise of natural spaces, systems that are essential for the

maintenance and continuity of life on Earth. Contemporary patterns of industrial,

urbanization and demographic processes challenge the harmonious coexistence

between man and nature, leading humanity to seek new perspectives on this

relationship, as well as the establishment of a new development model, which

considers the incorporation of socio-environmental aspects to economic progression.

In the midst of this scenario and resulting from these efforts, the concepts of

sustainability and sustainable development emerged, which defend the reduction of

social inequalities through a balanced exploitation of natural resources for present

and future generations. The apprehension of these phenomena is made possible

through instruments such as indicators, tools capable of synthesizing complex

information and measuring the progress of goals and objectives, acting as a resource

for public management, assisting in the decision-making process and also in the

elaboration of public strategies and policies that meet the needs of the population,

corroborating to the achievement of a fair and equitable societal model. In this sense,

this work is justified by the urgent need to use instruments that aim at including

socio-environmental variables in the urban planning process, thus contributing to the

reduction of the exhaustion of the natural environment caused by human activity. The

main objective of this work was to apply the Index for the Evaluation of the

Development Potential of Sustainable Smart Cities (IAPD-CIS) to the municipality of

Umuarama, in the state of Paraná, in order to evaluate the possible local urban

development and its potential in become a smart and sustainable city. Therefore, it

was necessary to collect information concerning the twenty indicators that make up

the index, selected from three proposals, namely: Sustainable Cities Program (PCS),

ISO NBR 37120/2017, and International Telecommunications Union (ITU), from the

perspectives of the environmental, social, economic and technological dimensions.

Referential targets were assigned to value the indicators, and later, the synergistic

load was verified for each dimension with which the indicators exert influence. It was

assumed that the urban development of the city has a value equal to 1, therefore, a

weight of 0.25 points was established for each of the dimensions studied. Once

valued, the indicators were applied in a matrix, with the objective of evaluating the

urban development score, as well as the dimension score. To calculate the urban

development score, the value attributed to the indicators was multiplied by their

synergy, later adding the results obtained by this equation; while the dimension

scores were obtained by adding the values referring to the indicators that influence

them, and the final scores were multiplied by 0.25. From these results, the

contribution of each dimension was calculated, in percentage, within the urban

development of the city. The urban development situation was evaluated on a

numerical and nominal scale, among five intervals: i) 1% to 45%, unsustainable; ii)

46% to 59%, in transition to sustainability; iii) 60% to 75%, potentially sustainable; iv)

76% to 90%, in transition to sustainable smart; and v) 91% to 100%, potentially smart

sustainable. In the form of a case study, the tool was applied to the municipality of

Page 13 of 145

xii

Umuarama-PR, which obtained a score of 62.50%, classifying its urban development

as potentially sustainable.

Keywords: Indicators; Indexes; Sustainability; Sustainable Development;

Sustainable Cities.

Page 14 of 145

xiii

SIGLAS E ACRÔNIMOS

ABES Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental

ABNT Associação Brasileira de Normas e Técnicas

ACIU Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Umuarama

ADEMA Associação de Defesa ao Meio Ambiente

ADMS Advanced Distribution Management System

AMERIOS Associação dos Municípios Entre Rios

ANATEL Agência Nacional de Telecomunicações

APA Área de Proteção Ambiental

APP Área de Preservação Permanente

BS Barômetro da Sustentabilidade

CEMADEN Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais

CGPP Comissão de Gerência do Programa Municipal de Parcerias Público- Privadas

CGH Centrais Geradoras Hidrelétricas

CIS Cidades Inteligentes e Sustentáveis

CMMAD Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

DATASUS Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde

EFAZ Escola Fazendária do Paraná

EJA Educação de Jovens e Adultos

ETE Estação de Tratamento de Esgoto

FAÍSCA Feira Agroecológica de Inclusão Social, Cultura e Artes

FSU Florida State University

IAPD-CIS Índice de Avaliação do Potencial de Desenvolvimento de Cidades

Inteligentes Sustentáveis

IAT Instituto Água e Terra

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IDEB Índice de Desenvolvimento da Educação Básica

IDH Índice de Desenvolvimento Humano

IDHM Índice de Desenvolvimento Humano Municipal

IDR-PR Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná

Page 15 of 145

xiv

IDRC International Development Research Centre

IDS Índice de Desenvolvimento Sustentável

IFPR Instituto Federal do Paraná

INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio

Teixeira

IPARDES Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social

IQSAU Indicador de Qualidade Sócio-Ambiental Urbana

ITCG Instituto de Terras, Cartografia e Geologia do Paraná

ITU International Telecommunication Union

IUCN International Union for Conservation of Nature

MEC Ministério da Educação

NDU Nota do Desenvolvimento Urbano

NPU Nota do Planejamento Urbano

OCDE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico

ODS Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

ONU Organização das Nações Unidas

PCH Pequenas Centrais Elétricas

PCS Programa Cidades Sustentáveis

PER Pressão-Estado-Resposta

PIB Produto Interno Bruto

PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

PPP Poder de Paridade de Compra

PPP Parceria Público Privada

PSR Pressure-State-Response

RNB Renda Nacional Bruta

SANEPAR Companhia de Saneamento do Paraná

SIDMS Sistema de Indicadores de Desenvolvimento Municipal Sustentável

SIDRA Sistema IBGE de Recuperação Automática

SISUM Sistema de Indicadores de Sustentabilidade Urbana para Municípios

TECPAR Instituto de Tecnologia do Paraná

TIC Tecnologias de Informação e Comunicação

UBS Unidade Básica de Saúde

UEM Universidade Estadual de Maringá

UNDP United Nations Development Programee

Page 16 of 145

xv

USEPA United States Environmental Protection Agency

WCCD World Council on City Data

WCED World Comission on Environment and Development

Page 17 of 145

xvi

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 2.1 – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável...........................................36

FIGURA 2.2 – Pirâmide de informações ......................................................................41

FIGURA 2.3 – Pirâmide de informação associada ao usuário ......................................42

FIGURA 2.4 – Estrutura hierárquica de indicadores .....................................................43

FIGURA 2.5 – Estrutura do modelo PER (Pressão-Estado-Resposta) .........................44

FIGURA 4.1 – Localização geográfica do município de Umuarama no Estado do

Paraná...........................................................................................................................68

FIGURA 4.2 – Classificação climática (Köppen) do Estado do Paraná.........................70

FIGURA 4.3 – Mapa de Temperatura Média Anual (°C) do Estado do Paraná.............71

FIGURA 4.4 – Divisão das Bacias Hidrográficas do Estado do Paraná........................72

Page 18 of 145

xvii

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 5.1 – Avaliação do desenvolvimento urbano de Umuarama........................97

GRÁFICO 5.2 – Influência das dimensões sobre o desenvolvimento urbano de

Umuarama.....................................................................................................................99

Page 19 of 145

xviii

LISTA DE QUADROS

QUADRO 2.1 – Critérios da sustentabilidade segundo Ignacy Sachs ..........................38

QUADRO 3.1 – Valoração do IAPD-CIS .......................................................................56

QUADRO 4.1 – Informações sobre os rios de Umuarama............................................73

Page 20 of 145

xix

LISTA DE TABELAS

TABELA 3.1 – Valoração dos indicadores pertencentes ao IAPD-CIS .........................58

TABELA 3.2 – Matriz para avaliação do desenvolvimento urbano................................62

TABELA 3.3 – Classificação do potencial do desenvolvimento urbano ........................65

TABELA 4.1 – População censitária de Umuarama, segundo tipo de domicílio e

sexo, no ano de 2010....................................................................................................75

TABELA 4.2 – População censitária de Umuarama, segundo faixa etária e sexo, em

2010 ..............................................................................................................................75

TABELA 4.3 – População residente e situação domiciliar de Umuarama, de 1970 a

2010 ..............................................................................................................................76

TABELA 5.1 - Síntese de valoração dos indicadores do IAPD-CIS aplicados ao

município de Umuarama-PR .........................................................................................89

TABELA 5.2 – Matriz de desenvolvimento urbano aplicada ao município de

Umuarama-PR ..............................................................................................................93

TABELA 5.3 – Contribuição de cada indicador sobre o desenvolvimento urbano de

Umuarama.....................................................................................................................102

Page 21 of 145

xx

SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 ............................................................................................................22

1. Introdução............................................................................................................22

1.1. Objetivos...........................................................................................................26

1.1.1. Objetivo geral ..................................................................................................26

1.1.2. Objetivos específicos.......................................................................................26

1.2. Justificativa.......................................................................................................27

CAPÍTULO 2.............................................................................................................29

2. Fundamentação teórica ......................................................................................29

2.1. O paradigma do desenvolvimento..................................................................29

2.1.1. Desenvolvimento sustentável e sustentabilidade ............................................33

2.2. Indicadores e índices.......................................................................................39

2.2.1. Indicadores e índices relacionados ao desenvolvimento sustentável e à

sustentabilidade ........................................................................................................46

2.3. Cidades inteligentes e sustentáveis...............................................................50

CAPÍTULO 3.............................................................................................................53

3. Material e métodos..............................................................................................53

3.1. Concepções metodológicas do Índice de Avaliação do Potencial de

Desenvolvimento de Cidades Inteligentes Sustentáveis (IAPD-CIS)..................55

3.1.1. Interpretação dos valores do IAPD-CIS...........................................................56

3.1.2. Indicadores pertencentes ao IAPD-CIS...........................................................56

3.1.3. Matriz de avaliação do desempenho urbano...................................................61

3.1.4. Classificação do potencial do desenvolvimento urbano ..................................64

CAPÍTULO 4.............................................................................................................67

4.1. Caracterização da área de estudo ..................................................................67

4.1.1. Localização .....................................................................................................67

4.1.2. Formação administrativa .................................................................................68

4.1.3. Clima ...............................................................................................................69

4.1.4. Hidrografia.......................................................................................................70

4.1.5. Relevo, solo e vegetação ................................................................................73

4.1.6. Demografia......................................................................................................74

4.1.7. Informações econômicas.................................................................................77

Page 22 of 145

xxi

4.1.8. Educação ........................................................................................................78

4.1.9. Saúde..............................................................................................................79

CAPÍTULO 5.............................................................................................................80

5. Resultados e discussão......................................................................................80

5.1. Estudo de caso: aplicação do IAPD-CIS em Umuarama-PR .............................80

5.1.1. Aplicação da matriz de avaliação do desenvolvimento urbano em Umuarama- PR .............................................................................................................................93

CAPÍTULO 6...........................................................................................................104

6.1 Considerações finais ......................................................................................104

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................107

8 APÊNDICE...........................................................................................................120

9 ANEXO.................................................................................................................140

Page 23 of 145

22

CAPÍTULO 1

1. Introdução

E dizem, que naquela época

Nosso universo era uma terra interminável

Até que nossos ancestrais despertaram

E antes que se pusessem a dormir novamente

Eles a esculpiram e a transformaram

No mundo em que conhecemos

Cosmogony

(SIGURÐSSON; GUÐMUNDSDÓTTIR, 2011).

A capacidade adaptativa do ser humano ao ambiente natural mostrou-se

fundamental para a perpetuação de sua espécie. Ao longo de sua evolução, o

homem sempre encontrou meios de modificar o ambiente à sua volta, de modo que

construísse condições apropriadas para o seu desenvolvimento, adequando o

espaço ao seu redor às suas necessidades.

Desde a pré-história, o homem tem buscado criar ferramentas para multiplicar

sua capacidade e superar limitações, sejam elas físicas, intelectuais, sociais ou

espaciais, afetando principalmente, seu modo de relacionar-se com o meio. Acerca

da capacidade de transformação humana, Marx (1989, p. 202) afirma que o homem,

ao atuar “[...] sobre a natureza externa e modificando-a, ao mesmo tempo modifica

sua própria natureza”. Sendo assim, as intervenções antrópicas no ambiente natural

têm como propósito não somente a sobrevivência enquanto espécie, mas também a

manutenção e melhoramento das condições de sua existência (DIAS, 2011).

A adaptabilidade, a sociabilidade e o aprimoramento das próprias

capacidades permitiram ao homem domesticar animais e criar técnicas de plantio,

pondo fim ao nomadismo (HARARI, 2018). A humanidade então passou a organizar- se socialmente em conglomerações fixas, dando surgimento às primeiras cidades. A

criação e ocupação desses espaços fez emergirem demandas cada vez maiores por

acesso aos recursos naturais, em vistas a atender o suprimento das necessidades

Page 24 of 145

23

humanas, ocasionando, por conseguinte, a modificação e deterioração do meio

ambiente.

Contemporaneamente, a Revolução Industrial é considerada grande marco

histórico, e caracterizou-se pela transição do sistema artesanal de produção para o

processamento tecnológico, aumentando exponencialmente a produção de bens e

serviços, em escala global, assim alterando permanentemente a estrutura da

humanidade (MIRANDA, 2012). Entretanto, desde seu advento, os últimos duzentos

anos têm sido marcados pelo acesso indiscriminado de bens naturais – finitos – bem

como pelo crescimento demográfico desordenado, ocorrendo em um modelo de

desenvolvimento que aponta sinais de esgotamento.

Sob essa ótica, o emprego dos recursos naturais nas atividades humanas

vem alcançando um patamar insustentável, devido à retroalimentação entre a

intensificação da industrialização e os hábitos de consumo da população. Além

disso, as necessidades humanas crescem continuamente, ao passo que a

capacidade de recuperação do planeta é incompatível com esse curso exploratório.

Soma-se a esse cenário a incidência frequente e crescente, na segunda metade do

século XX, de episódios de poluição e contaminação provenientes de acidentes

industriais, ameaçando a saúde humana e a natureza.

Pensando nisso, nas décadas recentes, as nações tem se articulado para

poder enfrentar essa problemática, resultando em conferências e tratados, que

dentre outras prerrogativas, têm por objetivo a incorporação do aspecto

socioambiental no panorama do desenvolvimento.

Proveniente dessas discussões surgiu o conceito de desenvolvimento

sustentável, expendido no Relatório Brundtland (WCED, 1987) como um modelo de

desenvolvimento econômico em que a exploração dos recursos naturais supre as

necessidades da geração atual, sem que ocorra comprometimento, prejuízo ou

carência na capacidade das gerações futuras em prover suas próprias

necessidades. A partir dessa visibilidade ao aspecto ambiental enquanto fator

determinante para a perpetuidade da vida no planeta, e concorrente à formação de

uma sensibilização coletiva a respeito da influência social no meio natural, outro

preceito correlato ao desenvolvimento sustentável – porém com significação distinta

– despontou em meio a esse discurso: a sustentabilidade.

Embora de cunho abstrato, extensivamente debatido e ainda em formação no

meio acadêmico, a sustentabilidade é tida, de maneira geral, como um conceito que

Page 25 of 145

24

visa o equilíbrio entre o crescimento econômico e a qualidade de vida, aqui

representada pela justiça social e preservação ambiental (AYRES, 2008;

ELKINGTON, 1994; LOZANO, 2012).

Independentemente do enquadramento desses princípios, ambos promovem

esforços por parte de vários atores sociais para o alcance de uma sociedade

equitativa. Porém, para que esse ideal de autossustentação não permaneça

somente no campo teórico, faz-se necessária a utilização de instrumentos de gestão

que incorram para sua aplicabilidade e consequente atingimento desse objetivo,

como os indicadores e índices sustentáveis, ferramentas que assistem na

compreensão de fenômenos e estados de ambientes, corroborando para o

planejamento urbano.

Diante do exposto, este trabalho objetiva a aplicação de um índice de

desenvolvimento urbano para municípios, com o intuito de avaliar sua potencialidade

em tornarem-se cidades inteligentes e sustentáveis. Na estrutura do índice estão

contemplados indicadores pertencentes a sistemas de indicadores propostos por

programas globais, abrangendo aspectos sociais, ambientais, econômicos, culturais,

ecológicos, políticos e tecnológicos.

A principal contribuição deste trabalho foi o diagnóstico inédito realizado para

o objeto de estudo, o município de Umuarama, no Paraná. Foram levantadas

informações concernentes ao desenvolvimento urbano, destacando seus pontos

fortes e quais pontos precisam ser trabalhados pela administração pública municipal,

com vistas a melhorar essas áreas.

A dissertação foi estruturada em seis capítulos, descritos a seguir.

O Capítulo 1 apresenta as premissas deste trabalho, estabelecendo seus

objetivos e sua justificativa.

O Capítulo 2 foi destinado à fundamentação teórica sobre desenvolvimento,

suas acepções e ramificações literárias, culminando na adjetivação sustentável.

Igualmente, são descritos o conceito de desenvolvimento sustentável e

sustentabilidade, sob o prisma de diferentes pensamentos. São apresentadas,

também, as definições de indicadores e índices. Ademais, procurou-se definir a

conceituação das cidades inteligentes sustentáveis, e sua correlação com o

desenvolvimento sustentável, sustentabilidade e planejamento urbano.

O Capítulo 3 trata especificamente de apresentar a metodologia de aplicação

do índice, descrevendo as etapas necessárias para utilizar a ferramenta: sua

Page 26 of 145

25

perspectiva dimensional, escala de valoração, arrolamento, descrição e cálculo de

indicadores, matriz de avaliação do desenvolvimento urbano e classificação do

desempenho do desenvolvimento urbano.

O Capítulo 4 foi designado à caracterização do objeto de estudo, atendendo a

diferentes aspectos, delimitando a localidade estudada.

O Capítulo 5 constituiu-se da aplicação do índice em Umuarama-PR, por

meio de estudo de caso, com os resultados obtidos e suas discussões pertinentes.

Finalmente, no Capítulo 6, estão as considerais finais sobre este estudo, bem

como sugestões para futuros trabalhos com essa temática.

Ao final da dissertação estão relacionadas as referências utilizadas na

fundamentação teórica e na obtenção das informações que subsidiaram a

formulação do índice, assim como anexos e apêndices.

Page 27 of 145

26

1.1. Objetivos

1.1.1. Objetivo geral

O objetivo geral desta pesquisa é aplicar o Índice de Avaliação do Potencial

de Desenvolvimento de Cidades Inteligentes Sustentáveis (IAPD-CIS) ao município

de Umuarama, no estado do Paraná.

1.1.2. Objetivos específicos

Como objetivos específicos, têm-se: i) Caracterizar a área de estudo, quanto

à localização, clima, hidrografia, solo, demografia, economia, educação e saúde; ii)

Coletar informações relativas aos indicadores propostos pelo índice em órgãos e

instituições oficiais, e parametrizá-las para tornar possível seu cálculo e

comparação; e iii) Analisar as informações obtidas a partir do índice para mensurar o

desempenho urbano do município e sua eventual potencialidade em se tornar uma

cidade inteligente e sustentável.

Page 28 of 145

27

1.2 Justificativa

O modelo atual de desenvolvimento da sociedade, baseado no uso

inconsciente dos recursos naturais, aponta sinais de esgotamento, sendo necessária

uma reflexão no sentido de formular estratégias que superem o desafio da

coexistência entre a relação homem-natureza. A utilização de ferramentas como os

indicadores e índices sustentáveis e de desenvolvimento urbano têm se mostrado

efetiva quanto à identificação e compreensão de fenômenos socioambientais e na

subsequente tomada de decisão por parte da gestão pública, assistindo na

resolução de problemas, e consequentemente, atuando como recurso ao

desenvolvimento sustentável.

Além disso, ações voltadas para a proteção do ambiente natural, tanto quanto

para a promoção social estão amparadas legalmente, respaldadas assertivamente

no Art. 225 da Constituição Federal, que estabelece a todos o

[...] direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso

comum do povo essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao

poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo

para as presentes e futuras gerações (BRASIL, 1988).

É importante ressaltar que embora rudimentar, atribui-se um caráter multiface

ante o exposto no referido caput, haja vista que preconiza tanto a conservação da

natureza quanto a concepção social existente na atribuição do desenvolvimento

sustentável. Observa-se, também, a responsabilidade compartilhada entre o Estado

e a sociedade, no aparelhamento de medidas que busquem assegurar, recuperar ou

aprimorar as condições humanas e suas relações com o ambiente natural.

Outrossim, as premissas aqui discutidas contribuem, internacionalmente, para

o conseguimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos

pela Agenda 2030, que consiste em um plano de ação colaborativo entre países

membros das Organizações das Nações Unidas (ONU). A agenda visa o

cumprimento, até 2030, de objetivos e metas relacionadas à proteção dos direitos

humanos, à redução das desigualdades, e à capacidade de autossustentação da

Page 29 of 145

28

sociedade em nível global. O corpus desta pesquisa versa sobretudo, com o ODS 11

(Cidades e Comunidades Sustentáveis), que tem por finalidade

Tornar cidades e assentamentos humanos inclusivos, seguros,

resilientes e sustentáveis [...] apoiar as relações econômicas, sociais,

ambientais positivas entre áreas urbanas, periurbanas e rurais,

reforçando o planejamento nacional e regional de desenvolvimento

[...] (ONU, 2015).

Dessa forma, essa pesquisa se justifica, na medida em que a aplicação de um

índice que visa mensurar o desenvolvimento urbano local e a eventual

potencialidade do município em tornar-se uma cidade inteligente e sustentável é

inédita, e, essencialmente, contribui para a análise da conjuntura local atual e na

projeção de um futuro planejado, assim como corrobora para o alcance do ideal

proposto pela sustentabilidade, nos aspectos equitativos de crescimento econômico,

justiça social e preservação ambiental, em que a população esteja amparada por

políticas públicas que assegurem o direito, acesso e fortalecimento de condições

qualitativas de educação, saúde, cultura, trabalho, renda, seguridade, habitação,

acessibilidade, mobilidade, tecnologia e comunicação, de infraestrutura e serviços,

saneamento, e disponibilidade de recursos naturais.

Page 30 of 145

29

CAPÍTULO 2

2. Fundamentação teórica

O desenvolvimento pretende habilitar cada ser

humano a manifestar potencialidades, talentos e

imaginação, na procura da auto-realização e da

felicidade, mediante empreendimentos

individuais e coletivos, numa combinação de

trabalho autônomo e heterônomo e de tempo

dedicado a atividades não produtivas

(SACHS, 2004, p. 35).

2.1. O paradigma do desenvolvimento

O entendimento sobre desenvolvimento – assim como a sua própria origem –

está revolto sob uma profusão de fontes, concepções, e processos históricos e

sociológicos que perpassam vários séculos. A multiplicidade de teorias acerca da

construção do pensamento desenvolvimentista compreende desde as iniciativas

romanas em atribuir à natureza a fonte de progresso de todas as coisas

(BORNHEIM, 1999), passando pela impositividade dos preceitos eclesiásticos e sua

eventual ruptura paradigmática pelo saber científico, caracterizado pela

fundamentação na razão humana, e catalisado pela Revolução Francesa (MELLO;

DONATTO, 2011).

Conforme coloca Nisbet (1969), a atribuição progressista inerente à ideia de

desenvolvimento foi provocada pela filosofia iluminista, alicerçada no resgate e

emancipação intelectual, por meio da criticidade às convenções sociais, ao

autoritarismo político e ao absolutismo religioso. Para Silva e Silva (2013),

originalmente o iluminismo defendia o pensamento racional em oposição a toda

sorte de dogmas estabelecidos. No entanto, ao imbuir-se de outras áreas do saber,

Page 31 of 145

30

o movimento contribuiu para a ampliação da visão sobre o progresso,

transcendendo-o do ideal baseado unicamente no acúmulo de conhecimento, para

um processo de transformação sociocultural.

Essa asserção é reforçada por Nisbet (1969, p. 115), que afirma: “os filósofos

do século XVIII definiram a ideia de progresso mais amplamente no contexto da

civilização, em vez do conhecimento apenas, assim como no século XIX, a ideia foi

lançada em termos de sociedade ou cultura.”. Dessa forma, é possível observar que

o sentido de desenvolvimento passou a implicar não somente o crescimento a partir

de um determinado status quo, abarcando igualmente e de forma subjacente, o

progresso.

Ainda que essa perspectiva racionalista tenha dissociado a concepção

biológica sobre o conceito de desenvolvimento, originalmente pautada em um

processo evolutivo para a potencialização genética dos seres vivos, e

posteriormente fortalecida pelo darwinismo (SANTOS et al., 2012), tal abordagem

antropocênica, juntamente com uma série de circunstâncias e fenômenos

econômicos, sociais e culturais aprofundaram e enriqueceram a acepção e modelos

de desenvolvimento, por muitas vezes, contraditórios.

De acordo com Veiga (2008), o conceito de desenvolvimento pode ser

organizado em três formas, sendo: i) desenvolvimento como sinônimo de

crescimento econômico; ii) desenvolvimento como quimera ou ilusão; e iii)

desenvolvimento como “caminho do meio”.

Segundo o autor, a primeira perspectiva se estabeleceu durante o período

Entreguerras, estendendo-se até o fim da Segunda Guerra Mundial, relacionando-se

e decorrendo exclusivamente do acúmulo de riquezas econômicas de uma

determinada localidade, e comumente aferido em termos de renda per capita ou por

indicadores como o Produto Interno Bruto (PIB).

Entretanto, tal visão estritamente economicista reduz fatos sociais, e a partir

do surgimento de nações intermediárias – à parte do ocidente – observou-se que o

crescimento econômico somente não criara necessariamente condições de

seguridade econômica e social, uma vez que nem todos os países “caminham à

mesma velocidade que a sociedade ocidental, pelo que esta lidera o processo,

devido à maior dimensão de sua produção, ao papel dominante que a Razão nela

exerce e à escala de suas descobertas científicas e tecnológicas” (RIST, 2008, p.

40).

Page 32 of 145

31

Na abordagem quimérica (também apontada como ilusão ou manipulação

ideológica), existe uma hierarquia na economia capitalista mundial, “formada por um

‘núcleo orgânico’ de países centrais; uma extensa periferia contendo países mais

pobres; e uma ‘semiperiferia’ composta por nações que muitos consideram

emergentes” (VEIGA, 2008, p. 20-21). O cerne desta teoria desenvolve-se a partir da

possibilidade ilusória de mobilidade ascendente dentro de tal modelo, em que países

considerados emergentes ou periféricos, por meio do avanço econômico, seriam

capazes de transpor seu atraso e superar a pobreza, ingressando e sendo

absorvidos pelo núcleo orgânico (ARRIGHI, 1997, apud VEIGA, 2008).

De acordo com Fabri (2017), o desenvolvimento ocorrido a partir da década

de 1960, identificado pelo forte crescimento econômico e altos níveis de

industrialização, urbanização e tecnificação da agricultura norte americanas acabou

por transformar as relações mundiais, estabelecendo o consumo como padrão

societal.

Nesse contexto, e consoante Escobar (2007), a política desenvolvimentista

focada na produção, doutrinada pelo presidente estadunidense Harry Truman,

acabou por acentuar ainda mais o fosso entre os Estados Unidos da América e

grande parte do mundo, relegando nações emergentes a “áreas subdesenvolvidas”.

Segundo este arquétipo, o progresso e modernização sociais somente seriam

possíveis de serem atingidos pelos demais povos, por meio da implementação do

paradigma norte-americano, pautado no capital, ciência e tecnologia.

Todavia, a inexequibilidade deste modelo foi evidenciada por diversos

acontecimentos, sobretudo na inviabilidade de países ditos subdesenvolvidos em

atingir níveis mínimos de consumo em diversas áreas, como saúde, educação e

tecnologia (SACHS, 2008a). Tal asserção é corroborada por Veiga, apontando sua

impraticabilidade, uma vez que

o intenso crescimento econômico ocorrido durante a década de 1950

em diversos países semi-industrializados (entre os quais o Brasil)

não se traduziu necessariamente em maior acesso de populações

pobres a bens materiais e culturais, como ocorrera nos países

considerados desenvolvidos (VEIGA, 2008, p.19).

Page 33 of 145

32

Enquanto na primeira perspectiva o desenvolvimento é reduzido a um

processo unidimensional, desconsiderando as condições sociais e ambientais do

meio, na segunda, o desenvolvimento nada mais significa do que projetar um

modelo irrealizável. Desse modo, para Veiga (2008), identifica-se a necessidade de

buscar uma alternativa a essas modalidades em uma perspectiva que reconheça “o

papel das diferentes formas de liberdade no combate às absurdas privações,

destituições e opressões existentes em um mundo marcado por um grau de

opulência” (VEIGA, 2008, p. 33).

Sendo assim, tem-se o terceiro conceito de desenvolvimento, enquanto

“caminho do meio”, em que os aspectos qualitativos da vida natural e humana

tornam-se essenciais ao processo, e para tanto

as formas viáveis de produção de meios de existência não podem se

apoiar em esforços excessivos e extenuantes dos seus produtores,

em empregos mal pagos e realizados em condições insalubres, na

provisão inadequada de serviços públicos e em padrões subumanos

de habitação (SACHS, 2004, p. 35).

Dessarte, o desenvolvimento evoca noções de progresso viável e universal,

em que estímulos econômicos provoquem, prioritariamente, mudanças qualitativas

na sociedade, ao que Furtado, discursando sobre a temática, defende não ser

apenas um processo de acumulação e de aumento de produtividade

macroeconômica, mas principalmente o caminho de acesso a formas

sociais mais aptas a estimular a criatividade humana e a responder

às aspirações da coletividade (FURTADO, 2004, p. 4).

Ou seja, há de se considerar que a busca por crescimento econômico

baseada na hegemonia estrutural do ocidente não foi capaz de reproduzir melhoria

nas condições de vida das populações ao redor do globo, à medida que os esforços

para alcançá-la apenas evidenciaram a insustentabilidade socioambiental inerente

ao processo, além de contribuir consubstancialmente para o agravamento das

relações sociais com a natureza.

Page 34 of 145

33

2.1.1 Desenvolvimento sustentável e sustentabilidade

As discussões a respeito da integração de fatores abstraídos à dimensão

econômica na construção de um modelo de desenvolvimento são recentes. Embora

as informações sociais e ambientais tenham, progressivamente, se incorporado e

ampliado seu espaço nesse processo, o arquétipo contemporâneo preponderante

ainda coloca o desenvolvimento social e a preservação do meio natural em patamar

secundário à produção de bens de consumo (PHILIPPI JR, 2012).

No entanto, Sachs (2008b), ao discursar sobre desenvolvimento, mostra que

em sua essência, seu objetivo vai além da multiplicação de riquezas materiais, e que

apesar de necessário, não tem um fim em si mesmo. Nas palavras do próprio autor,

[...] a idéia de desenvolvimento implica a expiação e a reparação de

desigualdades passadas, criando uma conexão capaz de preencher

o abismo civilizatório entre as antigas nações metropolitanas e a sua

antiga periferia colonial, entre as minorias ricas modernizadas e a

maioria ainda atrasada e exausta dos trabalhadores pobres. O

desenvolvimento traz consigo a promessa de tudo – a modernidade

inclusiva propiciada pela mudança estrutural. (SACHS, 2008, p. 12).

Ainda pertencente a essa situação, Sen (1989) afirma que a concepção da

economia e geração de riquezas interligadas à ética remete aos pensamentos

aristotélicos, e que seus fins estão voltados ao bem comum: embora a atividade

econômica esteja relacionada diretamente à busca e acúmulo de capital, ao mesmo

tempo inter-relaciona-se profundamente a outras áreas que envolvem a avaliação e

aprimoramento de objetivos básicos da sociedade.

Contudo, o referido autor destaca que a economia origina-se, também, de

uma “abordagem de engenharia”, que por sua vez centra-se primordialmente no

processo, em questões logísticas e em como encontrar meios para servir aos fins,

que são considerados simples e objetivos (SEN, 1989). Sen declara ainda, que a

natureza da economia moderna se empobreceu substancialmente devido ao seu

distanciamento da ética, ou como ratifica Comparato (2013, p. 48), sob a ótica do

capitalismo, “[...] o princípio ético passou a ser a busca, por cada indivíduo, do

Page 35 of 145

34

próprio interesse material, deixando-se o bem comum e os preceitos éticos em

segundo plano”.

Ainda em relação a essa temática, vale mencionar que embora desde o último

século alguns países tenham tentado buscar alternativas ao modelo capitalista de

produção, as transformações econômicas e sociais conquistadas por eles não

alteraram a natureza predatória das relações com o meio físico (SILVA, 2000).

Dessas intervenções, que visam desde o atendimento de necessidades básicas da

população a interesses e estratégias de empresas, blocos econômicos ou países

distintos, tem-se como resultado a crise ambiental, conforme explicitam Paula et al.

(1997, p. 204)

[...] é central na perspectiva crítica a idéia de que a crise ambiental é

um produto histórico das formas concretas de produção, reprodução

material, das formas concretas de apropriação da natureza,

formação dos territórios, do exercício do poder e organização social,

dos modos, mentalidades e culturas.

Os desdobramentos e consequências da exploração inconsciente e

desenfreada do meio ambiente para atender demandas originadas pelo capitalismo

manifestaram-se na incidência crescente de contaminação por acidentes industriais

ao redor do mundo, a partir da década de 1950. Dentre esses acontecimentos,

destacam-se a destinação irregular de mercúrio na baía de Minamata, no Japão, o

vazamento de gás em Bophal, na Índia, a explosão de um dos reatores nucleares da

usina de Chernobyl, na Rússia, e também o vazamento de petróleo do cargueiro

Exxon-Valdez, nos EUA (DIAS, 2011). Esses eventos, aliados ao acesso irrestrito e

irracional dos bens naturais, têm causado danos cumulativos ao meio ambiente, e

deram início a uma reflexão crítica e global sobre a relação entre a sociedade e

natureza.

Do debate internacional sobre a reavaliação do desenvolvimento restringido

ao crescimento econômico, surgiram os conceitos de desenvolvimento sustentável e

sustentabilidade, e as noções que permearam suas definições basearam-se em

discussões e documentos publicados a partir dos anos 70. Publicado em 1972, o

relatório The Limits to Growth, encomendado pelo Clube de Roma, usou de modelos

matemáticos para investigar, em médio prazo, cinco principais tendências de

Page 36 of 145

35

problemáticas globais: a aceleração da industrialização, o rápido crescimento da

população, a desnutrição generalizada, o esgotamento de recursos não renováveis e

a deterioração do meio ambiente.

Como conclusão, o relatório apresentou como prognóstico um cenário

caótico: em cem anos, escassez absoluta dos recursos naturais, ocorrendo em

declínio da industrialização e produção de alimentos, e, consequentemente,

diminuição da população por indigência, fome, e contaminação por poluentes,

conforme explicitado:

Se se mantiverem as atuais tendências de crescimento da população

mundial, industrialização, contaminação ambiental, produção de

alimentos e esgotamento de recursos, este planeta alcançará os

limites de seu crescimento no curso dos próximos cem anos. O

resultado mais provável será um súbito e incontrolável declínio tanto

da população como da capacidade industrial (MEADOWS et

al.,1972, p. 23).

O documento não se limitou apenas em apresentar os resultados de seu

estudo, ao mesmo tempo procurou indicar uma solução para o problema, baseada

na busca “[...] de um resultado modelo que represente um sistema mundial que seja:

1. Sustentável, sem colapso inesperado e incontrolável; 2. Capaz de satisfazer os

requisitos materiais básicos de todos os seus habitantes” (MEADOWS et al. 1972, p.

158). A publicação acabou por influenciar a opinião da coletividade, assim como

organizações internacionais e o poder público, colocando em evidência a discussão

sobre as limitações de um modelo de desenvolvimento baseado unicamente no

crescimento econômico, sem levar em consideração a possibilidade de esgotamento

dos recursos naturais.

Conforme discutido anteriormente, os conceitos de desenvolvimento

sustentável e de sustentabilidade emergiram dessas argumentações, que se

perpetuaram nos anos subsequentes em diferentes fóruns e encontros mundiais,

bem como na divulgação de documentos sobre a questão ambiental. O informe

Brundtland, denominado “Nosso Futuro Comum” definiu internacionalmente o

entendimento sobre desenvolvimento sustentável, sendo a concepção mais utilizada

na literatura a respeito do termo, expresso como um modelo que “[...] atende às

Page 37 of 145

36

necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras

atenderem às suas próprias necessidades” (CMMAD, 1991, p. 46).

Sendo assim, a noção de desenvolvimento sustentável relaciona-se a um

processo dinâmico, em que a exploração e o emprego dos recursos naturais

compreendam as necessidades presentes, sem desconsiderar o futuro.

Essencialmente, o desenvolvimento sustentável incorpora diferentes aspectos da

sociedade, objetivando condições econômicas prósperas e equitativas para as

atuais e futuras gerações, por meio da proteção e manutenção dos bens naturais

(KELLY et al., 2004).

Em 2015, durante a Cúpula do Desenvolvimento Sustentável da Assembleia

Geral das Nações Unidas, os 193 Estados-membros da ONU aprovaram o

documento “Transformando nosso mundo: a Agenda 2030 para o desenvolvimento

sustentável” (ONU, 2015). A agenda consiste em um plano de ação global com o

objetivo de, até 2030, erradicar a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima, e

também promover a paz e prosperidade, assegurando os direitos humanos das

pessoas. Nessa agenda foram estabelecidos dezessete Objetivos de

Desenvolvimento Sustentável (ODS) (Figura 2.1), e 169 metas, acompanhadas por

indicadores para promover o desenvolvimento sustentável a nível global e local.

Figura 2.1 – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Fonte: Programa Cidades Sustentáveis, 2017.

Page 38 of 145

37

Diferentemente do que ocorrera com os Objetivos do Desenvolvimento do

Milênio (ODMs), em que havia pouca ênfase na questão urbana, salvo ao aspecto

da inadequação habitacional, os ODS enfatizam esse tópico, especialmente no ODS

11 (Cidades e Comunidades Sustentáveis), compreendido por inúmeras metas

referentes à habitação, mobilidade urbana, urbanização sustentável, planejamento e

gestão urbana e ambiental, como segue:

11.1 Até 2030, garantir o acesso de todos à habitação segura,

adequada e a preço acessível, e aos serviços básicos e urbanizar as

favelas

11.2 Até 2030, proporcionar o acesso a sistemas de transporte

seguros, acessíveis, sustentáveis e a preço acessível para todos,

melhorando a segurança rodoviária por meio da expansão dos

transportes públicos, com especial atenção para as necessidades

das pessoas em situação de vulnerabilidade, mulheres, crianças,

pessoas com deficiência e idosos

11.3 Até 2030, aumentar a urbanização inclusiva e sustentável, e as

capacidades para o planejamento e gestão de assentamentos

humanos participativos, integrados e sustentáveis, em todos os

países

11.4 Fortalecer esforços para proteger e salvaguardar o patrimônio

cultural e natural do mundo

11.5 Até 2030, reduzir significativamente o número de mortes e o

número de pessoas afetadas por catástrofes e substancialmente

diminuir as perdas econômicas diretas causadas por elas em relação

ao produto interno bruto global, incluindo os desastres relacionados à

água, com o foco em proteger os pobres e as pessoas em situação

de vulnerabilidade

11.6 Até 2030, reduzir o impacto ambiental negativo per capita das

cidades, inclusive prestando especial atenção à qualidade do ar,

gestão de resíduos municipais e outros

11.7 Até 2030, proporcionar o acesso universal a espaços públicos

seguros, inclusivos, acessíveis e verdes, particularmente para as

mulheres e crianças, pessoas idosas e pessoas com deficiência

11.a Apoiar relações econômicas, sociais e ambientais positivas

entre áreas urbanas, periurbanas e rurais, reforçando o planejamento

nacional e regional de desenvolvimento

11.b Até 2020, aumentar substancialmente o número de cidades e

29 assentamentos humanos adotando e implementando políticas e

planos integrados para a inclusão, a eficiência dos recursos,

mitigação e adaptação às mudanças climáticas, a resiliência a

desastres; e desenvolver e implementar, de acordo com o Marco de

Sendai para a Redução do Risco de Desastres 2015-2030, o

gerenciamento holístico do risco de desastres em todos os níveis

11.c Apoiar os países menos desenvolvidos, inclusive por meio de

assistência técnica e financeira, para construções sustentáveis e

resilientes, utilizando materiais locais (ONU, 2015).

Page 39 of 145

38

No que concerne à sustentabilidade, apesar da pluralidade de abordagens

acerca do tema, existe um aparente consenso no meio acadêmico a respeito desse

conceito, que é definido por vários autores como um estado de equilíbrio entre o

crescimento econômico, a redução de desigualdades sociais e a eficiência no uso

dos recursos naturais (AYRES, 2008; ELKINGTON, 1994; HORBACH, 2005;

LOZANO, 2012).

Recentemente, a Associação Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT), por

meio da Norma Brasileira (NBR) 37100, estabeleceu o termo sustentabilidade como

sendo um “estado de sistema global, incluindo os aspectos sociais, ambientais e

econômicos, em que as necessidades do presente são satisfeitas sem comprometer

a capacidade das gerações futuras em suprir as próprias necessidades” (ABNT,

2017, p.1). Tal norma também caracteriza a sustentabilidade como o objetivo do

desenvolvimento sustentável, e reforça a interação e interdependência de suas

dimensões.

Já para Sachs (2002), a sustentabilidade deve transcender os pilares básicos

aos quais está vinculada em sua acepção clássica, e admite uma abrangência

pluridimensional e sistematizada à sua formulação. Tão importantes quanto os

aspectos sociais, econômicos e ambientais, o autor estabelece demais variáveis que

contribuem para o processo contínuo de sustentabilidade, e para o atingimento do

desenvolvimento sustentável, conforme Quadro 2.1.

Quadro 2.1 - Critérios da sustentabilidade segundo Ignacy Sachs

1. Social

- alcance de um patamar razoável de homogeneidade social;

- distribuição de renda justa;

- emprego pleno e/ou autônomo com qualidade de vida decente;

- igualdade no acesso de recursos e serviços sociais.

2. Cultural

- mudanças no interior da continuidade (equilíbrio entre respeito à tradição e

inovação);

- capacidade de autonomia para elaboração de um projeto nacional integrado

e endógeno (em oposição às cópias servis dos modelos alienígenas);

- autoconfiança combinada com abertura para o mundo.

3. Ecológica

- preservação do potencial do capital natureza na sua produção de recursos

renováveis;

- limitação do uso de recursos não-renováveis.

4. Ambiental - respeito e realce da capacidade de autodepuração dos ecossistemas

naturais.

5. Territorial

- configurações urbanas e rurais balanceadas (eliminação das inclinações

urbanas nas alocações do investimento público);

- melhoria do ambiente urbano;

- superação das disparidades inter-regionais;

- estratégias de desenvolvimento ambientalmente seguras para áreas

ecologicamente frágeis (conservação da biodiversidade pelo

ecodesenvolvimento).

Page 40 of 145

39

6. Econômico

- desenvolvimento econômico intersetorial equilibrado;

- segurança alimentar;

- capacidade de modernização contínua dos instrumentos de produção;

- razoável nível de autonomia na pesquisa científica e tecnológica;

- inserção soberana na economia internacional.

7. Política

(Nacional)

- democracia definida em termos de apropriação universal dos direitos

humanos;

- desenvolvimento da capacidade do Estado para implementar o projeto

nacional, em parceria com todos os empreendedores;

- um nível razoável de coesão nacional.

8. Política

(internacional)

- eficácia de prevenção do sistema de guerras da ONU, na garantia de paz e

na promoção da cooperação internacional;

- um pacote Norte-Sul, de co-desenvolvimento, baseado no princípio da

igualdade (regras do jogo e compartilhamento da responsabilidade de

favorecimento do parceiro mais fraco);

- controle institucional efetivo do sistema internacional financeiro e de

negócios;

- controle institucional efetivo da aplicação do Princípio da Precaução na

gestão do meio ambiente e dos recursos naturais; prevenção das mudanças

globais negativas; proteção da diversidade biológica (e cultural); e gestão do

patrimônio global, como herança comum da humanidade;

- sistema efetivo de cooperação científica e tecnológica internacional e

eliminação parcial do caráter de commodity da ciência e tecnologia, também

como propriedade da herança comum da humanidade.

Fonte: Adaptado de Sachs (2002), elaborado pelo autor.

Vale ressaltar que mesmo sendo apresentada em forma de dimensões, pela

necessidade de facilitar seu entendimento, a sustentabilidade é tida como um

fenômeno sistêmico, e estes aspectos não podem ser analisados dissociadamente,

por estarem interligados e serem interdependentes (CAPRA, 2001).

2.2. Indicadores e índices

Apesar de os debates associados ao desenvolvimento sustentável e à

sustentabilidade, dada à natureza emergente e complexa desses dois termos, sua

operacionalização vem sendo desenvolvida por meio do uso de indicadores e

índices, pela capacidade destes em quantificar e simplificar informações. Para tanto,

se faz necessário o desenvolvimento de propostas que representem

adequadamente a sustentabilidade de uma determinada região ou localidade

(SICHE et al. 2008).

A palavra “indicador” tem sua origem no latim, do verbo indicare, que significa

apontar, divulgar, anunciar, tornar público (HAMMOND et al., 1995). Indicadores são

Page 41 of 145

40

fontes de informações sobre o progresso de metas, como o desenvolvimento

sustentável, assim como um recurso que torna perceptíveis tendências e fenômenos

ainda não aparentes, conforme colocam Hammond et al. (1995).

A formulação de indicadores para mensurar desempenhos econômicos vem

sendo utilizada ao redor do mundo há bastante tempo. Todavia, em sua elaboração,

as informações concernentes à transformação socioambiental do meio acabam não

sendo consideradas, prejudicando uma apreensão mais completa da realidade.

Nesse contexto é que se inserem os indicadores e índices sustentáveis,

difundidos principalmente a partir da década de 1990, com a assinatura da Agenda

21 em níveis globais e locais, bem como por meio do envolvimento de instituições

como a ONU, Banco Mundial e Comissão Europeia.

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), de

forma geral, define indicador como sendo um parâmetro ou valor de um parâmetro

que fornece informações sobre um fenômeno ou estado de um ambiente (OCDE,

1993), enquanto Adriaanse (1997) atribui maior adjetivação, em um sentido mais

específico. Para o autor um indicador pode ser considerado um modelo quantitativo,

assim como uma informação capaz de tornar perceptível um determinado fenômeno,

mesmo quando sua constatação não seja imediatamente identificável, além de

possibilitar uma leitura mais simplificada e entendível de dados estatísticos ou

fenômenos complexos.

Dessa forma, basicamente, entende-se por indicadores como sendo um

conjunto de informações quantitativas e qualitativas, que expressam o desempenho

de um determinado fenômeno, permitindo uma análise temporal e comparativa. A

partir dessas perspectivas, é possível notar características inerentes a esses

instrumentos: originam-se de dados estatísticos, possuem capacidade de sintetizar

informações complexas com o intuito de melhorar seu entendimento, além de

permitirem a interpretação de fenômenos.

Diante desse contexto, torna-se oportuna a conceituação de índice, termo

correlato aos indicadores, porém com significação distinta, embora seja comumente

interpretado de maneira errônea e confundido com o anterior. De acordo com a

OCDE (1993), índice é um conjunto de parâmetros ou indicadores agregados ou

ponderados. De uma maneira prática, um índice é a quantificação de um indicador,

uma expressão numérica derivada da síntese de diversas variáveis agregadas.

Page 42 of 145

41

O objetivo dos indicadores, de acordo com Bellen (2006, p. 42), é “[...] agregar

e quantificar informações de modo que sua significância fique mais aparente”,

enquanto que suas principais funções são:

Avaliação de condições e tendências; comparação entre lugares e

situações; avaliação de condições e tendências em relação às metas

e aos objetivos; prover informações de advertência; antecipar futuras

condições e tendências (Tunstall apud Bellen, 2006, p. 43).

Ainda que sejam apresentados de forma gráfica ou estatística, indicadores

são distintos dessas representações e de dados primários, embora se utilizem dos

últimos em sua construção. Hammond et al. (1995, p. 1) designam que “De fato,

indicadores e índices altamente agregados encabeçam uma pirâmide de

informações cuja base são dados primários derivados de monitoramento e análise

de dados”, conforme Figura 2.2.

Figura 2.2 – Pirâmide de informações

Fonte: Hammond et al. (1995, p. 1).

Todavia, os autores supracitados reforçam que os indicadores representam

um modelo empírico da realidade, e não a realidade em si, e que apesar disso, eles

devem ser analiticamente sólidos e ter uma metodologia fixa de mensuração.

Page 43 of 145

42

Dependendo do público a que são dirigidos, os indicadores podem ainda, ser

representados graficamente de forma piramidal, de acordo com sua ordem de

agregação e quantidade de informações (Figura 2.3).

Figura 2.3 – Pirâmide de informação associada ao usuário

Fonte: USEPA/FSU (1996).

Ainda sobre as concepções estruturais, Saaty (1991) demonstra que o

processo de elaboração de indicadores permite ainda a agregação de vários outros

indicadores, criando assim uma estrutura hierárquica, composta por dimensões e

universos de estudo, conforme Figura 2.4.

Page 44 of 145

43

Figura 2.4 – Estrutura hierárquica de indicadores

Fonte: Saaty (1991), adaptado.

Para Gallopín (1996), a característica fundamental de um indicador em

relação a demais fontes de informação, é sua relevância para a política e

subsequentes processos de tomada de decisão, e para tanto, é essencial que

resumam, simplifiquem e tornem mais aparentes as informações sobre os

fenômenos aos quais se relacionam.

Desenvolvido pela OCDE, o modelo de estruturação de indicadores

denominado PER (Pressão-Estado-Resposta, do inglês PSR: Pressure-State- Response), busca descrever a dinâmica de causa e efeito entre as atividades

antrópicas, os elementos biofísicos e as mudanças na consciência e no

comportamento social: os indicadores de pressão avaliam as pressões exercidas

pela atuação humana no meio natural, ao passo que os indicadores de estado

oferecem uma visão geral das condições dos recursos naturais, enquanto os

indicadores de resposta destinam-se à avaliação das respostas da sociedade aos

efeitos negativos induzidos pelo homem ao meio ambiente (OCDE, 1993). A Figura

2.5 ilustra o modelo PER.

Universo

Dimensão

A

Indicador

1

Indicador

2

Dimensão

B

Indicador

3

Indicador

4

Dimensão

C

Indicador

5

Indicador

6

Page 45 of 145

44

Figura 2.5 – Estrutura do modelo PER (Pressão-Estado-Resposta)

Fonte: OCDE (1993), adaptado pelo autor.

Outro aspecto não menos relevante a respeito dos indicadores sustentáveis,

é sua importância enquanto ferramentas que assistem no planejamento de ações e

tomada de decisão, a partir da possibilidade de mensuração do desenvolvimento

sustentável. Para tanto, segundo Philippi Jr (2012), é necessário o estabelecimento

de relações entre as atividades humanas e as modificações e impactos por elas

causados, seja negativamente ou pela potencialização da qualidade de vida

presente e futura.

Os indicadores podem constituir-se, ainda, como instrumentos para o

monitoramento da realidade urbana, orientando ações voltadas ao planejamento

urbano, procedimento imprescindível para o aprimoramento das relações físicas,

sociais, econômicas e culturais das cidades, e que segundo Duarte (2011, p. 26) é

tido como “[...] o conjunto de medidas tomadas para que sejam atingidos os

objetivos desejados, tendo em vista os recursos disponíveis e os fatores externos

que podem influir nesse processo”.

Além disso, é premente que o desenvolvimento sustentável e a

sustentabilidade estejam incorporados nas discussões acerca do planejamento

urbano, uma vez que as cidades representam

[...] espaços altamente poluidores, maiores consumidores de

recursos naturais e energia, maior concentração populacional, maior

exposição a riscos e elevada vulnerabilidade socioambientais, e

Page 46 of 145

45

onde se tem espacializada de forma mais explícita a segregação

socioespacial. (PEREIRA; CHIARI; ACCIOLY, 2009, p. 8).

Partindo dessas premissas, a sustentabilidade é atribuída a uma cidade

quando esta consegue operar, de acordo com um modelo de desenvolvimento que

distribua à população todos os recursos disponíveis, igualmente, de modo que

atenda os objetivos sociais, ambientais, políticos, culturais, econômicos e físicos de

seus cidadãos (LEITE, 2012).

Acrescenta-se, ainda, que as cidades sustentáveis estão amparadas por

instrumentos legais, em concordância com o Art. 2° do Estatuto das Cidades

(BRASIL, 2001, p. 1), que diz:

A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento

das funções sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante as

seguintes diretrizes gerais:

I – garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o

direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à

infraestrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao

trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações [...]

IV – planejamento do desenvolvimento das cidades, da distribuição

espacial da população e das atividades econômicas do Município e

do território sob sua área de influência, de modo a evitar e corrigir as

distorções do crescimento urbano e seus efeitos negativos sobre o

meio ambiente [...]

Dessa forma, a convergência entre a sustentabilidade e o desenvolvimento

sustentável e includente deve ser o princípio norteador para a estruturação do

espaço urbano, a fim de equilibrar fatores contraditórios, como o crescimento

econômico, justiça social, proteção ambiental e qualidade de vida.

Page 47 of 145

46

2.2.1 Indicadores e índices relacionados ao desenvolvimento sustentável e à

sustentabilidade

Conforme visto anteriormente, e de acordo com Bellen (2006), os conceitos

de desenvolvimento sustentável e sustentabilidade abrangem diversas questões,

elementos e dimensões, que igualmente se refletem na sorte de sistemas e

ferramentas desenvolvidas e utilizadas para apreendê-los. Desde a emergência das

discussões a respeito da exaustão dos sistemas naturais provocada por agentes

antrópicos, inúmeras tentativas de capturar esses fenômenos por meio de

indicadores e índices têm sido realizadas, com vistas a mensurá-los, monitorá-los e

antever tendências.

A seguir, são apresentados alguns exemplos de aplicação de indicadores e

índices, em diferentes escopos e aspectos metodológicos.

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), criado por Mahbub ul Haq, com

a colaboração do economista indiano Amartya Sen, ganhador do Prêmio Nobel de

economia de 1998, foi primeiramente publicado em 1990, como parte do relatório

Human Development Report (UNDP, 1990). O IDH surgiu como um contraponto ao

PIB per capita, uma vez que este último, em sua formulação, considera somente a

dimensão econômica do desenvolvimento, enquanto a concepção do IDH envolve

três elementos, fortemente relacionados à dimensão social da sustentabilidade:

longevidade, conhecimento e padrão de vida decente (BELLEN, 2006).

A longevidade é medida pela expectativa de vida, representada pela

associação entre nutrição adequada e saúde. O conhecimento é medido pelo

acesso à educação, referindo-se ao grau de alfabetização, bem como a taxa de

matrícula em todos os níveis de ensino. O padrão de vida decente (ou renda) é

medido pela Renda Nacional Bruta (RNB) per capita, representada em poder de

paridade de compra constante (PPP), em dólar (PNUD, 2020).

O Barômetro da Sustentabilidade (BS) foi desenvolvido por Prescott-Allen,

conjuntamente com os institutos World Conservation Union (IUCN), e o International

Development ResearchCentre (IDRC), visando mensurar a sustentabilidade,

combinando indicadores a partir de informações consideradas conflitivas

(PRESCOTT-ALLEN, 1996).

Page 48 of 145

47

O BS é composto por dois índices: o índice de bem-estar humano, referente

ao nível geral de bem-estar da sociedade, e o índice de bem-estar do ecossistema,

que compreende tendências ecológicas ao longo do tempo, ambos igualmente

importantes e com mesmo peso (BELLEN, 2006). A matriz do BS é representada

graficamente por quatro componentes, sendo i) condição, referente às condições ou

situações de estado das pessoas e do ecossistema; ii) interações entre pessoas e

ecossistemas, apresentando as pressões antrópicas exercidas sobre o ecossistema

(depleção de recursos), assim como seu suporte (proteção e melhoramento de

recursos), os benefícios que o ecossistema proporciona às pessoas (suporte de

vida) e as pressões advindas dele (doenças, climas extremos, perigos naturais); iii)

síntese, ou seja, o sistema como um todo (bem-estar humano e bem estar do

ecossistema juntos); e iv) ações, que são ou precisam ser tomadas para melhorar as

interações entre os dois eixos (PRESCOTT-ALLEN, 1996).

Aspectos positivos em relação a esse método incluem a sua flexibilidade,

uma vez que não existe um número fixo de indicadores em sua composição, bem

como sua adaptabilidade para aplicação em pequenas e grandes áreas

(KRONEMBERGER et al, 2008).

Composta por Wackernagel e Rees (1996), a pegada ecológica é um

indicador que se propõe a mensurar o impacto humano per capita no meio ambiente,

documentando quanto a capacidade regenerativa da biosfera é ocupada por

determinadas atividades humanas, podendo ser aplicada para rastrear demandas

humanas sobre o meio natural em níveis globais, nacionais, regionais, ou até

mesmo organizacionais ou individualmente. Tayra e Ribeiro (2006) apontam a

importância deste indicador no que concerne à constatação da intensificação do uso

irrefreado dos recursos naturais do planeta, embora sejam críticos à estaticidade da

ferramenta, que em sua metodologia, não permite extrapolações de tempo.

Em âmbito nacional, têm-se os Indicadores de Desenvolvimento Sustentável

(IDS), índices publicados bienalmente desde 2002 pelo Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE), que objetivam acompanhar a sustentabilidade do

padrão de desenvolvimento do país, e são organizados estruturalmente em quatro

dimensões: ambiental, social, econômica e institucional (IBGE, 2015).

De acordo com a referida publicação (IBGE, 2015), a dimensão ambiental

versa sobre fatores de pressão e impacto, relacionando-se à preservação e

conservação ambiental; a dimensão social corresponde à melhoria da qualidade de

Page 49 of 145

48

vida e justiça social; a dimensão econômica trata de informações relacionadas ao

uso e exploração dos recursos naturais, bem como ao gerenciamento de seus

resíduos, utilização energética e ao desempenho macroeconômico do país; e por

fim, a dimensão institucional trata dos aspectos políticos, mais precisamente sobre a

capacidade e esforços despendidos pelas autoridades e pela sociedade como um

todo para implementar as mudanças necessárias para o alcance do

desenvolvimento sustentável.

Em nível estadual, o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e

Social (IPARDES), publica anualmente seu indicador, o Índice IPARDES de

Desempenho Municipal (IPDM), medindo o desempenho dos trezentos e noventa e

nove municípios do estado do Paraná, considerando três dimensões, sendo: renda,

emprego e produção agropecuária; saúde e educação. Em sua elaboração, são

consideradas informações estatísticas disponibilizadas majoritariamente por órgãos

oficiais. Cada aspecto é responsável por 33,33% (um terço) do índice final, e sua

leitura é avaliada em uma escala de 0 a 1, em que o resultado mais próximo de 1

representa maior nível de desempenho do município em relação ao indicador

referido ou ao índice final (IPARDES, 2020).

Semelhantemente, existem indicadores e índices criados com o objetivo de

avaliar, particularmente, o desenvolvimento sustentável e a sustentabilidade em

municípios.

Acompanhando as tendências, a ABNT estabeleceu metodologias para um

conjunto de indicadores, com o intuito de mensurar o desenvolvimento sustentável

em comunidades urbanas, publicados na Norma 37120 (ABNT, 2017b). Essa NBR

apresenta cem indicadores, divididos entre essenciais e de apoio. Os indicadores

essenciais são considerados requisitos para a implementação da norma, enquanto

os indicadores de apoio são recomendáveis à aplicação. Adicionalmente, a norma

oferece ainda indicadores de perfil, que fornecem informações estatísticas e

contextuais para identificar potenciais cidades como critério comparativo. A NBR

37120 orienta como aferir os indicadores, porém utiliza-se de uma abordagem

holística, sem oferecer juízo de valor, tampouco especifica metas numéricas

referenciais; em outras palavras, a NBR não define limites aos indicadores.

Além de proporcionar a possibilidade de medir o desempenho dos serviços

urbanos e a qualidade de vida em um eixo temporal, uma das principais

contribuições dessa norma é a interação com outras certificações, como a NBR

Page 50 of 145

49

37101, que visa o estabelecimento de requisitos e orientações para um sistema de

gestão voltado ao desenvolvimento sustentável em comunidades, objetivando

nestas a promoção de inteligência e resiliência, permitindo o progresso rumo a seus

objetivos e visão (ABNT, 2017c).

Turnes e Costa (2008) desenvolveram o Sistema de Indicadores de

Desenvolvimento Municipal Sustentável (SIDMS), que assim como o IDS, contempla

as dimensões ambiental, social, econômica e política-institucional; e segundo Réus

(2012), tem como propósito avaliar os municípios quanto ao seu nível de

desenvolvimento sustentável, oferecendo à gestão pública uma ferramenta capaz de

minimizar problemas estruturais, e a partir desse panorama, contribuir para o avanço

do bem estar social dos munícipes. Por meio de um software, alimentado por um

banco de dados, o SIDMS calcula e visualiza os índices e indicadores,

apresentando-os em formas de gráficos, mapas ou como “termômetro do

desenvolvimento”. O parâmetro de classificação para o nível de desenvolvimento

sustentável do referido termômetro varia de 0 a 1, sendo os resultados mais

próximos do valor 1 os mais desejados.

Na mesma linha de raciocínio, Amadeo (2018) desenvolveu uma metodologia

para avaliar o desempenho urbano em cidades brasileiras com mais de cem mil

habitantes, a fim de investigar sua potencialidade em se tornar uma “Cidade

Inteligente Sustentável” (CIS). As CIS são tidas como centros urbanos que

convergem sua gestão e políticas públicas para a melhoria da qualidade de vida de

seus moradores, e que se desenvolvem respeitando as limitações dos recursos

naturais disponíveis para exploração com fins socioeconômicos (AMADEO, 2018).

O índice formulado por Amadeo (2018) é calculado a partir de indicadores

quantitativos e qualitativos, posteriormente parametrizados para tornar possível a

análise de desempenho, e avaliados em uma escala numérica de 0 a 1,

correspondendo aos níveis entre péssimo e ótimo, respectivamente.

Criado por Pereira (2011), o Indicador de Qualidade Socioambiental Urbana

(IQSAU), agrega informações características ao desenvolvimento sustentável

urbano, com ênfase na responsabilidade do aspecto ambiental enquanto fator

essencial à qualidade de vida da população. O índice originado do indicador resulta

do tratamento estatístico de informações agregadas em subindicadores e

indicadores comuns em suas perspectivas, que por sua vez, geram dimensões e

universos distintos, porém interligados.

Page 51 of 145

50

Na estrutura do IQSAU, a dimensão socioeconômica e a dimensão de

infraestrutura e serviços compõem o universo humano, enquanto a dimensão

ambiental e a dimensão climática compõem o universo ambiental, e dentre os temas

apurados pelos indicadores estão saúde, educação, empregabilidade e renda,

cultura, comunicação, saneamento básico, qualidade da água, solo, ar, qualidade

climática, entre outros. O índice obtido pelo indicador é interpretado em uma escala

de 0 a 100, avaliada entre péssima a ótima, de acordo com as faixas de pontuação.

O indicador foi aplicado pela autora nas dezesseis maiores cidades do estado

do Paraná, diagnosticando o primeiro decênio dos anos 2000 nestas localidades,

medindo “a qualidade que a cidade oferece para seus cidadãos com relação aos

aspectos socioeconômicos e socioambientais” (PEREIRA, 2011, p. 227).

Em síntese, existem inúmeras metodologias quanto ao desenvolvimento e

elaboração de indicadores e índices de sustentabilidade. Porém,

independentemente do sistema ou estrutura que se utilize, o que se destaca nessas

ferramentas é o holismo com o qual abordam e tentam compreender as relações

entre o homem e o meio natural.

2.3. Cidades inteligentes e sustentáveis

Os modelos atuais de desenvolvimento e ocupação do território urbano têm

incorrido em sérias problemáticas devido à pressão exercida ao meio ambiente,

impactando diretamente na qualidade de vida das pessoas.

Compreendendo a urgência em se tomar providências para reagir às

externalidades ambientais negativas, os últimos anos têm sido marcados por

iniciativas de cidades inteligentes, na tentativa de estimular os centros urbanos a

melhorarem suas relações socioambientais (MARSAL-LLACUNA, 2016).

Segundo Proença Junior e Duenhas (2020), muitas cidades vêem nos

sistemas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), potenciais veículos

para o enfrentamento dos desafios impostos pelo desenvolvimento.

No Brasil, já existem cidades utilizando-se de TICs em seu planejamento

urbano, como na capital de São Paulo, onde é possível trocar resíduos por pontos

de bilhete único para metrô (TRENTINE, 2015), e na capital do Rio de Janeiro, que

Page 52 of 145

51

conta com um centro de monitoramento 24 horas, com o objetivo de antever, reduzir

e preparar ações para combater transtornos causados por condições climáticas e

ocorrências como fluxo de tráfego, entre outras (WEISS et al., 2017).

Para Caragliu, Del Bo e Nijkamp (2011), uma cidade inteligente se forma

quando investimentos em capital humano e social, aliados ao uso de tecnologias de

comunicação alimentam o crescimento econômico sustentável e a qualidade de

vida, otimizando o uso dos recursos naturais por meio de uma gestão participativa.

Essa afirmação é reforçada por Duran e Perez (2015), pois sob a perspectiva

dos autores, uma cidade é inteligente quando o investimento social, os recursos

humanos, as comunicações e as infraestruturas prediais coexistem de forma

harmoniosa e sistemática através da utilização das TICs, que geram melhor

qualidade de vida e uma gestão eficiente dos recursos naturais por meio da

participação dos cidadãos.

Já o conceito de cidade sustentável, segundo Romero (2007), é aquela em

que a sociedade tem consciência de sua função enquanto agente transformador dos

espaços, e sua relação com o meio se dá pela sinergia entre prudência ecológica,

eficiência energética e equidade socioespacial.

De acordo com o Programa Cidades Sustentáveis (PCS), cidades

sustentáveis caracterizam-se por utilizar fontes de energia alternativas à hidrelétrica,

priorizam o transporte público, adotam políticas de reciclagem e reutilização de

recursos e materiais, além de limitarem consideravelmente os padrões de consumo

e desperdício (PCS, 2012). Segundo Roseland (1997), a cidade sustentável é o tipo

de assentamento humano mais durável que o homem é capaz de construir, uma vez

que esse modelo de cidade propicia padrão de vida aceitável, sem infringir

gravemente os limites dos sistemas naturais de que ela depende.

Nesse sentido, as cidades inteligentes podem ser entendidas como uma

extensão da cidade sustentável, utilizando-se de TICs como ferramenta gerencial,

objetivando a sustentabilidade urbana.

Já a terminologia “cidades inteligentes sustentáveis” tem sido comumente

encontrada em estudos recentes, e consiste na união entre o modelo de cidade

inteligente e o modelo de cidade sustentável (AMADEO, 2018).

Bibri e Krogstie (2017) pontificam que esse campo de pesquisa

Page 53 of 145

52

[...] vem como uma busca natural no planejamento e

desenvolvimento urbano, considerando os problemas não resolvidos

relativos aos modelos existentes da cidade sustentável em termos de

sua contribuição para a sustentabilidade, juntamente com as

deficiências associadas às abordagens de sustentabilidade

existentes para a cidade inteligente (BIBRI; KROGSTIE, 2017, p.

200).

É importante ressaltar que o desenvolvimento urbano das CIS não pode ser

reduzido somente ao uso de tecnologias, uma vez que a participação da sociedade

e o amparo e proteção aos recursos naturais também exercem importante papel no

planejamento urbano. Nesse sentido, as TICs devem ser entendidas como

ferramentas para otimizar os serviços da cidade, proporcionando qualidade

socioambiental urbana, por meio de sua utilização (AMADEO, 2018).

Page 54 of 145

53

CAPÍTULO 3

3. Material e métodos

Eu costumava ouvir as palavras de um homem

e confiar que ele agiria de acordo.

Agora, tendo ouvido suas palavras,

parto para observar suas ações.

Confúcio (551-479 a.C.)

Os Analectos, Livro V (2012).

Considerando-se os objetivos desta pesquisa, sua natureza é classificada

como sendo exploratória e descritiva.

Exploratória porque propõe descrever uma determinada situação, no intuito

de torná-la mais aparente, assim como objetiva explicitar as relações existentes ao

fato estudado, conforme afirma Gil (2010). Segundo Cervo e Bervian (1996), o uso

da pesquisa exploratória é recomendável quando os conhecimentos sobre o tema

estudado são escassos, como é o caso do desenvolvimento e aplicação de índices e

indicadores sustentáveis em nível local.

Sobre o propósito da pesquisa exploratória, Gil (2008, p. 27) aponta que a

sua principal finalidade é “desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias,

com vistas à formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis

para estudos posteriores”.

Já o aspecto descritivo ocorre porque possibilita descrever a realidade

estudada a partir do levantamento das informações coletadas. Na pesquisa

descritiva, de acordo com Santos (2000),

[...] após a primeira aproximação (pesquisa exploratória), o interesse

é descrever um fato ou fenômeno. Por isso, a pesquisa descritiva é

um levantamento das características conhecidas, componentes do

fato/fenômeno/problema. É normalmente feita na forma de

levantamentos ou observações sistemáticas do

fato/fenômeno/problema escolhido (SANTOS, 2000, p. 26).

Page 55 of 145

54

Sendo assim, as características da pesquisa descritiva enquadram-se no

objetivo proposto por este estudo, uma vez que o mesmo busca o entendimento e

correlação entre fenômenos a partir de observação, registro e análise de fatos e

variáveis.

Ainda sobre delineamento, pode-se também caracterizar esta pesquisa como

um estudo de caso, uma vez que compreende um processo investigativo profundo e

exaustivo sobre um fenômeno dentro de um determinado contexto ou realidade

(YIN, 2005). Segundo Boaventura (2004), o estudo de caso constitui-se de uma

metodologia de pesquisa classificada como aplicada, em que se busca a aplicação

prática de conhecimentos para a resolução de problemáticas sociais.

Do ponto de vista dos procedimentos técnicos utilizados na feitura deste

estudo, essa pesquisa classifica-se como bibliográfica, conforme especificado por

Lakatos (2010), pois parte de materiais secundários, ou seja, toda a bibliografia

tornada pública sobre o tema, como artigos, livros, dissertações e teses. Segundo a

referida autora (2010, p. 166), a finalidade da pesquisa bibliográfica é “[...] colocar o

pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito, ou filmado sobre

determinado assunto”, e sob a perspectiva de Trujillo (1974, p. 230), a bibliografia

permite ao pesquisador “[...] o reforço paralelo na análise de suas pesquisas ou

manipulação de suas informações”. Diante desse contexto, Lakatos (2010) ainda

explicita o caráter investigativo da pesquisa bibliográfica, que não se atém somente

em repetir informações sobre determinada área do saber, mas também contribui

para novas discussões, propiciando diferentes enfoques e abordagens, assim

originando conclusões inovadoras.

Ainda no que diz respeito à técnica, essa pesquisa também se tipifica como

documental, como denota Lakatos (2010), devido à utilização de dados obtidos em

fontes primárias (documentos de arquivos públicos, censos) ou ainda secundárias

(pesquisa estatística baseada em dados de recenseamento). Apesar de apresentar

delineamento semelhante à pesquisa bibliográfica, a pesquisa documental difere,

essencialmente, na natureza de suas fontes, conforme explica Gil (2010, p. 30): “A

pesquisa bibliográfica fundamenta-se em material elaborado por autores com o

propósito específico de ser lido por públicos específicos. Já a pesquisa documental

vale-se de toda sorte de documentos, elaborados com finalidades diversas [...]”.

Em relação à abordagem, considera-se esta pesquisa como quantitativa, de

acordo com Prodanov (2013), pois quantifica informações para posterior análise,

Page 56 of 145

55

utilizando-se de recursos estatísticos (percentagem, média, moda, mediana, desvio- padrão, coeficiente de correlação, análise de regressão etc). Muito embora este

estudo vá se utilizar inicialmente de dados quantitativos para fornecer subsídios para

a composição do índice proposto, existe, também, um tratamento qualitativo inerente

nesta pesquisa. Uma vez que os dados estejam matematicamente tratados, faz-se

necessária uma análise interpretativa dos mesmos, buscando uma atribuição de

significado sobre essas observações, e principalmente, de suas implicações e

desdobramentos para com o todo. É importante enfatizar que tal análise não se

restringe estritamente ao indutivismo, dada sua origem factual. Por outro lado, não é

possível dissociar ou mesmo ignorar o dinamismo e complexidade dos fenômenos

aos quais ela se relaciona e descreve.

3.1. Concepções metodológicas do Índice de Avaliação do Potencial de

Desenvolvimento de Cidades Inteligentes e Sustentáveis (IAPD-CIS)

Elaborado por Amadeo (2018), o IAPD-CIS procura avaliar, por meio da

agregação de indicadores, o desenvolvimento urbano em cidades brasileiras, com a

finalidade de analisar sua potencialidade em tornarem-se CIS. Como condição para

a aplicação da ferramenta, a metodologia proposta determina para as cidades, a

apresentação de população a partir de cem mil habitantes, e que as urbes possuam

acesso ao saneamento básico. Segundo a autora, tais características são requisitos

mínimos para as localidades poderem ser classificadas como inteligentes e

sustentáveis.

As informações utilizadas para formular os indicadores presentes neste

estudo foram obtidas por meio de coleta de campo, análise documental, pesquisa

bibliográfica, e consulta em vários órgãos e entidades oficiais.

Page 57 of 145

56

3.1.1. Interpretação dos valores do IAPD-CIS

Os indicadores que compõem o índice possuem características qualitativas e

quantitativas, apresentando suas informações em diferentes unidades de medida.

Portanto, com o objetivo de mensurar os resultados obtidos pelo cálculo dos

indicadores, o IAPD-CIS utiliza-se de uma escala de valores em intervalos

numéricos, correspondendo respectivamente a uma escala nominal, conforme o

Quadro 3.1:

Quadro 3.1 – Valoração do IAPD-CIS

VALORES ABSOLUTOS Condição do indicador

0,2 Péssima

0,4 Ruim

0,6 Regular

0,8 Boa

1 Ótima

Fonte: Neri (2012), adaptado por Amadeo (2018).

Os parâmetros para cada indicador são estabelecidos de acordo com valores

referenciais obtidos na literatura ou por sua abrangência no planejamento urbano,

podendo ser também: inexistente, em fase de análise, em fase de implantação ou

parcialmente disponível (até 25%, até 50%, até 75% e até 100%).

3.1.2. – Indicadores pertencentes ao IAPD-CIS

O IAPD-CIS é estruturado a partir de indicadores originalmente publicados

pela União Internacional de Telecomunicações (do inglês International

Telecommunications Union - ITU), Programa Cidades Sustentáveis (PCS) e pela

Norma NBR 37120/2017. Os indicadores utilizados no índice foram selecionados a

partir da perspectiva de quatro dimensões: ambiental, social, econômica e

tecnológica, e também por serem comuns entre as três propostas descritas acima.

Page 58 of 145

57

Em forma de apêndice, são apresentadas fichas resumitivas dos indicadores

selecionados, sua origem, tipo, sinergia com as metas do ODS 11, sua descrição

sumária, fórmula, bem como a respectiva interpretação de seus valores.

A Tabela 3.1 apresenta a síntese de valoração dos indicadores que compõem

o IAPD-CIS:

Page 59 of 145

58

Tabela 3.1 – Valoração dos Indicadores pertencentes ao IAPD-CIS

SÍNTESE DA VALORAÇÃO DOS INDICADORES

Condição do

Indicador

Péssima

0,2

Ruim

0,4

Regular

0,6

Boa

0,8

Ótima

1

Áreas Verdes Até 2m2/hab Até 5 m2/hab. Até 8m2/hab. Até 11m2/hab. 12 ou mais m2/hab.

Monitoramento

da qualidade do ar Inexistente Fase de análise Em até 2 regiões Em até 5 regiões Em toda a cidade

Ciclovias e

ciclofaixas Inexistente Fase de análise Em até 50% da

área

Em até 75% da

área

Em até 100% da

área

Fontes renováveis Inexistente Fase de análise 1 fonte alternativa Até 2 fontes

alternativas

3 ou mais fontes

alternativas

Plano de Gestão

Integrada de

Resíduos Sólidos

Inexistente Fase de análise

Existe o plano e até

50% da população

é atendida

Existe o plano e até

75% da população

é atendida

Existe o plano e até

100% da população

é atendida

Acesso

permanente e

sustentável à

água potável

Inexistente

Até 25% da

população tem

acesso

Até 50% da

população tem

acesso

Até 75% da

população tem

acesso

Até 100% da

população tem

acesso

Acesso à rede de

esgoto Inexistente

Até 25% da

população tem

acesso

Até 50% da

população tem

acesso

Até 75% da

população tem

acesso

Até 100% da

população tem

acesso

Tratamento de

Esgoto Inexistente Projeto de ETE em

fase de construção

Quando até 50%

do esgoto coletado

é tratado

Quando até 75%

do esgoto coletado

é tratado

Quando até 100%

do esgoto coletado

é tratado

Continua

Page 60 of 145

59

Continuação

SÍNTESE DA VALORAÇÃO DOS INDICADORES

Condição do

Indicador

Péssima

0,2

Ruim

0,4

Regular

0,6

Boa

0,8

Ótima

1

Unidades

básica de saúde

Quando não existir

unidades básicas de

saúde.

Quando existir 1

unidade básica de

saúde a cada 100

mil pessoas

Quando existirem 1

unidade básica de

saúde a cada 50

mil pessoas

Quando existirem 1

unidade básica de

saúde a cada 30

mil pessoas

Quando existirem 1

unidade básica de

saúde para cada

10.000 habitantes.

Taxa da

população

analfabeta acima

de 15 anos

10% ou mais, da

população

analfabeta

Até 7% da

população

analfabeta

Até 5 % da

população

analfabeta

Até 3 % da

população

analfabeta

Até 1 % da

população

analfabeta

Centros culturais,

casas e espaços

de cultura

Quando não existir

centro cultural

Quando existir 1

centro cultural a

cada 100 mil

pessoas

Quando existir 1

centro cultural a

cada 50 mil

pessoas

Quando existir 1

centro cultural a

cada 30 mil

pessoas

Quando existir 1

centro cultural a

cada 10.000

habitantes.

Polos

educacionais

Quando não existir

polo educacional

Quando existir 1

polo educacional a

cada 100 mil

pessoas

Quando existirem 1

polo educacional a

cada 50 mil

pessoas

Quando existirem 1

polo educacional a

cada 30 mil

pessoas

Quando existir 1

polo educacional a

cada 10.000

habitantes.

Taxa de

desemprego

Taxa de

desemprego de

12% ou mais

Taxa de

desemprego até

10%

Taxa de

desemprego até

8%

Taxa de

desemprego até

4%

Taxa de

desemprego até

1%

Índice de

Desenvolvimento

Humano (IDH)

municipal

0 – 0,499

Muito baixo

0500 – 0,599

Baixo

0,600 – 0,699

Médio

0,700 – 0,799

Alto

Maior que 0,800

Muito Alto

Continua

Page 61 of 145

60

Continuação

SÍNTESE DA VALORAÇÃO DOS INDICADORES

Condição do

Indicador

Péssima

0,2

Ruim

0,4

Regular

0,6

Boa

0,8

Boa

0,8

Parceria Público

Privada Inexistente Proposta em fase

de elaboração

Proposta em fase

de elaboração

Programa em fase

de implantação

Programa em fase

de implantação

Economia

Criativa Inexistente Proposta em fase

de elaboração

Proposta em fase

de elaboração

Programa em fase

de implantação

Programa em fase

de implantação

Domicílios com

acesso à internet Inexistente

Até 25% dos

domicílios têm

acesso à internet

Até 25% dos

domicílios têm

acesso à internet

Até 75% dos

domicílios têm

acesso à internet

Até 75% dos

domicílios têm

acesso à internet

Wifi livre público Inexistente

Até 25% dos

espaços públicos

têm Wifi livre

Até 25% dos

espaços públicos

têm Wifi livre

Até 75% dos

espaços públicos

têm Wifi livre

Até 75% dos

espaços públicos

têm Wifi livre

Centro municipal

de monitoramento

e alertas de

desastres naturais

Inexistente Em fase de

elaboração

Em fase de

elaboração

Em fase de

implantação

Em fase de

implantação

Smart Grid (Rede

elétrica

inteligente)

Inexistente Proposta em fase

de elaboração

Proposta em fase

de elaboração

Programa em fase

de implantação

Programa em fase

de implantação

Fonte: Amadeo (2018), organizado pelo autor.

Page 62 of 145

61

3.1.3. Matriz de avaliação do desempenho urbano

Após a aplicação dos indicadores na escala de valores absolutos, faz-se

necessária sua alocação em uma matriz, que tem por objetivo: i) calcular a nota do

desenvolvimento urbano da cidade; ii) calcular a nota de cada dimensão da cidade,

com o intuito de avaliá-las individualmente, para visualizar sua situação atual e quais

delas necessitam ações corretivas prementes, por parte da gestão municipal; e iii)

observar a carga sinergética de cada indicador, ou seja, a sua influência junto às

dimensões da cidade.

Considerando a totalidade do desenvolvimento urbano equivalente ao valor 1,

cada dimensão (ambiental, social, econômica e tecnológica) possui peso igual a

0,25. Portanto, quanto mais dimensões um mesmo indicador influencia dentro do

aspecto do desenvolvimento urbano, maior é sua sinergia na matriz, variando entre

os valores de: 0,25 para uma dimensão; 0,50 para duas dimensões; 0,75 para três

dimensões, e 1 para as quatro dimensões.

As sinergias dos indicadores são classificadas como fixa, variável ou sem

influência direta, uma vez que os mesmos podem variar entre as localidades onde o

índice for aplicado. O Anexo 01 apresenta a atuação de cada indicador no

planejamento urbano da cidade.

Após a análise dos aspectos sinergéticos dos indicadores, inicia-se o

preenchimento da matriz do IAPD-CIS, onde os indicadores e seus valores são

listados, em colunas distintas, de acordo com a classificação na escala de Neri

(2012), e, posteriormente, verifica-se a sinergia do indicador, assinalando um “x” na

coluna respectiva às dimensões sobre as quais o indicador exerceu influência. A

Tabela 3.3 demonstra a estruturação da matriz do IAPD-CIS:

Page 63 of 145

62

Tabela 3.2 – Matriz para Avaliação do Desenvolvimento Urbano

MATRIZ DE AVALIAÇÃO DO PLANEJAMENTO URBANO

Indicador

Valores

Absolutos

(0,2/ 0,4/ 0,6/

0,8/ 1)

Dimensão

Ambiental

0,25

Dimensão

Social

0,25

Dimensão

Econômica

0,25

Dimensão

Tecnológica

0,25

Sinergia

(0,25 /0,5

/0,75/1)

Nota = (Valor

absoluto *

Sinergia)

Indicador 1

Indicador 2

Indicador 3

Indicador 4

Indicador 5

Indicador n ... ... ... ... ... ... ...

Nota dim. =

∑Valor absoluto * 0,25

Nota do Plan.

Urb =∑

Fonte: Amadeo (2018).

Para cada indicador é atribuída uma pontuação, por meio da multiplicação dos valores sinérgicos (0,25; 0,5; 0,75 ou 1), pelo

valor absoluto relativo à escala de Neri (2012): 0,2; 0,4; 0,6; 0,8 ou 1, conforme a equação 3.1.3.1:

çã

=

Eq. 3.1.3.1

Page 64 of 145

63

Em que:

i.

é o valor da sinergia; e

ii.

é o valor absoluto do indicador.

Após a multiplicação, os resultados obtidos são dispostos na última coluna da

matriz e somados, de acordo com a equação 3.1.3.2:

= ∑

Eq. 3.1.3.2

Onde:

i.

corresponde à nota do desenvolvimento urbano obtida por meio

da somatória das pontuações de cada indicador (em pontos); e

ii.

corresponde ao número de indicadores da matriz.

A partir desta somatória será encontrada a nota final do desenvolvimento

urbano (NDU), expressa em porcentagem, por meio da equação 3.1.3.3:

=

100 (%) Eq. 3.1.3.3

Em que:

i.

representa o percentual equivalente à nota final obtida na avaliação

do planejamento urbano (NPU);

ii.

representa a nota do desenvolvimento urbano obtida com a

somatória de cada indicador; e

iii.

será a pontuação máxima que pode ser obtida na matriz, caso todos

os indicadores tenham valor absoluto e sinergia com o valor 1.

A nota de cada dimensão é obtida por meio da somatória dos valores

absolutos dos indicadores que as influenciam, multiplicado pelo valor fixo da sinergia

(0,25), conforme equação 3.1.3.4:

Page 65 of 145

64

= 0,25

Eq. 3.1.3.4

Onde:

i.

representa a nota da dimensão, em pontos;

ii. ∑

representa a somatória dos valores absolutos de cada indicador

da dimensão; e

iii. 0,25 representa a sinergia de cada dimensão.

Finalmente, para calcular a influência de cada dimensão na nota final, utiliza- se uma regra de três simples, apresentada na equação 3.1.3.5:

=

100 (%) Eq. 3.1.3.5

Em que:

i.

corresponde à influência da dimensão na nota final, em

porcentagem;

ii.

corresponde à nota da dimensão, em pontos; e

iii.

corresponde à nota do desenvolvimento urbano obtida por meio

da somatória das pontuações de cada indicador, em pontos.

3.1.4. Classificação do Potencial do Desenvolvimento Urbano

Para atribuir sentido aos valores obtidos pelos cálculos do índice, o IAPD-CIS

utiliza-se de uma escala numérica associada a uma escala nominal, dividida em

cinco intervalos de desenvolvimento urbano, como segue:

i. 01 a 45 pontos: insustentável, apontando a necessidade de

investimento imediato e generalizado em todas as dimensões da

cidade;

Page 66 of 145

65

ii. 46 a 59 pontos: em transição para a sustentabilidade, mostrando

indícios da adoção de ações e políticas públicas pontuais por parte da

gestão municipal, objetivando melhoria na qualidade ambiental e de

vida dos munícipes;

iii. 60 a 75 pontos: potencialmente sustentável, quando as dimensões

ambiental, social e econômica da cidade apresentarem notas

significantes, denotando potencial no uso racional de seus recursos e

investimentos, a ponto de progredir para uma cidade inteligente;

iv. 76 a 90 pontos: em transição para inteligente sustentável, quando a

cidade apresentar características potencialmente sustentáveis, e

também ações e infraestruturas baseadas em TICs, podendo ser

considerada uma cidade digital, categoria antecedente à cidade

inteligente; e

v. 91 a 100 pontos: potencialmente inteligente sustentável, quando a

cidade apresentar pontuações elevadas em todas as dimensões,

principalmente nos aspectos tecnológicos e de infraestrutura, e

possivelmente está provida de características definidas em literatura

para cidades inteligentes.

A classificação do potencial do desenvolvimento urbano é sintetizada na

Tabela 3.4:

Tabela 3.3 – Classificação do potencial do desenvolvimento urbano.

CLASSIFICAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO URBANO (%)

Classificação

Nominal

Insustentável

Em transição

para a

sustentabilidade

Potencialmente

Sustentável

Em

transição

para

inteligente

sustentável

Potencialmente

inteligente

sustentável

Intervalo 1 a 45 46 a 59 60 a 75 76 a 90 91 a 100

Fonte: WCCD (2018), adaptado por Amadeo (2018).

O objetivo da escala de classificação é mensurar o potencial do

desenvolvimento urbano, bem como identificar e evidenciar os aspectos positivos e

deficitários da cidade, auxiliando no aprimoramento do processo decisório por parte

Page 67 of 145

66

da gestão municipal, contribuindo para ações corretivas e impulsionadoras de

políticas públicas necessárias para aperfeiçoar as relações entre pessoas, meio

urbano e biofísico.

Page 68 of 145

67

CAPÍTULO 4

4. Caracterização da área de estudo

“Lugar onde os amigos se encontram”

Umuarama, na língua xetá.

(UMUARAMA, 2020).

A escolha do município de Umuarama, no Estado do Paraná, para o

desenvolvimento desta pesquisa, deu-se, sobretudo, pelos seguintes fatores: (i)

Estar entre as vinte maiores cidades paranaenses em situação domiciliar urbana

(IBGE, 2010); (ii) Sediar a Associação dos Municípios de Entre-Rios (AMERIOS); e,

(iii) Ineditismo de publicações relacionadas à aplicação de indicadores e índices que

busquem avaliar o grau de sustentabilidade e desenvolvimento urbano sustentável

no local.

4.1. Características do município

4.1.1. Localização

Umuarama está situada na região noroeste do Estado do Paraná, a 571 km

de distância de sua capital, Curitiba, a uma altitude média de 430 metros acima do

nível do mar, possuindo as seguintes coordenadas geográficas: 23o 47’ 55’’ de

latitude sul e 53o18’ 48’’ de longitude Oeste (UMUARAMA, 2020).

Segundo dados do (IBGE, 2010), a área territorial do município de Umuarama

é de 1.234,537 km2, fazendo limites com os municípios de Alto Paraíso, Cafezal do

Sul, Cruzeiro do Oeste, Douradina, Icaraíma, Ivaté, Maria Helena, Mariluz, Perobal e

Xambrê.

Page 69 of 145

68

O acesso por veículos terrestres se dá por meio de várias estradas. De

acordo com Saboia et al. (2019), a malha viária de Umuarama é composta por sete

rodovias estaduais, sendo: PR-182, PR-323, PR-468, PR-482, PR-489, PR-580, PR- 680 e PR-682, e em âmbito federal, a cidade é atravessada pela rodovia BR-487,

que a interliga ao Estado do Mato Grosso do Sul.

Dentre esses acessos, destaca-se notadamente a PR-323, que se estende

entre outras cidades importantes da região, como Maringá, Cianorte e Guaíra. A

Figura 4.1 ilustra a localização (destacada em verde) do município de Umuarama, no

Estado do Paraná.

Figura 4.1 – Localização geográfica do município de Umuarama no Estado do Paraná

Fonte: Instituto de Terras, Cartografia e Geologia do Paraná (ITCG, 2020).

4.1.2. Formação administrativa

Fundada em 26 de junho de 1955, por meio da Companhia Melhoramentos

Norte do Paraná, como distrito subordinado ao município de Cruzeiro do Oeste, a

localidade foi elevada à categoria de município pela Lei Estadual n° 4.245, de 25 de

julho de 1960. Umuarama abriga os distritos administrativos de Lovat, Roberto

Page 70 of 145

69

Silveira, Santa Elisa, Serra dos Dourados, Vila Nova União, e o povoado rural Vila

Nova Jerusalém (UMUARAMA, 2020).

4.1.3. Clima

De acordo com Aparecido et al. (2016), clima é um conjunto de condições

atmosféricas médias que caracterizam uma região, exercendo forte influência sobre

os ecossistemas e atividades humanas. O modelo de classificação climática de

Köppen é o sistema mais conhecido e utilizado para tal mapeamento, e consiste

basicamente na relação entre a temperatura do ar e precipitação com a distribuição

da vegetação natural, sendo expresso por letras correspondentes às interações

entre as categorias e níveis de clima (JYLHÄ, 2010).

Segundo estudo realizado acerca do zoneamento climático do estado do

Paraná (APARECIDO et al., 2016), o clima de Umuarama é considerado subtropical

úmido mesotérmico (classificação Cfa no sistema Köppen), caracterizado por verões

com temperaturas elevadas e incidências ocasionais de geadas durante o inverno

(Figura 4.2).

Page 71 of 145

70

Figura 4.2 – Classificação climática (Köppen) do Estado do Paraná

Fonte: IDR-Paraná (2020).

Conforme dados do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR- EMATER (IDR-PARANÁ, 2019), a temperatura média anual oscila entre 22,1oC e

23oC, sendo a mais baixa registrada de -1,4oC, em julho de 1975, e a mais alta de

48,0oC, em abril de 2012 (EFAZ, 2020). Já a precipitação anual varia de 1400 mm a

1600 mm, enquanto a umidade relativa do ar abrange a faixa de 65,1 a 70 pontos

percentuais, anualmente (IDR-PARANÁ, 2019). A Figura 4.3 apresenta o mapa de

temperatura média anual do Estado do Paraná.

Page 72 of 145

71

Figura 4.3 – Mapa de Temperatura Média Anual (°C) do Estado do Paraná

Fonte: IDR-Paraná (2020).

4.1.4. Hidrografia

O estado do Paraná está dividido institucionalmente em dezesseis bacias

hidrográficas: Litorânea, Iguaçu, Ribeira, Itararé, Cinzas, Tibagi, Ivaí, Paranapanema

1, Paranapanema 2, Paranapanema 3, Paranapanema 4, Pirapó, Paraná 1, Paraná

2, Paraná 3, Paraná 4 e Piquiri (PEREIRA, SCROCCARO, 2010). Embora o

município de Umuarama seja limítrofe às bacias do Ivaí, Paraná 2 e Piquiri, de

acordo com os critérios estipulados pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento

Econômico e Social (IPARDES, 2013), que leva em consideração a distribuição da

população rural e urbana dos municípios de cada bacia, Umuarama pertence à bacia

hidrográfica do rio Piquiri, pois a sede administrativa do município pertence a essa

bacia. Entretanto, como mostra a Figura 4.4, que ilustra as grandes bacias

hidrográficas do Estado do Paraná, com destaque (em verde) para Umuarama,

Page 73 of 145

72

percebe-se que os limites geográficos de Umuarama agregam outras duas bacias: A

do Ivaí e a do Paraná 2.

Figura 4.4 – Divisão das Bacias Hidrográficas do Estado do Paraná

Fonte: ITCG (2020).

Ainda que faça parte da bacia do Piquiri, a fonte de captação para o

abastecimento público de água da cidade é o Rio Piava, que tem sua nascente na

bacia do Ivaí, desaguando no Rio das Antas, que por sua vez, é afluente do Rio Ivaí

(SECUNDINI, 2018). A referida bacia abriga a Área de Proteção Ambiental (APA) do

Rio Piava, delimitada legalmente pelo Decreto Municipal n. 050/1998, e constituía-se

originalmente de uma área total de 3.851,00 ha, que foi ampliada para 8.344,6644

ha com a aprovação da Lei n. 3.849 de 17 de maio de 2012, comportando então 498

moradores na zona rural e 3.172 na zona urbana (UMUARAMA, 2013).

Consoante levantamento realizado pela Associação em Defesa ao Meio

Ambiente de Umuarama (ADEMA, 2008), os principais corpos hídricos que

percorrem o município, em um raio de 9 km, são os ribeirões: Vermelho,

Pinhalzinho, Veado, Piava e Tucuruví. O Quadro 4.1 apresenta algumas

informações sobre os referidos cursos d’água.

Page 74 of 145

73

Quadro 4.1 – Informações sobre os rios do município de Umuarama

1. Vermelho

Nasce nos limites com a APA Intermunicipal do Rio Xambrê, no lado Oeste da

cidade de Umuarama, aos fundos do Jardim Tarumã, nas proximidades do

Seminário Bom Pastor e deságua no Rio Xambrê.

2. Pinhalzinho

Tem suas nascentes nos afluentes: Riacho Mimoso, no Bosque dos Xetás, no

Riacho Guatambu no Parque Industrial, e no Rio da Prata, no Parque Monte

Carlo, além do Córrego Longe, Figueira e Ada, no Parque Canadá e Dom

Bosco, onde mais abaixo recebe o Riacho Canelinha, aos fundos do Jardim

São Cristóvão, desaguando no rio Goioerê, posteriormente no Rio Piquiri e

Rio Paraná.

3. Veado

Nasce no limítrofe com a APA, ao Norte da cidade, fundos dos bairros 28 de

Outubro, Verde Valle e 1° de Maio, e deságua no Rio Paraná, na localidade

de Porto Camargo.

4. Piava

Nasce na APA do Rio Piava, limitada pelas PR-580 (saída para Serra dos

Dourados) e PR-482 (saída para Maria Helena), além da Estrada Boiadeira ao

norte, havendo lotes urbanos próximos do Parque Jabuticabeiras, e abastece

a cidade de Umuarama e deságua no Rio das Antas, e depois no Rio Ivaí.

5. Tucuruvi Nasce no Parque Irani, passando pelo Lago Tucuruvi e Bosque Tucuruvi,

desaguando próximo à Estrada Pavão.

Fonte: ADEMA (2008), adaptado pelo autor.

4.1.5. Relevo, solo e vegetação

A respeito de seus aspectos físico-geomorfológicos, Umuarama está situada

no Terceiro Planalto Paranaense, sendo as formas predominantes de seu relevo os

topos alongados e aplainados, vertentes convexas e vales em “V”, modeladas em

rochas de Formação Caiuá (OKA-FIORI et al., 2006).

Os processos pedológicos atuantes na região resultaram nos seguintes tipos

de solo: Latossolo Vermelho-Escuro, Solo Podzólico, Solo Podzólico Vermelho- Escuro, Solo Podzólico Vermelho-Amarelo, Areias Quartzosas, Solos Hidromórficos

e Solos Aluviais (GASPARETTO, 1999).

A região Noroeste do Paraná, onde Umuarama está localizada, constitui-se,

predominantemente, de solos de material arenoso, instável, de baixa produtividade e

com extrema susceptibilidade a processos erosivos (MURATORI, 1997).

Page 75 of 145

74

Nessa área, especificamente, ocorre a formação geológica do Arenito Caiuá,

que apresenta fragilidade natural devido ao teor elevado de areia em sua

composição, podendo atingir até 90%, contrapondo-se a cerca de 1% de matéria

orgânica presente em sua estruturação (FONSECA & CZUY, 2005).

De acordo com Gasparetto (1999), esses fatores de ordem natural são

intensificados por intervenções antrópicas, como o manejo inadequado do solo, o

desmatamento generalizado e os processos de urbanização, incorrendo em

fenômenos como erosão, voçorocas, empobrecimento do solo, e assoreamentos.

Sobre a vegetação ocorrente na região, e segundo o IBGE (2019), Umuarama

pertence ao bioma Mata Atlântica, que cobre, além do Paraná, outros dezesseis

estados brasileiros. A formação florestal originária da área é denominada Floresta

Estacional Semidecidual, caracterizada por duas estações climáticas, sendo uma

chuvosa e outra seca, ou com marcante variação térmica (VELOSO; GÓES-FILHO,

1982).

De acordo com França Junior (2010), atualmente existem apenas fragmentos

da referida cobertura vegetal, em virtude dos processos colonizatórios, que, além da

ocupação humana, priorizaram o uso da terra para fins agrícolas e pecuários.

Ainda assim, segundo dados censitários do ano de 2010, a taxa de

arborização de vias públicas de Umuarama é de 95,5% (IBGE, 2010).

4.1.6. Demografia

Dados do último censo do IBGE (2010) apontam Umuarama com 100.676

habitantes e densidade demográfica de 81,67 hab/km2, o que lhe confere a 18a

posição entre as cidades mais populosas do estado, e a 279a colocação no país. A

população estimada para o ano de 2021 é de 113.416 pessoas, denotando um

crescimento de 12,65% em relação ao recenseamento anterior, levemente superior

à taxa estadual, estimada em 10,24% (IBGE, 2010).

Na Tabela 4.1 é apresentada a configuração demográfica da cidade, segundo

o tipo de domicílio e sexo (IBGE, 2010).

Page 76 of 145

75

Tabela 4.1 – População censitária de Umuarama segundo tipo de domicílio e sexo, no ano de 2010

Tipo de domicílio Masculina Feminina Total

Urbano 45.045 48.410 93.455

Rural 3.743 3.478 7.221

Total 48.788 52.888 100.676

Fonte: IBGE (2010).

Ao analisar os dados, verifica-se, em relação à taxa de urbanização, que

92,8% da população está concentrada no espaço urbano do município, ao passo

que 7,2% da população reside na zona rural, colocando Umuarama na 38a e 51a

colocações no Estado, respectivamente a esses aspectos. Quanto ao sexo, 48,5%

da população é composta por homens, e 51,5%, mulheres. Estes dados

representam as posições 384 e 11 no ranking estadual, nesta ordem (IBGE, 2010).

Sobre os grupos etários, a Tabela 4.2 mostra as faixas de idade, em anos,

assim como a divisão da população por sexo, na cidade.

Tabela 4.2 – População censitária de Umuarama, segundo faixa etária e sexo, em 2010

Faixa etária (anos) Masculina Feminina Total

0 a 5 3.696 3.748 7.444

6 a 14 6.534 6.311 12.851

15 a 24 8.914 9.155 18.069

25 a 39 11.899 12.388 24.267

40 a 59 11.902 13.572 25.474

60 e mais 5.837 6.734 12.571

Total 48.788 51.888 100.676

Fonte: IBGE (2010).

Verifica-se que a população adulta, entre as idades de 25 a 39 anos e 40 a 39

anos, predomina no município, com taxas de 24,1% e 25,3%, de modo respectivo.

Estes valores estão equiparados aos encontrados em âmbito nacional, que

correspondem a 24,50% e 22,8%, na devida ordem (IBGE, 2010).

Já a participação relativa da população idosa representa 12,5% do total, um

tanto acima do valor nacional, de 10,79% (IBGE, 2010). De forma complementar, a

proporção de crianças entre 0 e 5 anos é de 7,4%, enquanto a população de 6 a 14

anos e entre 15 a 24 anos compreendem 12,8% e 18% do total, respectivamente.

Page 77 of 145

76

A Tabela 4.3 apresenta a evolução populacional da cidade, assim como a

situação domiciliar, segundo amostragens censitárias de 1970 a 2010, de acordo

com dados extraídos do Sistema IBGE de Recuperação Automática (SIDRA, 2010).

Tabela 4.3 – População residente e situação domiciliar de Umuarama, de 1970 a 2010

Situação do

domicílio

1970 1980 1991 2000 2010

Urbano 33.280 59.879 77.541 82.625 93.455

Rural 80.417 40.676 22.708 8.065 7.221

Total 113.697 100.555 100.249 90.690 100.676

Fonte: SIDRA (2010).

Evidencia-se, a partir da década de 1970, crescimento expressivo no

processo de desruralização do município. Em 1980, o percentual da população

vivendo na área urbana praticamente duplicou, passando de 29,27% no decênio

anterior, para 59,55%. Essa tendência é recorrente nas décadas posteriores, com o

percentual de habitantes vivendo na zona rural decrescendo para 22,65% em 1991,

8,89% em 2000, e 7,17% em 2010.

No Brasil, o despovoamento do meio rural ocorreu, provenientemente, de

transformações socioeconômicas, sobretudo, pela intensificação da industrialização

na produção agrícola (SOUZA, 2010). Conforme Fabris e Roesler (2011), ainda que

a reorganização da atividade agrária tenha expandido e aprimorado as técnicas

produtivas, promovendo o progresso do setor em termos de produtividade e

rentabilidade, os impactos e disparidades sociais ocasionados por essa

reestruturação cresceram simultaneamente.

Consoante Martine e Garcia (1987), o modelo sob o qual se baseou a

modernização agrícola privilegiou deliberadamente a elite latifundiária, pela

facilidade da mesma ao acesso ao crédito rural, que possibilitava a mecanização da

lavoura em suas propriedades, incorrendo em maior produção e lucratividade, e,

consequentemente, na expansão de suas terras por meio da aquisição de

propriedades dos pequenos agricultores.

O campesinato, por sua vez, foi colocado à margem dos processos da

instrumentalização da agricultura. Alheios à sistematização tecnológica do trabalho e

atravessados pela redução do acesso à terra, muitos agricultores desfizeram-se de

Page 78 of 145

77

suas propriedades, submetendo-se às condições precárias do trabalho assalariado,

desprovidos de direitos e bens sociais (MASSELI, 1998).

Para Nadal (2003), o caráter excludente da automação no campo para com

os campesinos, ao esgotar as possibilidades e condições igualitárias de trabalho no

meio rural, provocou o crescimento massivo dos movimentos migratórios dessa

população em direção às cidades, alterando significativamente a estrutura social dos

centros urbanos.

Contudo, tal transição não assegurou a incorporação dessa parcela

populacional à urbanização, uma vez que a abruptalidade pela qual se deu esse

processo impediu a inclusão planejada desse contingente, reforçando ainda mais a

marginalização e o desequilíbrio social já existente (NADAL, 2003).

Em um recorte regional, o principal fator contributivo para a mobilidade

espacial da população rural para o meio urbano, deu-se, especialmente, pela

implementação da política de erradicação da cafeicultura, uma das principais

atividades econômicas da época (CARVALHO, 1999; PANAGIDES, 1969).

4.1.7. Informações econômicas

Informações do IBGE (2010) apontam, no ano de 2018, o salário médio

mensal dos trabalhadores formais em 2,2 salários mínimos, em Umuarama.

Comparando a outros municípios do Estado, a cidade encontrava-se em 4° lugar na

microrregião, e em 113° no ranking estadual. A proporção da população ocupada em

relação à população total era de 32,1% (2° lugar na microrregião e 38° no Estado).

De acordo com dados do IPARDES (2020), em 2010, as atividades

econômicas com maior número de empregos no município eram: Comércio, com

23,13% da participação total, seguido pela Indústria, com 16,58%, e a Construção,

com 8,61%. Serviços domésticos e Educação figuravam igualmente, ambos com

7,55%, enquanto a Agricultura aparecia com 5,95%. Já em 2018, os empregos

formais somavam 29.940 vagas.

A respeito dos indicadores econômicos, a última divulgação do IPARDES, em

2017 (IPARDES, 2020), apresentava o Produto Interno Bruto (PIB) per capita em R$

Page 79 of 145

78

29.870,00, enquanto a renda média domiciliar per capita em 2010 (IPARDES, 2020)

era de R$ 861,14.

4.1.8. Educação

De acordo com o Portal Cidades (IBGE, 2010), a taxa de escolarização da

população entre 6 a 14 anos de idade, em Umuarama é de 97,9%, 14a posição na

microrregião, e 212a no Estado.

Em 2007, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio

Teixeira (INEP), autarquia federal vinculada ao Ministério da Educação (MEC), e

responsável pela subvenção das formulações de políticas educacionais no país,

criou o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), com o intuito de

mensurar a qualidade do aprendizado e monitorar o desempenho das metas da

educação, a nível nacional. Divulgado a cada biênio, o IDEB é estruturado a partir de

dois componentes: a taxa de rendimento (aprovação) e as médias de desempenho

nas avaliações escolares (INEP, 2015).

De acordo com o MEC/INEP (2019), o resultado do IDEB para a 4a série/5°

ano da rede pública municipal umuaramense foi 6,6, em uma escala de 0 a 10. O

referido escore coloca Umuarama em 87° lugar no ranking estadual, e em 4° lugar

em sua microrregião (IBGE, 2019).

Essa pontuação vai de encontro aos parâmetros estabelecidos pelo próprio

instituto, que estipulou como meta para 2022 o alcance de 6 pontos,

correspondendo à média observada em sistemas educacionais de países

desenvolvidos (MEC, 2020).

No que concerne à taxa de analfabetismo, dados do DATASUS mostram que

em 2010, este índice era de 6% no município, representando 0,99% da participação

total da população estadual analfabeta (DATASUS, 2020).

As informações socioeconômicas disponibilizadas pelo sistema DATASUS

são geradas a partir de dados do censo demográfico de 2010, realizado pelo IBGE,

e que considerou como analfabetas as pessoas maiores de 15 anos que se

declararam incapazes de ler e escrever, e aquelas que conseguem somente assinar

Page 80 of 145

79

o próprio nome, incluindo as pessoas que aprenderam a ler e escrever, mas

esqueceram (IBGE, 2010).

Em Umuarama, esse fenômeno é mais evidente entre as pessoas com 50

anos ou mais, e atinge 16,70% dessa faixa populacional (IBGE, 2010).

Acerca do quantitativo de estabelecimentos de ensino presentes no

município, em 2019, Umuarama contava com 86 unidades educacionais distribuídas

entre os âmbitos federal, estadual, municipal e particular, abrangendo desde a

educação infantil ao ensino médio. Deste recorte, têm-se o total de 1.426 docentes,

e 24.583 matrículas, no município (IPARDES, 2020).

No que se refere ao ensino superior, em 2018 existiam 8.255 matrículas nas

modalidades presencial e à distância, 723 docentes e 18 unidades de ensino,

considerando-se as instituições de ensino superior sediadas na cidade e polos de

apoio (IPARDES, 2020).

4.1.9. Saúde

Informações extraídas do Portal Cidades e Estados do IBGE apontam que em

2017, Umuarama apresentava 15,32 óbitos por mil nascidos vivos, o que

posicionava o município na 6a colocação na microrregião e em 99a no estado. Em

2009, a cidade contava com 63 estabelecimentos de saúde do SUS, e o número de

internações por diarreia em 2016 era de 1,1 por mil habitantes (IBGE, 2020).

Page 81 of 145

80

CAPÍTULO 5

5. Resultados e discussão

Não vivemos o presente, parece que estamos passando por ele; parece que

precisamos passar por um grande choque ou parada forçada, como um

ataque cardíaco, ou um câncer maligno, um aviso da natureza humana e do

planeta, para que a gente pare, simplesmente pare, e faça cada coisa em

seu tempo, e esteja presente em tudo, e veja até que ponto estamos presos

e dormentes, até que ponto somos marionetes de demandas que não são

saudáveis mental e biologicamente

(PELIZOLLI, 2006, p. 11).

5.1. Estudo de caso: aplicação do IAPD-CIS em Umuarama-PR

A seguir são apresentados os resultados obtidos com a aplicação do IAPD- CIS para o município de Umuarama-PR.

1) Áreas verdes

Segundo a OMS, o referencial ideal de área verde por habitante nos centros

urbanos é de 36m2, equivalente a três árvores, por morador (MENEZES;

BREMBATTI; STORCK, 2016). Embora não existam dados oficiais a respeito da

totalidade de áreas verdes do município de Umuarama, que contemplem a área total

de praças, canteiros centrais e parques, de acordo com o IBGE (2010), a taxa de

arborização do município é de 95,5%, equivalente a 34,2m2 de área verde, por

habitante.

Sendo assim, este indicador recebeu a pontuação máxima da escala

sugerida, 1 ponto.

Page 82 of 145

81

2) Monitoramento da qualidade do ar

Consoante levantamento junto ao Instituto Água e Terra (IAT), o estado do

Paraná possui oito estações automáticas de amostragem de ar na região

metropolitana de Curitiba, e outras seis estações distribuídas entre as cidades de

Ponta Grossa, Paranaguá, Londrina, Maringá, Foz do Iguaçu e Cascavel (IAT,

2021). Porém, até o momento da realização desta pesquisa, não existem

perspectivas de ampliação da rede para outras cidades da região Noroeste do

estado.

Dessa forma, o indicador recebeu 0,2 pontos, pois inexiste monitoramento da

qualidade do ar na cidade.

3) Ciclovias e ciclofaixas

Segundo informações publicadas pela prefeitura da cidade (UMUARAMA,

2021), existem atualmente três ciclovias em Umuarama, sendo uma finalizada, com

1.170 metros de extensão, equivalente a 3.515,22 m2, e outras duas obras em

andamento: uma com 500 metros de extensão e 1.504,75 m2, e a outra com 4,3

quilômetros de extensão, totalizando 12.937,83 m2.

A partir desses dados, atribuiu-se 0,6 pontos a esse indicador, uma vez que

esse valor representa até 50% da malha urbana do município.

4) Participação de fontes renováveis na matriz energética do município

Segundo informações da Associação Comercial, Industrial e Agrícola de

Umuarama (ACIU), atualmente, existem vinte empresas no município atuando no

ramo de energias renováveis, predominantemente oferecendo serviços referentes à

energia fotovoltaica (ACIU, 2021).

De acordo com pesquisa realizada junto às informações compiladas sobre as

unidades consumidoras com geração distribuída (GD) pela Agência Nacional de

Energia Elétrica (ANEEL), até 2021, Umuarama conta com 820 GDs de energia

fotovoltaica, distribuídos de entre as seguintes classes de consumo: 657

residenciais, 106 comerciais, 29 industriais e 28 rurais (ANEEL, 2021).

Page 83 of 145

82

Embora o biogás também figure entre as fontes renováveis disponíveis no

município, existe apenas 1 GD, localizado na área rural, portanto tal fonte não foi

considerada para este estudo.

Sendo assim, a condição para esse indicador é 0,6 pontos.

5) Plano de gestão integrada de resíduos sólidos

A prefeitura de Umuarama elaborou, em 2014, um novo Plano de Gestão

Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos (PGIRSU), viabilizando a análise da

quantificação dos resíduos enviados ao aterro municipal.

Além disso, Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental

(ABES) publica anualmente o Ranking ABES da Universalização do Saneamento, e

em 2021 (considerando o ano de 2019 como referência para as bases analisadas), o

município de Umuarama coletou 92,83% do total de seus resíduos sólidos, indicador

entendido como a taxa de cobertura do serviço de coleta de resíduos sólidos

domiciliares em relação à população total do município (ABES, 2021).

Nesse mesmo período, a destinação adequada de resíduos sólidos da cidade

atingiu a universalização do serviço, ou seja, 100% de resíduos sólidos gerados pelo

município foram destinados adequadamente (ABES, 2021).

Portanto, este indicador recebeu 1 ponto na escala de valoração do IAPD- CIS.

6) Acesso permanente sustentável à água potável

A Companhia de Saneamento do Paraná (SANEPAR) é responsável pela

prestação de serviços de saneamento básico de trezentos e quarenta e cinco

municípios do estado do Paraná, incluindo Umuarama.

Segundo informações extraídas do Relatório Anual da Qualidade da Água,

em 2020 (SANEPAR, 2020), a rede de abastecimento de água tratada esteve

disponível para 100% da população urbana da cidade, e a água captada enquadra- se aos padrões das resoluções 357/05 e 396/08 do Conselho Nacional do Meio

Ambiente (CONAMA), do Ministério do Meio Ambiente, sendo apropriada ao

tratamento para consumo humano.

Assim sendo, o indicador pontua em totalidade na escala, com 1 ponto.

Page 84 of 145

83

7) Acesso à rede de esgoto

De acordo com o Ranking ABES da Universalização do Saneamento 2021

(ABES, 2021), Umuarama apresenta altos índices de esgotamento sanitário, com

99,99% de coleta de esgoto (índice de atendimento da população total com rede de

esgotos). O ano base para referência dos dados é 2019.

Dessa forma, este indicador recebe 1 ponto na escala de valoração.

8) Tratamento de esgoto

Em relação ao índice de esgoto tratado referido à água consumida,

Umuarama apresentou 100% de tratamento do volume de esgoto captado, no ano

base de 2019 (ABES, 2021).

Entre as cidades com mais de cem mil habitantes, Umuarama posiciona-se

como a 5a colocada em todo país (UMUARAMA, 2020b).

Logo, sua pontuação na escala de valores do IAPD-CIS, referente a esse

indicador, é 1 ponto.

9) Unidades Básicas de Saúde

De acordo com o IPARDES (2021), com informações referenciais do último

recenseamento, em 2010, Umuarama possuía vinte duas unidades básicas de

saúde. Considerando a população total de 100.676 habitantes (IBGE, 2010), a

cidade conta com 1 UBS oferecendo atendimento para cada 4.576 moradores.

Isto posto, o indicador recebe 1 ponto.

10) Taxa de população analfabeta acima de 15 anos

Segundo informações do IPARDES (2021), a taxa de analfabetismo em 2010

era de 6,23% para os umuaramenses nessa faixa etária. Deste modo, a pontuação

para esse indicador é 0,4 pontos.

Page 85 of 145

84

11) Centros culturais, casas e espaços culturais

Até 2020, Umuarama contava com 18 equipamentos culturais, sendo 1

auditório, 7 livrarias, 3 bibliotecas, 3 centros culturais, 3 teatros e 1 cinema

(IPARDES, 2021). Sendo assim, existe 1 equipamento cultural para cada 5.593

habitantes, de acordo com a população total (IBGE, 2010).

Analisando essas informações, o indicador pontua com 1, na escala de

valores do IAPD-CIS.

12) Polos educacionais

Em 2020, Umuarama contava com 86 estabelecimentos de ensino,

atendendo desde a educação infantil, ensino fundamental e médio, incluindo classes

exclusivas para educação especial e educação de jovens e adultos (EJA), nas

esferas municipal, estadual e federal (IPARDES, 2021). Em relação ao ensino

superior, existem 22 unidades educacionais, públicas e privadas, oferecendo ensino

nas modalidades presencial, semi-presencial e à distância (IPARDES, 2021).

Dessa maneira, o quantitativo de instituições de ensino oferece uma

cobertura de 1 polo educacional para cada 932 habitantes, levando em consideração

a população total (IBGE, 2010).

A partir dessas informações, atribui-se 1 ponto a este indicador.

13) Taxa de desemprego

Segundo informações do DATASUS (2010), a taxa de desemprego, entendida

como o percentual da população de 16 anos e mais, economicamente ativa e

desocupada, neste período, foi de 5,62%, para Umuarama.

Assim sendo, o valor para este indicador é 0,6 pontos.

14) Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM)

Consoante dados do IPARDES (2010), Umuarama apresentava o valor de

0,761 para o IDHM em 2010, classificado como alto dentro da escala proposta pelo

Page 86 of 145

85

PNUD (2013). À vista disso, o indicador recebeu 0,8 pontos na escala de valoração

do índice.

15) Parceria Público Privada

Umuarama criou em 2019 a Comissão de Gerência do Programa Municipal

de Parcerias Público-Privadas (CGPP), que tem por objetivo fomentar, analisar,

coordenar e fiscalizar eventuais convênios fechados entre o poder público municipal

e empresas e entidades privadas da cidade (UMUARAMA..., 2020). A CGPP foi

instituída pelo Decreto n° 274/2019, e visa fortalecer a Lei n° 11.079, de 30 de

dezembro de 2004, que institui normas gerais para licitação e contratação de

parceria público-privada no âmbito da administração pública.

Dessarte, o indicador recebe 1 ponto na escala do IAPD-CIS.

16) Economia criativa

A cidade conta com a Fundação Cultural de Umuarama, um espaço com

ampla estrutura funcional para apoiar iniciativas culturais promovidas tanto pelo

município quanto pela sociedade. Em sua estrutura, a Fundação possui um teatro

com capacidade de atender 640 pessoas, e salas para realização de oficinas e

cursos. Entre as atividades ofertadas pela Fundação Cultural estão aulas de viola

caipira e violão, corais para jovens e adultos, e oficinas de dança como forró,

flamenco e dança do ventre, estas últimas em parceria com o Campus Umuarama

do Instituto Federal do Paraná (IFPR), como parte do projeto de extensão “Faça Arte

no IF” (UMUARAMA, 2020).

Umuarama também conta com a Feira Agroecológica de Inclusão Social,

Cultura e Artes (Faísca), criada a partir do ideal de economia solidária e da

sustentabilidade, e primeiramente concebida como um projeto da Incubadora de

Empreendimentos Econômicos Solidários da Universidade Estadual de Maringá

(UEM), Campus de Umuarama. A Faísca tem como objetivo incentivar a

comercialização de produtos agroecológicos, orgânicos, artesanatos, além de

promover apresentações culturais.

Por conseguinte, esse indicador recebeu 1 ponto na escala de valoração.

Page 87 of 145

86

17) Domicílios com acesso à internet

De acordo com dados da Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL),

a cidade apresenta densidade de banda larga fixa de 93,5 acessos a cada 100

domicílios, valor 32,4% maior que a densidade estadual, de 70,6; e 67,9% maior que

a densidade do Brasil, que é de 55,7 (ANATEL, 2021).

Dessa forma, a nota para esse indicador é a máxima, 1 ponto.

18) Indicador WiFi público

Em 16 de julho de 2018 foi sancionada a Lei Municipal n° 4.282, que criou o

“Programa de Internet Móvel WI-FI PRAÇAS CONECTADAS”, fornecendo aos

frequentadores e usuários destes espaços públicos, internet móvel WiFi gratuita, que

pode ser acessada por dispositivos como celulares, tablets, smartphones, notebooks

e demais aparelhos que possuam dispositivos compatíveis com o padrão WiFi de

conexão com a internet (UMUARAMA, 2018).

Ademais, o município conta com o projeto “Árvore Digital”, com a instalação

de estruturas capazes de suportar conexões simultâneas de banda larga, além de

carregar aparelhos portáteis e móveis, por meio de energia solar, sem ônus para a

prefeitura, uma vez que são viabilizadas financeiramente por meio de veiculação de

anúncios de empresas que desejam divulgar seus produtos e serviços. O serviço

está disponível em três pontos da cidade: nas praças Santos Dummont, Arthur

Thomas e Miguel Rossafa (UMUARAMA, 2018a).

Devido à pequena abrangência do programa, a nota para esse indicador é de

0,4 pontos.

19) Centro municipal de monitoramento e alertas de desastres naturais

Embora não exista um centro municipal de monitoramento e alertas de

desastres naturais, Umuarama é um dos 959 municípios brasileiros monitorados

pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais

(CEMADEN) (CEMADEN, 2021).

O CEMADEN é um órgão ligado ao Ministério de Ciência e Tecnologia, e

monitora ameaças naturais em áreas de riscos em municípios suscetíveis à

Page 88 of 145

87

ocorrência de desastres de ordem natural, como é o caso de Umuarama,

principalmente por apresentar problemas relacionados à fragilidade do solo,

ocasionado por processos erosivos provocados por fluxos de água.

Sendo assim, a pontuação para esse indicador é de 1 ponto.

20) Smart Grid (Rede Elétrica Inteligente)

Em 5 de novembro de 2018 foi assinado em Curitiba o Decreto n° 11.538, que

trata sobre a criação do Projeto Smart Energy Paraná e visa consolidar a

competência do estado em geração distribuída por fontes de energia renováveis

conectada a redes inteligentes. O Art. 2° do decreto tem como objetivos:

I - promover a adequação da rede de energia elétrica convencional

em rede inteligente;

II - promover a disseminação da geração distribuída por fontes de

energias renováveis, usando, principalmente, aquela oriunda de

geração eólica, fotovoltaica, PCH, CGH, biomassa, biogás e

aproveitamento energético de resíduos sólidos urbanos;

III - incentivar modelos de aplicação para a eficiência energética;

IV - promover o desenvolvimento de competências locais neste tema;

V - sensibilizar e educar a sociedade na utilização inteligente dessas

novas tecnologias;

VI - implementar plataforma de certificação e exposição de

tecnologias no Instituto de Tecnologia do Paraná - TECPAR;

VII - estabelecer ambientes de Inovação e Experimentação em

energias renováveis no Estado. (PARANÁ, 2018).

Já em 2021, a Companhia Paranaense de Energia (COPEL), colocou em

operação o Sistema Avançado de Gerenciamento de Distribuição da Copel, ou

Advanced Distribution Management System (ADMS), que supervisiona e controla em

tempo real algumas de suas subestações de energia elétrica (COPEL..., 2021).

Outrossim, a COPEL iniciou a implantação do programa Rede Elétrica

Inteligente, previsto inicialmente para 151 municípios das regiões Oeste, Sudoeste e

Centro-Sul e Leste. Em todas as unidades consumidoras os medidores atuais serão

substituídos por medidores digitais, e dentre os benefícios oferecidos ao

consumidor, estão a religação automática, controle de consumo, leitura à distância e

qualidade da energia (COPEL..., 2021a).

Page 89 of 145

88

A etapa inicial do programa será executada em até 30 meses, sem previsão

anunciada para a implantação na região Noroeste do estado. Por isso, a nota para

esse indicador é 0,8.

Page 90 of 145

89

A Tabela 5.1 apresenta a síntese de valoração atribuída aos indicadores do IAPD-CIS, para o município de Umuarama-PR:

Tabela 5.1 – Síntese de Valoração dos Indicadores do IAPD-CIS aplicados ao município de Umuarama-PR

ESCALA DE VALORES

Condição do

Indicador

Péssima

0,2

Ruim

0,4

Regular

0,6

Boa

0,8

Ótima

1 Valor Final

Áreas Verdes Até 2m2/hab Até 5 m2/hab Até 8m2/hab. Até 11m2/hab. 12 ou mais m2/hab. 1

Monitoramento

da qualidade do ar

Inexistente Fase de análise Em até 2 regiões Em até 5 regiões Em toda a cidade 0,2

Ciclovias e

ciclofaixas

Inexistente Fase de análise Em até 50% da

área

Em até 75% da

área

Em até 100% da

área 0,6

Fontes renováveis Inexistente Fase de análise 1 fonte alternativa Até 2 fontes

alternativas

3 ou mais fontes

alternativas 0,6

Plano de Gestão

Integrada de

Resíduos Sólidos

Inexistente Fase de análise

Existe o plano e até

50% da população

é atendida

Existe o plano e até

75% da população

é atendida

Existe o plano e até

100% da população

é atendida

1

Acesso

permanente e

sustentável à

água potável

Inexistente

Até 25% da

população tem

acesso

Até 50% da

população tem

acesso

Até 75% da

população tem

acesso

Até 100% da

população tem

acesso

1

Acesso à rede de

esgoto

Inexistente

Até 25% da

população tem

acesso

Até 50% da

população tem

acesso

Até 75% da

população tem

acesso

Até 100% da

população tem

acesso

1

Continua

Page 91 of 145

90

Continuação

ESCALA DE VALORES

Condição do

Indicador

Péssima

0,2

Ruim

0,4

Regular

0,6

Boa

0,8

Ótima

1 Valor Final

Tratamento de

Esgoto

Inexistente Projeto de ETE em

fase de construção

Quando até 50%

do esgoto coletado

é tratado

Quando até 75%

do esgoto coletado

é tratado

Quando até 100%

do esgoto coletado

é tratado

1

Unidadades

básica de saúde

Quando não existir

unidades básica de

saúde.

Quando existir 1

unidade básica de

saúde a cada 100

mil pessoas

Quando existirem 1

unidade básica de

saúde a cada 50

mil pessoas

Quando existirem 1

unidade básica de

saúde a cada 30

mil pessoas

Quando existirem 1

unidade básica de

saúde para cada

10.000 habitantes.

1

Taxa da

população

analfabeta acima

de 15 anos

10% ou mais, da

população

analfabeta

Até 7% da

população

analfabeta

Até 5 % da

população

analfabeta

Até 3 % da

população

analfabeta

Até 1 % da

população

analfabeta

0,4

Centros culturais,

casas e espaços

de cultura

Quando não existir

centro cultural.

Quando existir 1

centro cultural a

cada 100 mil

pessoas

Quando existirem 1

centro cultural a

cada 50 mil

pessoas

Quando existirem 1

centro cultural a

cada 30 mil

pessoas

Quando existirem 1

centro cultural a

cada 10.000

habitantes.

1

Polos

educacionais

Quando não existir

polo educacional.

Quando existir 1

polo educacional a

cada 100 mil

pessoas

Quando existirem 1

polo educacional a

cada 50 mil

pessoas

Quando existirem 1

polo educacional a

cada 30 mil

pessoas

Quando existirem 1

polo educacional a

cada 10.000

habitantes.

1

Taxa de

desemprego

Taxa de

desemprego de

12% ou mais

Taxa de

desemprego até

10%

Taxa de

desemprego até

8%

Taxa de

desemprego até

4%

Taxa de

desemprego até

1%

0,6

Continua

Page 92 of 145

91

Continuação

ESCALA DE VALORES

Condição do

Indicador

Péssima

0,2

Ruim

0,4

Regular

0,6

Boa

0,8

Ótima

1 Valor Final

Índice de

Desenvolvimento

Humano (IDH)

municipal

0 - 0,499

Muito baixo

0500 – 0,599

Baixo

0,600 -0,699

Médio

0,700- 0,799

Alto

Maior que 0,800

Muito Alto 0,8

Parceria Público

Privada Inexistente Proposta em fase

de elaboração

Programa em fase

de avaliação

Programa em fase

de implantação

Programa de PPP

consolidado 1

Economia

Criativa Inexistente Proposta em fase

de elaboração

Programa em fase

de avaliação

Programa em fase

de implantação

Programa de

Economia Criativa

consolidado

1

Domicílios com

acesso à internet Inexistente

Até 25% dos

domicílios têm

acesso à internet

Até 50% dos

domicílios têm

acesso à internet

Até 75% dos

domicílios têm

acesso à internet

Até 100% dos

domicílios têm

acesso à internet

1

Wifi livre público Inexistente

Até 25% dos

espaços públicos

têm Wifi livre

Até 50% dos

espaços públicos

têm Wifi livre

Até 75% dos

espaços públicos

têm Wifi livre

Até 100% dos

espaços públicos

têm Wifi livre

0,4

Centro municipal

de monitoramento

e alertas de

desastres naturais

Inexistente

Em fase de

elaboração

em fase de

avaliação

em fase de

implantação Centro consolidado 1

Smart Grid (Rede

elétrica

inteligente)

Inexistente Proposta em fase

de elaboração

Programa em fase

de avaliação

Programa em fase

de implantação

Smart Grid

consolidada 0,8

Fonte: Amadeo (2018).

Page 93 of 145

92

Uma vez atribuídos os valores absolutos para cada indicador, prossegue-se

para a próxima etapa: a aplicação da matriz de desenvolvimento urbano,

apresentada na seção a seguir.

Page 94 of 145

93

5.1.1. Aplicação da matriz de avaliação de desenvolvimento urbano em Umuarama-PR

Tabela 5.2 - Matriz de desenvolvimento urbano aplicada ao município de Umuarama-PR

MATRIZ DE DESENVOLVIMENTO URBANO APLICADA A UMUARAMA-PR

Indicador

Valores

Absolutos

Dimensão

Ambiental

0,25

Dimensão

Social

0,25

Dimensão

Econômica

0,25

Dimensão

Tecnológica

0,25

Sinergia

Valor absoluto *

sinergia = nota

Áreas Verdes 1 X X X X 1 1

Monitoramento

da qualidade do

ar

0,2 X X X X 1 0,2

Ciclovias e

ciclofaixas

0,6 X X X 0,75 0,45

Fontes

renováveis

0,6 X X X 0,75 0,45

Plano de

Gestão

Integrada de

Resíduos

Sólidos

1 X X X 0,75 0,75

Continua

Page 95 of 145

94

Continuação

MATRIZ DE DESENVOLVIMENTO URBANO APLICADA A UMUARAMA-PR

Indicador

Valores

Absolutos

Dimensão

Ambiental

0,25

Dimensão

Social

0,25

Dimensão

Econômica

0,25

Dimensão

Tecnológica

0,25

Sinergia

Valor absoluto *

sinergia = nota

Acesso

permanente e

sustentável à

água potável

1 X X X 0,75 0,75

Acesso à rede

de

esgoto

1 X X X 0,75 0,75

Tratamento de

Esgoto

1 X X X 0,75 0,75

Unidades

básica de saúde

1 X X X 0,75 0,75

Taxa da

população

analfabeta

acima

de 15 anos

0,4 X X X 0,75 0,30

Continua

Page 96 of 145

95

Continuação

MATRIZ DE DESENVOLVIMENTO URBANO APLICADA A UMUARAMA-PR

Indicador

Valores

Absolutos

Dimensão

Ambiental

0,25

Dimensão

Social

0,25

Dimensão

Econômica

0,25

Dimensão

Tecnológica

0,25

Sinergia

Valor absoluto *

sinergia = nota

Centros

culturais,

casas e

espaços

de cultura

1 X X 0,50 0,50

Polos

educacionais

1 X X X X 1 1

Taxa de

desemprego

0,6 X X X X 1 0,60

Índice de

Desenvolviment

o

Humano (IDH)

municipal

0,8 X X 0,50 0,40

Parceria

Público

Privada

1 X 0,25 0,25

Continua

Page 97 of 145

96

Continuação

MATRIZ DE DESENVOLVIMENTO URBANO APLICADA A UMUARAMA-PR

Indicador

Valores

Absolutos

Dimensão

Ambiental

0,25

Dimensão

Social

0,25

Dimensão

Econômica

0,25

Dimensão

Tecnológica

0,25

Sinergia

Valor absoluto *

sinergia = nota

Economia

Criativa

1 X X X 0,75 0,75

Domicílios com

acesso à

internet

1 X X X 0,75 0,75

Wifi livre

público

0,4 X X X 0,75 0,30

Centro

municipal

de

monitoramento

e alertas de

desastres

naturais

1 X X X X 1 1

Smart Grid

(Rede Elétrica

Inteligente)

0,8 X X X X 1 0,80

ΣValor Absoluto

* 0,25 = 10,8 * 0,25 = 2,7 14,8 * 0,25 = 3,7 16,4 * 0,25 = 4,1 8 * 0,25 = 2 12,50

Fonte: Amadeo (2018), organizador pelo autor.

Page 98 of 145

97

A nota final (NDU) obtida após a aplicação da matriz de desenvolvimento

urbano para o município de Umuarama foi de 12,50 pontos.

Para descobrir a porcentagem equivalente a essa nota, aplicou-se os

resultados originados pela matriz na equação 3.1.3.3:

=

100 (%) Eq. 3.1.3.3

Como Ni = 20

= 62,5%

O Gráfico 5.1 apresenta o percentual do desenvolvimento urbano no

município de Umuarama:

Gráfico 5.1 – Avaliação do desenvolvimento urbano de Umuarama-PR

Fonte: Autoria própria.

Dentro da escala proposta pelo IAPD-CIS, o desenvolvimento urbano de

Umuarama atingiu 62,50 pontos percentuais, o que confere à cidade a classificação

de “potencialmente sustentável”. Todavia, existem pontos deficitários a serem

observados, equivalendo a 37,50% do desempenho municipal, requerendo atenção

por parte da gestão municipal, com o propósito de corrigi-los.

62,50%

37,50%

12,50

7,50

Avaliação do Desenvolvimento

Urbano de Umuarama-PR

Pontuação de Umuarama (12,50

pontos)

Déficit de pontuação (7,50

pontos)

Page 99 of 145

98

Em relação à influência exercida por cada dimensão sobre a NDU (12,50),

suas notas individuais foram aplicadas na equação 3.1.3.5, como segue:

=

100 (%) Eq. 3.1.3.5

i) A influência da dimensão ambiental, que obteve nota 2,7, foi:

=

2,7

12,50

100 (%)

= 21,60 %

ii) A dimensão social obteve nota 3,7, e sua influência foi:

=

3,7

12,50

100 (%)

= 29,60 %

iii) A influência da dimensão econômica, que obteve nota 4,1, foi:

=

4,1

12,50

100 (%)

= 32,80 %

iv) A dimensão tecnológica, que obteve nota 2, influenciou em:

=

2

12,50

100 (%)

= 16 %

Page 100 of 145

99

A participação de cada dimensão dentro do aspecto do desenvolvimento

urbano está representada no Gráfico 5.2:

Gráfico 5.2 - Influência das dimensões sobre o desenvolvimento urbano de Umuarama

Fonte: Autoria própria.

Analisando as informações obtidas, a dimensão econômica foi a que exerceu

maior influência sobre o desenvolvimento urbano, com 32,80% de abrangência. Este

abarcamento deve-se, sobretudo, à sua correspondência sinergética com todos os

indicadores pertencentes ao IAPD-CIS.

Dentre os indicadores relacionados a essa dimensão, doze obtiveram o maior

valor absoluto da escala, tendo sua condição classificada como ótima (1 ponto),

sendo: Áreas Verdes, Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, Acesso

Permanente e Sustentável à Água Potável, Acesso à Rede de Esgoto, Tratamento

de Esgoto, Unidades Básicas de Saúde, Centros Culturais, Casas e Espaços de

Cultura, Polos Educacionais, Parceria Público Privada, Economia Criativa,

Domicílios com Acesso à Internet, e Centro Municipal de Monitoramento e Alertas de

Desastres Naturais.

Dois indicadores foram classificados como em boa condição (0,8 pontos):

Índice de Desenvolvimento Humano Municipal e Smart Grid, enquanto a condição

2,7

3,7 4,1

2

21,60%

32,80% 29,60%

16%

Influência das dimensões sobre o

desenvolvimento urbano de Umuarama

Ambiental (2,7 pontos)

Social (3,7 pontos)

Econômica (4,1 pontos)

Tecnológica (2 pontos)

Page 101 of 145

100

regular (0,6) foi pontuada nos indicadores Ciclovias e Ciclofaixas, Fontes

Renováveis e Taxa de Desemprego.

Para as faixas de pontuação mais baixas, foram considerados como ruim (0,4

pontos) os indicadores de Taxa da População Analfabeta Acima de 15 anos e WiFi

Livre público, ao passo que o indicador de Monitoramento da Qualidade do Ar foi o

único a apresentar condição péssima (0,2 pontos).

A atuação da dimensão social sobre o desenvolvimento urbano da cidade foi

de 29,60%. Dos indicadores que compõem o IAPD-CIS, apenas Fontes Renováveis

e Parceria Público Privada se dissociam dessa dimensão, uma vez que seus

benefícios, em suma, não afetam diretamente a população em geral, e sim grupos

específicos, de interesse privado (Amadeo, 2018). As condições dos indicadores

agregados à dimensão social muito se assemelham aos resultados da dimensão

econômica, reforçando o valor instrumental do aspecto econômico para a sociedade.

Conforme coloca Sachs (2004), os objetivos do desenvolvimento são sempre sociais

e éticos, contendo uma condicionalidade socioambiental explícita: o crescimento

econômico equilibrado estimula o desenvolvimento, que por sua vez, reverbera em

progresso e bem-estar social e ambiental para as futuras gerações.

A dimensão ambiental está associada a treze indicadores do IAPD-CIS, e

destes, oito foram classificados com ótima condição (1 ponto): Áreas Verdes, Plano

de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, Acesso Permanente e Sustentável à

Água Potável, Acesso à Rede de Esgoto, Tratamento de Esgoto, Unidades Básicas

de Saúde, Polos Educacionais, e Centro Municipal de Monitoramento e Alertas de

Desastres Naturais.

Esses resultados demonstram uma postura consciente por parte da gestão

municipal frente às condições atuais dos recursos naturais locais, sua utilização

enquanto meios produtivos e de consumo, e principalmente, sua preservação para

atuais e futuras gerações.

O indicador Smart Grid (Rede Elétrica Inteligente) obteve 0,8 pontos, sendo

classificado com boa condição, devido à implantação de programas e sistemas de

monitoramento avançado das redes de energia elétrica, por parte da concessionária

responsável pelo abastecimento de energia do estado. Dentre os benefícios

vindouros, destaca-se a redução de custos de operação, a redução de perdas, além

da mitigação do impacto ambiental.

Page 102 of 145

101

Três indicadores em sinergia com a dimensão ambiental foram classificados

como regulares (0,6): Ciclovias e Ciclofaixas, devido à sua pouca expressividade

frente ao total da malha viária da cidade; Fontes Renováveis, por apresentar apenas

uma alternativa à energia hidrelétrica; e Taxa de Desemprego, fator relacionado às

condições sob as quais um indivíduo em situação de vulnerabilidade ou insegurança

econômica relaciona-se com o meio natural, como por exemplo: ocupações

irregulares em fundos de vale, reservas legais, APPs, degradação ambiental, entre

outros.

O indicador de Monitoramento da Qualidade do Ar obteve a menor pontuação

da escala (0,2), considerada como péssima, devido à inexistência deste tipo de

serviço na região, que impossibilita um diagnóstico a respeito da qualidade

atmosférica da cidade, impactando diretamente na natureza, e, consequentemente,

na saúde dos munícipes.

A dimensão tecnológica obteve o menor índice de participação no

desenvolvimento urbano, com 16% de contribuição, apesar de seis dos onze

indicadores com os quais possui sinergia terem sido classificados como ótimos (1

ponto). Percebe-se que o aspecto tecnológico é o que mais necessita de

investimentos para que seja possível a potencialização do desempenho urbano e

consequente progressão para a cidade vir a tornar-se inteligente e sustentável.

A Tabela 5.3 apresenta a contribuição, da maior para a menor influência, de

cada indicador para o desenvolvimento urbano no município de Umuarama:

Page 103 of 145

102

Tabela 5.3 – Contribuição de cada indicador sobre o Desenvolvimento Urbano de Umuarama

INDICADOR NOTA

CONTRIBUIÇÃO NA NOTA

DO DESENVOLVIMENTO

URBANO (%)

Áreas Verdes 1 8

Polos Educacionais 1 8

Centro Municipal de

Monitoramento e Alertas de

Desastres Naturais

1 8

Smart Grid (Rede Elétrica

Inteligente) 0,8 6,4

Plano de Gestão Integrada de

Resíduos Sólidos 0,75 6

Acesso Permanente e

Sustentável à Água Potável 0,75 6

Acesso à Rede de Esgoto 0,75 6

Tratamento de Esgoto 0,75 6

Unidades Básicas de Saúde 0,75 6

Economia Criativa 0,75 6

Domicílios com Acesso à

Internet 0,75 6

Taxa de Desemprego 0,6 4,8

Centros Culturais, Casas e

Espaços de Cultura 0,50 4

Ciclovias e Ciclofaixas 0,45 3,6

Fontes Renováveis 0,45 3,6

Índice de Desenvolvimento

Humano Municipal 0,40 3,2

Taxa da População

Analfabeta Acima de 15 Anos 0,30 2,4

WiFi Livre Público 0,30 2,4

Parceria Público Privada 0,25 2

Monitoramento da Qualidade

do Ar 0,2 1,6

TOTAL 12,50 100%

Fonte: Amadeo (2018), organizado pelo autor.

Os indicadores com maior relevância dentro do desenvolvimento urbano em

Umuarama foram Áreas Verdes, Polos Educacionais e Centro de Municipal de

Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais. Os indicadores relacionados ao

Page 104 of 145

103

saneamento básico da cidade contribuíram fortemente na pontuação, assim como a

maioria dos indicadores ligados ao aspecto socioeconômico. Curiosamente,

percebe-se que a relevância do indicador de IDHM perante a amplitude do

desenvolvimento urbano foi módica, mesmo a cidade apresentando um valor

considerado alto na escala avaliativa do PNUD (2013). Tal fato deve-se pela baixa

sinergia do indicador junto às dimensões ambiental e tecnológica dentro da

metodologia proposta pelo IAPD-CIS.

O indicador de Taxa da População Analfabeta Acima de 15 anos também

apresentou pontuação baixa, evidenciando iniquidade de oportunidades de acesso à

educação, serviço essencial para o desenvolvimento, por sua intrinsecabilidade,

uma vez que contribui para o despertar cultural, conscientização e compreensão de

direitos humanos, assistindo no aumento da adaptabilidade, autonomia,

autoconfiança, autoestima e emancipação social dos indivíduos (SACHS, 2004).

Embora os indicadores relacionados aos aspectos tecnológicos tenham

obtido pontuação elevada, como o indicador de Smart Grid, é importante ressalvar

que tais programas e iniciativas estão ainda em fase de implantação na região, não

impactando diretamente a população, como seria o ideal.

Page 105 of 145

104

CAPÍTULO 6

6. Considerações finais

Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo,

qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.

Chico Xavier (1910 - 2002)

Referentemente à metodologia da ferramenta aplicada, esta se mostrou clara

e prática na operacionalização de suas etapas. Salientam-se, entretanto, certas

particularidades quanto à estruturação do índice, especialmente na síntese de

valoração atribuída aos indicadores pertencentes ao IAPD-CIS. Mesmo que a

condição do indicador seja inexistente, ele ainda pontua dentro da escala de valores,

como péssimo (0,2 pontos). Dessa forma, o valor absoluto de um indicador

considerado inexistente afeta diretamente o valor absoluto da sinergia dimensional

proposta pela ferramenta, e consequentemente, a nota final do desenvolvimento

urbano da cidade.

Curiosamente, a mesma situação é encontrada na matriz de desenvolvimento

urbano, uma vez que o índice não permite uma readequação da proporção

sinergética dos indicadores junto às dimensões da cidade. Em uma circunstância

hipotética, em que a condição da cidade seja perfeita, com todos os valores

absolutos dos vinte indicadores sendo iguais a 1, e influenciando em todas as

dimensões estudadas (ambiental, social, econômica e tecnológica), caso a

proporção não seja reajustada nos parâmetros em que os indicadores não

influenciam diretamente as dimensões, a nota final jamais será igual a 20 (ou 100%

de desenvolvimento urbano). O valor máximo alcançado seria 18,25 pontos (91,25%

na classificação de desenvolvimento urbano, ou potencialmente inteligente e

sustentável), e embora este resultado ainda classifique a cidade dentro do intervalo

mais alto na avaliação proposta, e não prejudique os fatores significativos advindos

do diagnóstico gerado pelo índice, a nota absoluta dentro desta escala é ilusória e

matematicamente irrealizável.

Page 106 of 145

105

Sob o mesmo raciocínio, ainda que o valor absoluto atribuído a um indicador

seja igual a 1, caso o mesmo não influencie em todas as dimensões, o valor

absoluto da sinergia também não atinge totalidade, reduzindo a nota do

desenvolvimento urbano da cidade, mesmo que todos os indicadores aplicados

alcancem a nota máxima.

Observa-se, também, certa tendenciosidade em relação à pontuação das

dimensões do IAPD-CIS. Na dimensão econômica, apenas o indicador de áreas

verdes apresenta influência variável, dependendo da existência do recebimento de

ICMS ecológico pelo município em estudo. Afora isso, todos os demais indicadores

são fixos, ou seja, geram pontuação. Dessemelhantemente, a dimensão tecnológica

conta com 10 indicadores influenciando de forma variável, enquanto os outros 10

restantes influenciam fixamente, evidenciando forte contraste na abrangência desta

dimensão no desenvolvimento urbano, e, por conseguinte, implicando em uma

participação diminuta na nota final. É possível, também, constatar o mesmo padrão

observado na dimensão econômica, na dimensão social, que possui 18 indicadores

fixos, 1 variável e 1 sem influência direta.

A respeito de sua aplicabilidade, fatores limitadores ao uso do IAPD-CIS

incluem, particularmente, a indisponibilidade de informações necessárias para o

cálculo dos indicadores, cruciais para traçar o panorama do desenvolvimento urbano

municipal. É pressuroso que o poder público catalogue as informações relacionadas

à cidade e as disponibilize periodicamente, e atualizadas, em forma de banco de

dados, para consulta pública online.

Sugere-se, para estudos futuros, além da inserção de outros indicadores na

matriz do IAPD-CIS, que avaliem demais aspectos urbanos relevantes à qualidade

de vida das pessoas e ao asseguramento do meio natural, uma distribuição

equânime dos pesos das dimensões, para os casos em que a influência exercida

pelos indicadores seja variável.

Consoante à metodologia proposta pelo IPAD-CIS, Umuarama foi

considerada uma cidade potencialmente sustentável, apresentando 62,50% na

escala de classificação do índice. Comparando com o município de Maringá, no

Paraná, onde a ferramenta foi originalmente aplicada, em 2018, o resultado é

levemente superior, porém suficiente para posicioná-la em intervalo classificatório

diferente: a nota final do desenvolvimento urbano de Maringá foi 57,25%, colocando

a cidade na condição de transitoriedade para a sustentabilidade.

Page 107 of 145

106

Sob a perspectiva das dimensões avaliadas pela ferramenta, em Umuarama,

contribuíram positivamente para o valor alcançado pelo índice as dimensões

econômica e social, seguidas mais timidamente pela dimensão ambiental. A

dimensão tecnológica, apesar de conseguir expressividade em determinados

índices, necessita de maiores investimentos por parte dos setores de ciência,

tecnologia e comunicação, para que consiga acompanhar a vanguarda sob as quais

operam as CIS, pautadas no planejamento, conectividade, integração de serviços,

enfoque na criatividade, acessibilidade, mobilidade e principalmente, no bem-estar

das pessoas e do ambiente no qual vivem.

Page 108 of 145

107

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABES (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental). Ranking ABES

da universalização do saneamento: Edição 2021. Disponível em: <https://abes- dn.org.br/?page_id=41939>. Acesso em 27 nov. 2021.

ABNT (Associação Brasileira de Normas e Técnicas). NBR 37100: Cidades e

comunidades sustentáveis – Vocabulário. Rio de Janeiro, 2017a.

ABNT (Associação Brasileira de Normas e Técnicas). NBR 37120: Desenvolvimento

sustentável de comunidades – indicadores para serviços urbanos e de qualidade de

vida. Rio de Janeiro, 2017b.

ABNT (Associação Brasileira de Normas e Técnicas). NBR 37101: Desenvolvimento

sustentável de comunidades – sistema de gestão para desenvolvimento sustentável

– requisitos com orientações para uso. Rio de Janeiro, 2017c.

ACIU (Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Umuarama). Associados.

Disponível em: <https://www.aciupr.com.br/associados>. Acesso em 27 nov. 2020.

ADEMA (Associação em Defesa ao Meio Ambiente de Umuarama). Nascentes.

Disponível em <http://adema-ong.blogspot.com/p/projeto-olho-dagua- nascentes.html>. Acesso em 11 out. 2020.

ADRIAANSE, Albert. Environmental information management for use at the national

level. In: Summer course on indicators for sustainable development. Delft. The

Netherlands: Mimeo, 1997.

AMADEO, Raíssa Martins. Proposta de índice de avaliação do potencial de

desenvolvimento de cidades inteligentes e sustentáveis no Brasil. 2018. 147 f.

Dissertação (Mestrado) – Centro de Tecnologia, Programa de Pós-Graduação em

Engenharia Urbana. Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 2018.

ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações). Painéis de dados. Disponível

em: <https://informacoes.anatel.gov.br/paineis/meu-municipio/acessos-banda-larga- fixa>. Acesso em 27 nov. 2021.

ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica). Geração distribuída. 2021.

Disponível em: <https://www.aneel.gov.br/outorgas/geracao/-

/asset_publisher/mJhnKIi7qcJG/content/registro-de-central-geradora-de-capacidade- reduzida/655808?inheritRedirect=false&redirect=http%3A%2F%2Fwww.aneel.gov.br

%2Foutorgas%2Fgeracao%3Fp_p_id%3D101_INSTANCE_mJhnKIi7qcJG%26p_p_l

ifecycle%3D0%26p_p_state%3Dnormal%26p_p_mode%3Dview%26p_p_col_id%3D

column-2%26p_p_col_pos%3D1%26p_p_col_count%3D2>. Acesso em 29 nov.

2021.

ANTUNES, Vitor Amuri. Parcerias público-privadas para SmartCities. 1 ed. Rio

de Janeiro: Lumen Juris, 2016. 218 p.

Page 109 of 145

108

APARECIDO, Lucas Eduardo de Oliveira; ROLIM, Glauco de Souza; RICHETTI,

Jonathan; SOUZA, Paulo Sergio de; JOHANN, Jerry Adriani. Köppen, Thornthwaite

and Camargo climate classifications for climatic zoning in the State of Paraná,

Brazil. Ciênc. Agrotec. Lavras, v. 40, n. 4, p. 405-417, 2016. Disponível em

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-

70542016000400405&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 11 out. 2020.

AYRES, Robert Underwood. Sustainability economics. Where do we stand?

Ecologial Economics. v. 67, n. 2. p. 281-310, 2008.

BELLEN, Hans Michael Van. Indicadores de sustentabilidade: uma análise

comparativa. 2. ed. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2006. 256 p.

BIBRI, Simon Elias; KROGSTIE, John. Smart sustainable cities of the future: an

extensive interdisciplinary literature review. Sustainable Cities and Society. v. 31,

p. 182-212, 2017.

BOAVENTURA, Edivaldo Machado. Metodologia da pesquisa: monografia,

dissertação e tese. São Paulo: Atlas, 2004. 160 p.

BORNHEIM, Gerd Alberto. (Organizador). Os filósofos pré-socráticos. 10 ed. São

Paulo: Editora Cultrix. 1999. 127 p.

BRASIL. Constituição Federal da República Federativa do Brasil de 1988.

Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>.

Acesso em: 26 ago. 2019.

BRASIL. Lei n° 10.257. Brasília: Diário Oficial da União, 10 de julho.

BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria n° 2.914, de 12 de

Dezembro de 2011. Brasília, 2011.

BRASIL. Presidência da República. Lei n° 9.433, de 8 de janeiro de 1997. Institui a

Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento

de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal, e

altera o art. 1o da Lei no 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei no

7.990, de 28 de dezembro de 1989. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9433.htm >. Acesso em: 18 nov. 2020.

CAPRA, Fritjof. A teia da vida: uma nova compreensão científica dos sistemas

vivos. 1 ed. São Paulo: Cultrix, 2012. 256 p.

CARVALHO, Márcia Siqueira de. O uso do solo na década de 1960 no norte do

Paraná e a política cafeeira. Geografia, Londrina, v. 8, n. 2, p.135-141, jul./dez.

1999. Disponível em:

<http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/geografia/article/download/10191/8990>.

Acesso em: 17 out. 2020.

CARAGLIU, Andrea; DEL BO, Chiara; NIJKAMP, Peter. Smart Cities in Europe.

Journal of Urban Technology. v. 18, n. 2. p. 65-82. 2011.

Page 110 of 145

109

CEMADEN (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais).

Municípios monitorados. Disponível em: <http://www2.cemaden.gov.br/municipios- monitorados-2/>. Acesso em 27 nov. 2021.

CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia científica. 4. ed. São

Paulo: Makron Brooks do Brasil, 1996. 209 p.

CMMAD (Comissão Mundial Sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento). Nosso

Futuro Comum. 2. ed. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1991. 430 p.

COMPARATO, Fábio Konder. A civilização capitalista. São Paulo: Saraiva, 2013,

312 p.

CONFÚCIO. Os analectos. 1a edição. São Paulo: Unesp, 2012. 640 p.

COPEL (Companhia Paranaense de Energia). COPEL inaugura sistema avançado

de gestão inteligente de energia. COPEL. 2021. Curitiba, 26 ago. 2021. Disponível

em: <https://www.copel.com/hpcweb/copel-inaugura-sistema-avancado-de-gestao- inteligente-de-energia/ >. Acesso em 27 nov. 2021.

COPEL (Companhia Paranaense de Energia). REDE elétrica inteligente começa a

chegar aos paranaenses. COPEL. 2021a. Curitiba, 5 abr. 2021. Disponível em:

<https://www.copel.com/hpcweb/copel-inaugura-sistema-avancado-de-gestao- inteligente-de-energia/ >. Acesso em 27 nov. 2021.

DATASUS (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde).

Informações de saúde (TABNET). 2020. Disponível em:

<http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=02 >. Acesso em 18 out.

2020.

DATASUS (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde). Taxa de

desemprego – Paraná. 2010. Disponível em:

<http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?ibge/censo/cnv/desemprpr.def>. Acesso

em 21 nov. 2020.

DIAS, Reinaldo. Gestão ambiental: responsabilidade social e sustentabilidade. 2.

ed. São Paulo: Atlas, 2011. 232 p.

DUARTE, Fábio. Planejamento urbano. 2. ed. rev., e ampl. Curitiba: Ipbex, 2011.

199 p.

DURAN, Julio; PEREZ, Vanessa. Smart, innovative and sustainable cities for the

future income: Caracas city. 2015 IEEE Thirty Fifth Central American and Panama

Convention (CONCAPAN XXXV). IEEE, 2015. p. 1-6.

EFAZ (Escola Fazendária do Paraná). Eventos. Disponível em

<http://www.efaz.fazenda.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=60>.

Acesso em 06 out. 2020.

Page 111 of 145

110

ELKINGTON, John. Towards the sustainable corporation: win-win-win business

strategies for sustainable development. California Management Review. v. 36, n° 2.

p. 90-100, 1994.

ESCOBAR, Arturo. La invención del tercer mundo: construcción y desconstrucción

del desarollo. Bogotá: Norma, 2007. 424 p.

FABRI, Adriano. Pós-desenvolvimento: da reflexão crítica acerca do modelo de

desenvolvimento hegemônico global a busca de alternativas locais. In: ENANPPAS,

VIII, 2017. Campinas. Anais... Campinas: 2017. Disponível em:

https://www.researchgate.net/publication/324227381_Pos- desenvolvimento_da_Reflexao_Critica_Acerca_do_Modelo_de_Desenvolvimento_H

egemonico_Global_a_Busca_de_Alternativas_Locais. Acesso em 19 out. 2020.

FABRIS, Diuslene; ROESLER, Marli. Modernização agrícola e migração rural: uma

breve reflexão acerca da realidade paranaense. In: CONFERÊNCIA DO

DESENVOLVIMENTO, 2., CIRCUITO DE DEBATES ACADÊMICOS, 1., 2011,

Brasília. Anais... Brasília: IPEA, 2011. Disponível em:

<https://www.ipea.gov.br/code2011/chamada2011/artigos.html>. Acesso em 17 out.

2020.

FONSECA, FernandaPerdigão da; CZUY, Daniele Crislei. Formacão Arenito Caiuá:

Uso, ocupação do solo e problemas ambientais na região noroeste do Paraná. In:

SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOGRAFIA AGRÁRIA, 3., SIMPÓSIO

INTERNACIONAL DE GEOGRAFICA AGRÁRIA JORNADA ARIOVALDO

UMBELINO DE OLIVEIRA, 2., Presidente Prudente, 2005. Anais... Presidente

Prudente: 2005.

FRANÇA JUNIOR, Pedro. Análise do uso e ocupação da bacia do córrego

Pinhalzinho II utilizando geoindicadores, Umuarama-PR, 1970-2009. 2010, 90 f.

Dissertação (Mestrado em Geografia) – Centro de Ciências Humanas, Letras e

Artes, Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 2010.

FURTADO, Celso. Os desafios da nova geração. Jornal dos Economistas. n. 179.

p. 3-4. 2004. Disponível em

http://www.centrocelsofurtado.org.br/adm/enviadas/doc/23_20060704231621.pdf.

Acesso em 22 out. 2020.

GALLOPPÍN, Gilberto Carlos. Environmental and sustainability indicators and the

concept of the situational indicators. A system approach. Environmental Modelling

& Assessment. n. 1, p. 101-117, 1996.

GASPARETTO, Nelson Vicente Lovatto. As formações superficiais do noroeste

do Paraná e sua relação com o arenito Caiuá. 1999. 185 f. Tese (Doutorado em

Geoquímica e Geotectônica) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999.

GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6 ed. São Paulo:

Atlas, 2008. 200 p.

Page 112 of 145

111

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas,

2010. 200 p.

HAMMOND, Allen; ADRIAANSE, Albert; RODENBURG, Eric; BRYANT, Dirk;

WOODWARD, Richard. Environmental indicators: a systematic approach to

measuring and reporting on environmental policy performance in the context of

sustainable development. Washington, DC: World Resources Institute, 1995.

HARARI, Yuval Noah. Sapiens: uma breve história da humanidade. Porto Alegre: L

& PM Editores, 2018. 592 p.

HORBACH, Jens. Indicator systems for sustainable innovation. Physica-Verlag,

1. ed. 2005. 213 p.

IAT (Instituto Água e Terra). Monitoramento da qualidade do ar. Disponível em:

<http://www.iat.pr.gov.br/Pagina/Monitoramento-da-Qualidade-do-Ar>. Acesso em 27

nov. 2021.

IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Indicadores de

desenvolvimento sustentável: Brasil: 2015 / IBGE, Coordenação de Recursos

Naturais e Estudos Ambientais [e] Coordenação de Geografia – Rio de Janeiro:

IBGE, 2015. 352 p.

IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Cidades e estados. 2020.

Disponível em: <https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pr/umuarama/panorama>.Acesso

em 06 out. 2020.

IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). População estimada: IBGE,

Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais,

Estimativas da população residente com data de referência 1o de julho de 2020.

2020. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pr/umuarama/panorama.

Acesso em 13 out. 2020.

IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IAPAR-EMATER).

Pesquisa. 2020. Disponível em: <http://www.idrparana.pr.gov.br/Pagina/Atlas- Climatico>. Acesso em 08 out. 2020.

INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).

Sobre o INEP. 2015. Disponível em: <http://portal.inep.gov.br/conheca-o-inep>.

Acesso em: 18 out. 2020.

INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).

Resultados. 2019. Disponível em:

<http://ideb.inep.gov.br/resultado/resultado/resultado.seam?cid=1713066>. Acesso

em 18 out. 2020.

IPARDES (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social).

Distribuição dos municípios segundo bacias e sub-bacias hidrográficas. 2013.

Disponível

Page 113 of 145

112

em:<http://www.ipardes.gov.br/pdf/mapas/base_ambiental/12_distribuicao_dos_muni

cipios_segundo_bacias_e_sub_bacias_hidrograficas.jpg>. Acesso em 11 out. 2020.

IPARDES (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social). Caderno

estatístico município de Umuarama. 2020. Disponível em:

<http://www.ipardes.gov.br/index.php?pg_conteudo=1&cod_conteudo=30>. Acesso

em 06 out. 2020.

IPARDES (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social). Índice

Ipardes de desempenho municipal. 2020. Disponível em:

http://www.ipardes.pr.gov.br/Pagina/Indice-Ipardes-de-Desempenho-Municipal-0.

Acesso em 25 out. 2020.

IPARDES (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social). Perfil

dos municípios brasileiros – Cultura 2006. Rio de Janeiro: IBGE, 2007.

ITCG (Instituto de Terras, Cartografia e Geologia do Paraná). Mapa interativo.

Disponível em:

<http://www.geoitcg.pr.gov.br/geoitcg/pages/templates/initial_public.jsf?windowId=3f

7>. Acesso em 13 out. 2020.

KELLY, Ruth; SIRR, Lorcan; RATCLIFFE, John. Futures thinking to achieve

sustainable development at local level in Ireland. Foresight. v. 6. n. 2. p. 80-90,

2004. Disponível em:

<https://pdfs.semanticscholar.org/1017/8efab3b8f8ec84aa118a2e9bb9ccbc19b16c.p

df>. Acesso em 26 set. 2019.

KRONEMBERGER, Denise Maria Penna; JUNIOR, Judicael Clevelario;

NASCIMENTO, José Antônio Senna do; COLLARES, José Elnicio Rocha; SILVA,

Luiz Carlos Dutra. Desenvolvimento sustentável no Brasil: uma análise a partir da

aplicação do barômetro da sustentabilidade. Revista Sociedade & Natureza.

Uberlândia, v. 20, n. 1. P. 25-50, jun. 2008. Disponível em

<https://www.scielo.br/j/sn/a/pSw98TKLz7MT7WnZV6Rt7Xq/?lang=pt>. Acesso em

27 out. 2020.

JYLHÄ, Kirsti; TUOMENVIRTA, Heikki; RUOSTEENOJA, Kimmo; NIEMI- HUGAERTS, Hanna; KEISU, Krista. Observed and projected future shifts of climatic

zones in europe and their use to visualize climate change information. Weather,

Climate and Society. v. 2. n. 2. p. 148-167, 2010. Disponível em:

<https://journals.ametsoc.org/wcas/article/2/2/148/41544/Observed-and-Projected- Future-Shifts-of-Climatic>. Acesso em 11 out. 2020.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de

metodologia científica. 7. ed. São Paulo: Altas, 2010. 310 p.

LEITE, Carlos. Cidades sustentáveis, cidades inteligentes: desenvolvimento num

planeta urbano. Porto Alegre: Bookman, 2012. 264 p.

LIMA, Valéria; AMORIM, Margarete Cristiane de Costa Trindade. A importância das

áreas verdes para a qualidade ambiental das cidades. Revista Formação. n. 13, p.

Page 114 of 145

113

139-165, 2006. Disponível em:

<https://revista.fct.unesp.br/index.php/formacao/article/viewFile/835/849>. Acesso

em 18 nov. 2020.

LOZANO, Rodrigo. Towards better embedding sustainability into companies’

systems: an analysis of voluntary corporate initiatives. Journal of Cleaner

Productions. v. 25. n° 0. p. 14-26, 2012.

MARSAL-LLACUNA, Maria-Lluïsa. City Indicators on Social Sustainability as

Standardization Technologies for Smarter (Citizen-Centered) Governance of Cities.

Social Indicators Research: An International and Interdisciplinary Journal for

Quality-of-Life Measurement. Springer. vol. 128, n. 3, p. 1193-1216, 2016.

MARTINE, George; GARCIA, Ronaldo Coutinho. Os impactos sociais da

modernização agrícola. São Paulo: Caetés, 1987. 272 p.

MARX, Karl. O capital. 13. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1989. Livro 1, v. 1.

579 p.

MASSELI, Maria Cecília. Extensão rural entre os sem-terra. Piracicaba: UNIMEP,

1998. 165 p.

MEADOWS, Donella Hager; MEADOWS, Dennis; RANDERS, JØrgen; BEHRENS,

William Wohlsen III. The limits to growth. New York: Universe Books, 1972. 205 p.

MEC (Ministério da Educação.). IDEB. 2020. Disponível em:

<http://portal.mec.gov.br/conheca-o-ideb>. Acesso em 18 out. 2020.

MELLO, Vico Dênis Sousa de; DONATTO, Manuella Riane Azevedo. O pensamento

iluminista e o desencantamento do mundo: modernidade e a Revolução Francesa

como marco paradigmático. Revista Crítica Histórica, v. 2, n. 4, p. 248-264, 2011.

MENEZES, Fabiane Ziolla; BREMBATTI, Katia; STORCK, Guilherme. Uma árvore

por habitante, a recomendação mínima da OMS para cidades. Gazeta do Povo,

Curitiba, 23 mar. 2016. Disponível em: <https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e- cidadania/futuro-das-cidades/uma-arvore-por-habitante-a-recomendacao-minima-da- oms-para-as-cidades-622ch9afm4rimh3ol1w9j8ikn/>. Acesso em 27 nov. 2021.

MIRANDA, Fernando Silveira Melo Plentz. A mudança do paradigma econômico, a

revolução industrial e a positivação do direito do trabalho. Revista Eletrônica

Direito, Justiça e Cidadania, vol. 3, n° 1, 2012. Disponível em:

<https://unisaoroque.edu.br/revista-eletronica/revista-direito-justica-e- cidadania/arquivos/2012-2/>. Acesso em 14 set. 2019.

MURATORI, Ana Maria. Os microdesertos edáficos na neopaisagem da região

noroeste do estado do Paraná – Brasil, como registro de um novo período geológico

(Quinário?). Revista RAEGA, v. 1, p. 133-140, 1997.

NADAL, Maria Vilma Rodrigues. A contribuição do meio rural na perspectiva do

planejamento regional: uma contribuição ao debate. Revista Educação &

Page 115 of 145

114

Tecnologia, Curitiba, n. 7, p. 94-111, set. 2003. Disponível em:

<http://revistas.utfpr.edu.br/pb/index.php/revedutec-ct/article/view/1052>. Acesso em

17 out. 2020.

NERI, Thiago Botioni. Proposta metodológica para definição de rede cicloviária:

um estudo de caso de Maringá. 2012. 169 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia

Urbana) – Centro de Tecnologia: Departamento de Engenharia Civil, Universidade

Estadual de Maringá, Maringá, 2018.

NISBET, Robert Alexander. Social change and history: aspects of the Western

theory of development. New York: Oxford University Press, 1969. 335 p.

OCDE (Organização de Cooperativismo e Desenvolvimento Econômico).

Organization for economic cooperation and development: core set of indicators

for environmental performance review; a synthesis report by the group on the state of

the environment. Paris: OCDE, 1993.

OKA-FIORI, Chisato; SANTOS, Leonardo José Cordeiro; CANALI, Naldi Emerson;

FIORI, Alberto Pio; SILVEIRA, Claudinei Taborda da; BRISKI, Sandro José; FELIPE,

Rogério da Silva; SILVA, Júlio Manoel França da; ROSS, Jurandir Luciano Sanches.

Atlas geomorfológico do estado do Paraná: Escala base 1:250.000 modelos

reduzidos 1:500.000. Curitiba, Minerais do Paraná; Universidade Federal do Paraná.

Curitiba, 2006. 63 p.

ONU (Organização Das Nações Unidas). Agenda 2030. Rio de Janeiro, 2015.

Online. Disponível em:

<https://nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030/>. Acesso em 26 ago. 2019.

PANAGIDES, Stahis. Erradicação do café e diversificação da cultura brasileira.

Revista Brasileira de Economia, Rio de Janeiro, v. 23, n. 1, p. 41-71, jan./mar.

1969. Disponível em:

<http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rbe/article/view/1686/5880>. Acesso em

17 out. 2020.

PAULA, João Antônio de; BRITO, Fausto Reynaldo Alves de; AMARO, João Júlio

Vitral; Nabuco, Maria Regina. Fundamentos históricos e metodológicos da questão

ambiental. In: PAULA, João Antônio de (Coord.). Biodiversidade, população e

economia. Belo Horizonte: UFMG / Cedeplar: ECMXC; PADCT / CIAMB, 1997. p.

202-255. Disponível em:

<http://www.cedeplar.ufmg.br/pesquisas/padctII/livro/CAP_5.pdf>. Acesso em: 20

set. 2019.

PARANÁ. Decreto n° 11.538, de 5 de novembro de 2018. Trata sobre a criação do

Projeto Smart Energy Paraná e revoga o Decreto no 8842, de 04 de setembro de

2013. Disponível em:

<https://www.legislacao.pr.gov.br/legislacao/pesquisarAto.do?action=exibir&codAto=

210011&codTipoAto&tipoVisualizacao=alterado>. Acesso em 27 nov. 2021.

PELIZZOLI, Marcelo Luiz. Da utopia tecnocêntrica à utopia ecológica. Gaia

Scientia, [S. l.], v. 2, n. 1, 2008. Disponível em:

Page 116 of 145

115

https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/gaia/article/view/2314. Acesso em: 19 out.

2021.

PEREIRA, Maria de Lourdes Dolabela; CHIARI, Mirna; ACCIOLY, Sabrina Maria de

Lima. As dimensões da sustentabilidade e suas possibilidades de utilização nas

políticas públicas. In: V ENCONTRO ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS

GRADUAÇÃO E PESQUISA EM ABIENTE E SOCIEDADE, 2010, Florianópolis.

Anais [...] Florianópolis: ANPPAS, 2010.

PEREIRA, Máriam Trierveiler. Indicador de qualidade socioambiental urbana:

IQSAU. Olinda: Livro Rápido, 2015. 390 p.

PEREIRA, Mauri César Barbosa; SCROCCARO, José Luiz. (Org.) Bacias

hidrográficas do Paraná: série histórica. Curitiba. Secretaria de Estado do Meio

Ambiente e Recursos Hídricos – SEMA, 2010. 140 p.

PHILIPPI JUNIOR, Arlindo; MALHEIROS, Tadeu Fabrício. Indicadores de

sustentabilidade e gestão ambiental. Barueri: Manole, 2012. 743 p.

PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). 2020. Índice de

desenvolvimento humano. Disponível em

https://www.br.undp.org/content/brazil/pt/home/idh0.html. Acesso em 25 out. 2020.

PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). Atlas do

desenvolvimento humano no Brasil. PNUD: Brasília, 2013. 96 p.

PRESCOTT-ALLEN, Robert. Barometer of sustainability: what’s it for and how to

use it. Gland: IUCN, 1996. 25 p.

PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar de. Metodologia do

trabalho científico: métodos e técnicas do trabalho acadêmico. 2. ed. Novo

Hamburgo: Feevale, 2013. 276 p.

PROENÇA JUNIOR, Milton; DUENHAS, Rogério Ailton. Cidades inteligentes e

cidades sustentáveis: convergência de ações ou mera publicidade? Revista

Brasileira de Planejamento e Desenvolvimento. v. 9. n. 2, 2020.

PROGRAMA CIDADES SUSTENTÁVEIS. Apresentação institucional. Disponível

em <https://www.cidadessustentaveis.org.br/institucional>. Acesso em 2 nov. 2020.

PMM (PROGRAMA MAIS MÉDICOS). O que tem na ubs. Disponível em:

http://maismedicos.gov.br/o-que-tem-na-ubs. Acesso em 21 out. 2021.

RÉUS, Iuana Silva. Gestão municipal e desenvolvimento sustentável: um estudo

dos indicadores de sustentabilidade nos municípios catarinenses. 2012, 247 f.

Dissertação (Mestrado Profissional em Administração) – Centro de Ciências

Socioeconômicas e da Administração. Universidade do Estado de Santa Catarina,

Florianópolis, 2012.

Page 117 of 145

116

RIST, Gilbert. The history of development: from western origins to global faith. 3

ed. Londres: Zed Books, 2008. 304 p.

ROMERO, Marta Adriana Bustos. Frentes do urbano para a construção de

indicadores de sustentabilidade intra-urbana inPARANOÁ: Cadernos de

Arquitetura e Urbanismo/ Revista do Programa de Pesquisa e Pós Graduação da

FAU-UnB, Ano 6 n.4, Brasília, FAU/ UnB.

SAATY, Thomas Lorie. Método de análise hierárquica. São Paulo: McGraw-Hill,

1991. 367 p.

SABOIA, Fernando Furiati; AZEVEDO, Edina; VIEIRA, Matheus Fabricio; KREIA,

Jonathan; GUMURSKI, Kamille Tombelly. Sistema rodoviário estadual. Curitiba,

Departamento de Estradas de Rodagem; Secretaria de Estado de Infraestrutura e

Logística. Curitiba, 2019. 124 p.

SACHS, Ignacy. Caminhos para o desenvolvimento sustentável. Rio de Janeiro:

Garamond, 2002. 96 p.

SACHS, Ignacy. Desenvolvimento includente, sustentável, sustentado. Rio de

Janeiro: Garamond, 2008b. 151 p.

SACHS, Wolfgang. The Archaeology of the development Idea. India: Earthcare

Books, 2008a. 50 p.

SANEPAR (Companhia de Saneamento do Paraná). Relatório anual da qualidade

da água2020. Disponível

em:<https://relatorioqualidadeagua.sanepar.com.br/ancora.html>. Acesso em 27

nov. 2020.

SANTOS, Antonio Raimundo dos. Metodologia científica: a construção do

conhecimento. 3 ed. Rio de Janeiro, DPD & A, 2000. 139 p.

SANTOS, Elinaldo Leal; BRAGA, Vitor; SANTOS, Reginaldo Souza, BRAGA,

Alexandra Maria da Silva. Desevolvimento: um conceito multidimensional. DRd –

Desenvolvimento Regional em debate. Santa Catarina. Ano 2, n. 1, jul. 2012.

SECUNDINI, Wesley Henrique. Importância da mata ciliar (ripária) na qualidade

da água de abastecimento do Rio Piava no ponto de captação de Umuarama –

PR. 2018. 74 f. Monografia (Especialização em Gestão Ambiental em Municípios) –

Faculdade Tecnológica Federal do Paraná, Medianeira, 2018.

SEN, Amartya. On ethics and economics. Chichester: Wiley-Blackwell, 1989. 148

p.

SICHE, Raúl Benito Jara; AGOSTINHO, Feni; ORTEGA, Enrique; ROMEIRO,

Ademar. Sustainability of nations by indices: comparative study between

environmental sustainability índex, ecological footprint and the emergency

performance indices. Ecological Economics. v. 66, n. 4. p. 628-637, 2008.

Page 118 of 145

117

SIDRA (Sistema IBGE de Recuperação Automática). Pesquisas. 2020. Disponível

em: <https://sidra.ibge.gov.br/pesquisa/censo-demografico/series-temporais/series- temporais/>. Acesso em: 15 out. 2020.

SIGURÐSSON, Sigurjón Birgir; GUÐMUNDSDÓTTIR, Björk. Cosmogony. In: Björk.

Biophilia. Inglaterra: One Little Indian, 2011. 1 CD. Faixa 4.

SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique. Dicionário de conceitos

históricos. 3. ed. São Paulo: Contexto, 2013. 440 p.

SILVA, Sandra Regina Mota. Indicadores de sustentabilidade urbana: as

perspectivas e as limitações da operacionalização de um referencial sustentável.

2000. 260 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Urbana) – Centro de Ciências

Exatas e Tecnologia, Universidade Federal de São Carlos, São Paulo, 2000.

SOARES, Solano Ribeiro; MORA, Edinei Aparecido; SANTOS, Eveline Henrique

dos; SOARES, Samuel Ronobo; PEREIRA, Máriam Trierveiler. Impacto da economia

criativa no estado do Paraná como recurso ao desenvolvimento sustentável. In: IV

CONGRESSO INTERNACIONAL DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO/ XVIII

ENCONTRO ANUAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UNIPAR. Umuarama, 2019.

Anais... Umuarama: UNIPAR, 2019. Disponível em:

<https://sisweb02.unipar.br/eventos/anais/index_area.php?codevento=4354>.

Acesso em: 21 nov. 2020.

SOUZA, Demétrius Coelho. O meio ambiente das cidades. São Paulo: Atlas, 2010.

240 p.

TAYRA, Flávio; RIBEIRO, Helena. Modelos de indicadores de sustentabilidade:

síntese e avaliação crítica das principais experiências. Saúde e sociedade. v. 15, n.

5. p. 84-95. 2006. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0104-

12902006000100009. Acesso em 25 out. 2020.

TRENTINE, Sérgio. Três iniciativas para melhorar São Paulo. Disponível em:

<http://www.thecityfixbrasil.org/2015/12/15/tres-iniciativas-tecnologicas-para- melhorar-sao-paulo/>. Acesso em 27 ago. 2021.

TRUJILLO, Alfonso Ferrari. Metodologia da ciência. 3. ed. Rio de Janeiro:

Kennedy, 1974. 250 p.

TURNES, Valério Alécio; COSTA, Paulo. Termo de referência: Sistema de

indicadores de desenvolvimento municipal sustentável. Florianópolis, 2008. 13 p.

Relatório.

UMUARAMA. Plano de manejo da APA do rio Piava. Umuarama: Arenito Soluções

Ambientais, 2013. 70 p.

UMUARAMA. Lei n° 4.283 de 16 de julho de 2018. Cria o "Programa de Internet

Móvel WI-FI PRAÇAS CONECTADAS" nas praças do Município de Umuarama,

Estado do Paraná e dá outras providências. Disponível em:

Page 119 of 145

118

<https://leismunicipais.com.br/PR/UMUARAMA/LEI-4283-2018-UMUARAMA- PR.pdf>. Acesso em 27 nov. 2020.

UMUARAMA. Notícias. 2018a. Disponível em

<https://www.umuarama.pr.gov.br/noticias/industria-comercio-e-turismo/projeto- arvore-digital-cria-pontos-gratuitos-de-acesso-a-internet-em-pracas>.

UMUARAMA. Notícias. Disponível em:

<https://www.umuarama.pr.gov.br/noticias/obras-planejamento-urbano-e-projetos- tecnicos/ciclovia-muda-aspecto-de-canteiros-da-avenida-rio-grande-do-norte>.

Acesso em 27 nov. 2021.

UMUARAMA. Notícias. 2020b. Disponível em

<https://www.umuarama.pr.gov.br/noticias/agricultura-e-meio-ambiente/entre- cidades-acima-de-100-mil-habitantes-umuarama-e-a-5-melhor-do-pais-em- saneamento>. Acesso em 27 nov. 2020.

UMUARAMA. Umuarama. 2020. Disponível em:

<http://www.umuarama.pr.gov.br/umuarama>. Acesso em: 16 set. 2019.

UMUARAMA cria comissão para gerir parcerias público-privadas. Umuarama

Ilustrado, Umuarama, 20 jan. 2020. Disponível em:

<https://ilustrado.com.br/umuarama-cria-comissao-para-gerir-parcerias-publico- privadas/>. Acesso em 27 nov. 2020.

UNDP (UNITED NATIONS DEVELOPMENT PROGRAMEE). Human Development

Report. New York: Oxford University Press, 1990. Disponível em:

http://hdr.undp.org/en/reports/global/hdr1990. Acesso em 25 out. 2020.

USEPA/FSU (United States Environmental Protection Agency/Florida State

University). 1996. State indicators of national scope. Environmental Indicator

Technical Assistance Series. v. 3. Florida: Florida Center for Public Management of

Florida State University.

VEIGA, José Eli da. Desenvolvimento sustentável: o desafio do século XXI. 3 ed.

Rio de Janeiro: Garamond, 2008.

VELOSO, Henrique Pimenta; GÓES-FILHO, Luiz. Fitogeografia brasileira:

classificação fisionômico-ecológica da vegetação neotropical. Salvador: IBGE;

Projeto RADAMBRASIL, 1982. 85 p.

WACKERNAGEL, Mathis; REES, William. Our ecological footprint: reducing

impact on the earth. Gabriola Island, Canada: New Society. 1996. 176 p.

WCCD (World Council on City Data). ISO 37120. Disponível em

<https://www.iso.org/standard/68498.html >. Acesso em 26 nov. 2020.

WCED (World Comission on Environment and Development). Our common Future.

Oxford: Oxford University Press, 1987. Disponível em:

Page 120 of 145

119

<https://ambiente.files.wordpress.com/2011/03/brundtland-report-our-common- future.pdf>. Acesso em: 14 set. 2019.

WEISS, Marcos César; BERNARDES, Roberto Carlos; CONSONI, Flávia Luciane.

Cidades inteligentes: casos e perspectivas para as cidades brasileiras.Revista

Tecnológica da Fatec Americana. Americana, v 5. n. 1, 2017.

YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 3 ed. Porto Alegre: 2005.

212 p.

Page 121 of 145

120

APÊNDICE

Apêndice A – Áreas Verdes por Habitante

INDICADOR ÁREAS VERDES POR HABITANTE

ORIGEM PCS/ITU

TIPO (MODELO PER) ESTADO

SINERGIA COM ODS

11

Meta 11.7 (Até 2030, proporcionar o acesso

universal a espaços públicos seguros, inclusivos,

acessíveis e verdes, particularmente para as

mulheres e crianças, pessoas idosas e pessoas com

deficiência).

DESCRIÇÃO

As áreas verdes são importantes para as cidades,

uma vez que atuam como microclimas, atenuando

desconfortos térmicos causados pelas ilhas de

calor, equilibrando o ambiente urbano e ambiental,

além de oferecerem benefícios como a captura de

poluentes, atenuação de ruídos, retenção de pó,

sombra, lazer e frescor, impactando diretamente na

qualidade de vida da população (LIMA; AMORIM,

2006).

FÓRMULA Número total, em m2, de áreas verdes, pela

população total.

REFERÊNCIA

De acordo com a Rede Social Brasileira por Cidades

Justas e Sustentáveis (2021), a Organização

Mundial de Saúde (OMS) recomenda um mínimo de

12m2 de área verde por habitante.

CÁLCULO DO

INDICADOR:

- 0,2 pontos: até 2m2/hab;

- 0,4 pontos: até 5 m2/hab;

- 0,6 pontos: até 8 m2/hab;

- 0,8 pontos: até 11 m2/hab;

- 1 ponto: 12m2/hab ou mais.

Page 122 of 145

121

APÊNDICE

B – Monitoramento de Qualidade do Ar

INDICADOR MONITORAMENTO DA QUALIDADE DO AR

ORIGEM ADAPTADO DA NBR 37120

TIPO (MODELO PER) ESTADO

SINERGIA COM ODS

11

Meta 11.6 (Até 2030, reduzir o impacto ambiental

negativo per capita das cidades, inclusive prestando

especial atenção à qualidade do ar, gestão de

resíduos municipais e outros).

DESCRIÇÃO

Programa de monitoramento de concentrações de

monóxido de carbono (CO); dióxido de nitrogênio

(NO2); Ozônio (O3); dióxido de enxofre (SO2) e

material particulado (AMADEO, 2018).

REFERÊNCIA

O monitoramento deve se referenciar nos padrões

estabelecidos pela Resolução no 3/1990 do

Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA.

A meta é que exista o programa de monitoramento

em toda a região urbana.

CÁLCULO DO

INDICADOR:

- 0,2 pontos: monitoramento inexistente;

- 0,4 pontos: proposta em fase de análise;

- 0,6 pontos: programa de monitoramento em até

duas regiões da cidade;

- 0,8 pontos: programa de monitoramento em até

cinco regiões da cidade;

- 1 ponto: programa de monitoramento abrangendo

toda a cidade.

Page 123 of 145

122

APÊNDICE

C – Ciclovias e Ciclofaixas

INDICADOR CICLOVIAS E CICLOFAIXAS

ORIGEM NBR 37120/ PCS

TIPO (MODELO PER) ESTADO

SINERGIA COM ODS

11

Meta 11.1 (Até 2030, garantir o acesso de todos à

habitação segura, adequada e a preço acessível, e

aos serviços básicos e urbanizar as favelas) e

meta 11.7 (Até 2030, proporcionar o acesso

universal a espaços públicos seguros, inclusivos,

acessíveis e verdes, particularmente para as

mulheres e crianças, pessoas idosas e pessoas com

deficiência).

DESCRIÇÃO Rede de ciclovias e ciclofaixas integrantes da malha

viária urbana.

FÓRMULA Número de ciclovias permanentes pela extensão

total de quilômetros de vias, multiplicado por 100.

REFERÊNCIA

Toda área urbana dotada de ciclovias, formando

uma malha cicloviária que permita o deslocamento

para qualquer ponto da cidade via bicicleta.

CÁLCULO DO

INDICADOR:

- 0,2 pontos: ciclovias ou ciclofaixas inexistentes;

- 0,4 pontos: quando existirem projetos em fase de

análise;

- 0,6 pontos: quando existirem em até 50% da

malha urbana;

- 0,8 pontos: quando existirem em até 75% da

malha urbana;

- 1 ponto: quando existirem em até 100% da malha

urbana.

Page 124 of 145

123

APÊNDICE

D – Participação de Fontes Renováveis na Matriz Energética no Município

INDICADOR PARTICIPAÇÃO DE FONTES RENOVÁVEIS NA

MATRIZ ENERGÉTICA DO MUNICÍPIO

ORIGEM NBR 37120/ PCS

TIPO (MODELO PER) ESTADO

SINERGIA COM ODS

11

Meta 11.1 (Até 2030, garantir o acesso de todos à

habitação segura, adequada e a preço acessível, e

aos serviços básicos e urbanizar as favelas).

DESCRIÇÃO Rede de ciclovias e ciclofaixas integrantes da malha

viária urbana.

REFERÊNCIA

Aumentar substancialmente a participação de

energias

renováveis na matriz energética global, até 2030

(PCS, 2012).

CÁLCULO DO

INDICADOR:

- 0,2 pontos: participação de fontes alternativas

inexistente;

- 0,4 pontos: projetos em fase de análise;

- 0,6 pontos: participação de um tipo de fonte

renovável alternativa à hidrelétrica;

- 0,8 pontos: existência de dois tipos de fontes de

energias renováveis alternativas;

- 1 ponto: existência de três ou mais tipo de fontes

alternativas à hidrelétrica.

Page 125 of 145

124

APÊNDICE

E – Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos

INDICADOR PLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS

SÓLIDOS

ORIGEM NBR 37120/ PCS/ ITU

TIPO (MODELO PER) RESPOSTA

SINERGIA COM ODS

11

Meta 11.6 (Até 2030, reduzir o impacto ambiental

negativo per capita das cidades, inclusive prestando

especial atenção à qualidade do ar, gestão de

resíduos municipais e outros).

DESCRIÇÃO

Existência no município de Plano de Gestão

Integrada de Resíduos Sólidos nos termos

estabelecidos na Política Nacional de Resíduos

Sólidos.

REFERÊNCIA

Apoiar relações econômicas, sociais e ambientais

positivas entre

áreas urbanas, peri-urbanas e rurais, reforçando o

planejamento nacional e regional

de desenvolvimento (PCS, 2012). Existência do

Plano Municipal de Gerenciamento

de Resíduos Sólidos e que toda a população da

cidade tenha seus resíduos coletados.

CÁLCULO DO

INDICADOR:

- 0,2 pontos: não existe plano de gestão integrada

de resíduos sólidos;

- 0,4 pontos: plano está em fase de análise;

- 0,6 pontos: quando existe o plano, mas somente

50% ou menos da população

tem acesso à coleta de resíduos sólidos;

- 0,8 pontos: quando existe o plano, mas somente

até 75% da população tem

acesso à coleta de resíduos sólidos;

- 1 ponto: quando existe o plano e até 100% da

população for atendida pela coleta

de resíduos sólidos.

Page 126 of 145

125

APÊNDICE

F – Abastecimento de Água Potável

INDICADOR ABASTECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL

ORIGEM NBR 37120/ PCS

TIPO (MODELO PER) PRESSÃO

SINERGIA COM ODS

11

Meta 11.1 (Até 2030, garantir o acesso de todos à

habitação segura, adequada e a preço acessível, e

aos serviços básicos e urbanizar as favelas.

DESCRIÇÃO

A Lei n° 9.433/97, que institui a Política Nacional

dos Recursos Hídricos, fundamenta a água como

bem de domínio público, assim como um recurso

natural limitado e dotado de valor econômico

(BRASIL, 1997). A potabilidade da água é definida

por parâmetros físicos, químicos, microbiológicos e

organolépticos, regulados por órgãos nacionais e

internacionais, que garantem a destinação

adequada da água para o consumo humano, como

ingestão, preparação e produção de alimentos, bem

como para a higiene pessoal (BRASIL, 2011).

FÓRMULA

Número total de pessoas com serviço de

abastecimento de água potável, dividido pela

população total da cidade, multiplicado por 100.

REFERÊNCIA

Até 2030, alcançar o acesso universal e equitativo à

água potável, segura e acessível para todos (ONU,

2015).

CÁLCULO DO

INDICADOR:

- 0,2 pontos: abastecimento de água potável

inexistente para a população;

- 0,4 pontos: 25% da população com acesso ao

abastecimento de água potável;

- 0,6 pontos: 50% da população com acesso ao

abastecimento de água potável;

- 0,8 pontos: 75% da população com acesso ao

abastecimento de água potável;

- 1 ponto: 100% da população com acesso ao

abastecimento de água potável.

Page 127 of 145

126

APÊNDICE

G – Acesso à Rede de Esgoto

INDICADOR ACESSO À REDE DE ESGOTO

ORIGEM NBR 37120/ PCS/ ITU

TIPO (MODELO PER) ESTADO

SINERGIA COM ODS

11

Meta 11.6 (Até 2030, reduzir o impacto ambiental

negativo per capita das cidades, inclusive prestando

especial atenção à qualidade do ar, gestão de

resíduos municipais e outros).

DESCRIÇÃO Percentual de domicílios urbanos com ligação com a

rede de esgoto sobre o total de domicílios.

FÓRMULA

Número de domicílios com ligação de rede de

esgoto pelo número de domicílios do município,

multiplicado por 100.

REFERÊNCIA

Até 2030, alcançar o acesso a saneamento e

higiene adequados

e equitativos para todos, e acabar com a defecação

a céu aberto, com especial

atenção para as necessidades das mulheres e

meninas e daqueles em situação de

vulnerabilidade (PCS, 2012). A meta é que 100% da

população da cidade tenha

acesso a rede de esgoto.

CÁLCULO DO

INDICADOR:

- 0,2 pontos: rede coletora de esgoto inexistente.

- 0,4 pontos: quando até 25% da população tem

acesso à rede de abastecimento

público;

- 0,6 pontos: quando até 50% da população tem

acesso à coleta de esgoto;

- 0,8 pontos: quando até 75% da população tem

acesso à coleta de esgoto;

- 1 ponto: quando até 100% da população for

atendida pela coleta de esgoto.

Page 128 of 145

127

APÊNDICE

H – Tratamento de Esgoto

INDICADOR TRATAMENTO DE ESGOTO

ORIGEM NBR 37120/ PCS/ ITU

TIPO (MODELO PER) PRESSÃO

SINERGIA COM ODS

11

Meta 11.6 (Até 2030, reduzir o impacto ambiental

negativo per capita das cidades, inclusive prestando

especial atenção à qualidade do ar, gestão de

resíduos municipais e outros).

DESCRIÇÃO Porcentagem de esgoto recebida para tratamento.

FÓRMULA Volume total de esgoto coletado pelo volume total

de esgoto tratado, multiplicado por 100.

REFERÊNCIA

Até 2030, alcançar o acesso a saneamento e

higiene adequados

e equitativos para todos, e acabar com a defecação

a céu aberto, com especial

atenção para as necessidades das mulheres e

meninas e daqueles em situação de

vulnerabilidade (PCS, 2012). A meta é que 100% da

população da cidade tenha

acesso à rede de esgoto.

CÁLCULO DO

INDICADOR:

- 0,2 pontos: não existe Estação de Tratamento de

Esgoto (ETE);

- 0,4 pontos: projeto de ETE em fase de construção;

- 0,6 pontos: quando até 50% do esgoto coletado é

tratado;

- 0,8 pontos: quando até 75% do esgoto coletado é

tratado;

- 1 ponto: quando até 100% do esgoto coletado é

tratado.

Page 129 of 145

128

APÊNDICE

I – Unidades Básicas de Saúde

INDICADOR UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE

ORIGEM PCS

TIPO (MODELO PER) ESTADO

SINERGIA COM ODS

11

Meta 11.1 (Até 2030, garantir o acesso de todos à

habitação segura, adequada e a preço acessível, e

aos serviços básicos e urbanizar as favelas).

DESCRIÇÃO

Segundo o Programa Mais Médicos (PMM), as

Unidades Básicas de Saúde (UBS) são a porta de

entrada preferencial do Sistema Único de Saúde

(SUS), e seu objetivo é atender até 80% dos

problemas de saúde da população, sem que haja a

necessidade de encaminhamento para outros

serviços, como emergências e hospitais (PMM,

2021).

FÓRMULA

Garantir, no mínimo, uma UBS com Programa

Saúde da Família para cada dez mil habitantes

(PCS, 2012).

REFERÊNCIA

Número total de unidades básicas de atendimento

em saúde, pela população total, multiplicado por

10000.

CÁLCULO DO

INDICADOR:

- 0,2 pontos: quando não existirem unidades básicas

de saúde;

- 0,4 pontos: quando existir 1 unidade básica de

saúde a cada 100 mil pessoas;

- 0,6 pontos: quando existir 1 unidade básica de

saúde a cada 50 mil pessoas;

- 0,8 pontos: quando existir 1 unidade básica de

saúde a cada 30 mil pessoas;

- 1 ponto: quando existir 1 unidade básica de saúde

para cada 10 mil habitantes.

Page 130 of 145

129

APÊNDICE

J – Taxa da População Analfabeta Acima de 15 Anos

INDICADOR TAXA DA POPULAÇÃO ANALFABETA ACIMA DE

15 ANOS

ORIGEM NBR 37120/ PCS

TIPO (MODELO PER) ESTADO

SINERGIA COM ODS

11

Meta 11.1 (Até 2030, garantir o acesso de todos à

habitação segura, adequada e a preço acessível, e

aos serviços básicos e urbanizar as favelas).

DESCRIÇÃO Percentual da população analfabeta com 15 anos ou

mais, em relação à população nesta faixa etária.

REFERÊNCIA

Até 2030, garantir que todos os jovens (e uma

substancial proporção dos adultos, homens e

mulheres) estejam alfabetizados e tenham adquirido

o conhecimento básico de matemática e português

(adaptada para o Brasil) (PCS,

2012). De acordo com o IBGE (2021), em 2019, a

taxa de população analfabeta de pessoas com 15

anos ou mais era de 6,6%.

CÁLCULO DO

INDICADOR:

- 0,2 pontos: 10% ou mais, da população analfabeta;

- 0,4 pontos: até 7% da população analfabeta;

- 0,6 pontos: até 5% da população analfabeta;

- 0,8 pontos: até 3% da população analfabeta;

- 1 ponto: até 1% da população analfabeta.

Page 131 of 145

130

APÊNDICE

K – Centros Culturais, Casas e Espaços de Cultura

INDICADOR CENTROS CULTURAIS, CASAS E ESPAÇOS DE

CULTURA

ORIGEM PCS

TIPO (MODELO PER) ESTADO

SINERGIA COM ODS

11

Meta 11.1 (Até 2030, garantir o acesso de todos à

habitação segura, adequada e a preço acessível, e

aos serviços básicos e urbanizar as favelas), e

meta 11.4 (Fortalecer esforços para proteger e

salvaguardar o patrimônio cultural e natural do

mundo).

DESCRIÇÃO

Equipamentos culturais são definidos como “[...]

estoque fixo ligado à cultura existente no município,

aberto ao público, podendo ser mantido pela

iniciativa privada ou poder público de qualquer

esfera (federal, estadual ou municipal)” (IBGE, 2007,

p. 15). Ademais, o setor cultural demonstra

capacidade de exploração econômica evidente,

além de contribuir para a atenuação da exclusão

social, para a difusão da diversidade, valorização

identitária e desenvolvimento da sensação de

pertencimento do indivíduo, fatores que assistem na

construção da cidadania (SOARES et al., 2019).

FÓRMULA Quantitativo de equipamentos culturais pelo número

total da população, multiplicado por 10000.

REFERÊNCIA Garantir ao menos um equipamento cultural para

cada dez mil habitantes.

CÁLCULO DO

INDICADOR:

- 0,2 pontos: equipamentos culturais inexistentes

para a população;

- 0,4 pontos: quando existir 1 equipamento cultural

para cada 100 mil habitantes;

- 0,6 pontos: quando existir 1 equipamento cultural

para cada 50 mil habitantes;

- 0,8 pontos: quando existir 1 equipamento cultural

para cada 30 mil habitantes;

- 1 ponto: quando existir 1 equipamento cultural para

cada 10 mil habitantes.

Page 132 of 145

131

APÊNDICE

L – Polos Educacionais

INDICADOR POLOS EDUACIONAIS

ORIGEM IAPD-CIS

TIPO (MODELO PER) ESTADO

SINERGIA COM ODS

11

Meta 11.1 (Até 2030, garantir o acesso de todos à

habitação segura, adequada e a preço acessível, e

aos serviços básicos e urbanizar as favelas).

DESCRIÇÃO Escolas, faculdades, centros técnicos e demais

polos educacionais.

REFERÊNCIA Garantir, no mínimo, um polo educacional para cada

dez mil habitantes.

CÁLCULO DO

INDICADOR:

- 0,2 pontos: quando não existirem polos

educacionais;

- 0.4 pontos: quando existir 1 polo educacional a

cada 100 mil pessoas;

- 0,6 pontos: quando existir 1 polo educacional a

cada 50 mil pessoas;

- 0.8 pontos: quando existi 1 polo educacional a

cada 30 mil habitantes;

- 1 ponto: quando existirem 1 polo educacional para

cada 10 mil habitantes.

Page 133 of 145

132

APÊNDICE

M – Taxa de Desemprego

INDICADOR TAXA DE DESEMPREGO

ORIGEM NBR 37120/ PCS

TIPO (MODELO PER) ESTADO

SINERGIA COM ODS

11

Meta 11.1 (Até 2030, garantir o acesso de todos à

habitação segura, adequada e a preço acessível, e

aos serviços básicos e urbanizar as favelas).

DESCRIÇÃO

Percentual da população de 16 anos e mais,

economicamente ativa, desocupada (DATASUS,

2010).

FÓRMULA

População da cidade em idade ativa que, durante o

período de referência da pesquisa, não estava em

emprego remunerado ou autônomo, mas disponível

para o trabalho e à procura de trabalho, dividida

pela força de trabalho total, multiplicado por 100.

REFERÊNCIA

Quando o crescimento econômico é forte, as taxas

de desemprego tendem a ser baixas, e quando a

economia está estagnada ou em recessão, as taxas

de desemprego tendem a ser maiores, portanto,

quanto menor o valor percentual, maior é a

quantidade de pessoas empregadas (ABNT, 2017).

CÁLCULO DO

INDICADOR:

- 0,2 pontos: taxa de desemprego de 12% ou mais;

- 0,4 pontos: taxa de desemprego em até 10%;

- 0,6 pontos: taxa de desemprego em até 8%;

- 0,8 pontos: taxa de desemprego em até 4%;

- 1 ponto: taxa de desemprego em até 1%.

Page 134 of 145

133

APÊNDICE

N – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM)

INDICADOR ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO

MUNICIPAL (IDHM)

ORIGEM PCS

TIPO (MODELO PER) ESTADO

SINERGIA COM ODS

11

Meta 11.1 (Até 2030, garantir o acesso de todos à

habitação segura, adequada e a preço acessível, e

aos serviços básicos e urbanizar as favelas).

DESCRIÇÃO

Medida composta de indicadores de três dimensões

do desenvolvimento humano: longevidade,

educação e renda.

FÓRMULA

Média aritmética simples entre os subíndices de

educação, saúde (ou longevidade) e renda (PNUD,

2013).

REFERÊNCIA

Segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano no

Brasil (PNUD, 2013), o IDHM é um número que

varia entre 0 e 1. Quanto mais próximo de 1, maior o

desenvolvimento humano de uma unidade

federativa, município ou região metropolitana.

CÁLCULO DO

INDICADOR:

- 0,2 pontos: IDHM muito baixo (0 a 0,499);

- 0,4 pontos: IDHM baixo (0,500 a 0,599);

- 0,6 pontos: IDHM médio (0,600 a 0,699);

- 0,8 pontos: IDHM alto (0,700 a 0,799);

- 1 ponto: IDHM muito alto (0,800 a 1).

Page 135 of 145

134

APÊNDICE

O – Parceria público privada (PPP)

INDICADOR PARCERIA PÚBLICO PRIVADA (PPP)

ORIGEM PCS

TIPO (MODELO PER) RESPOSTA

SINERGIA COM ODS

11

Meta 11.3 (Até 2030, aumentar a urbanização

inclusiva e sustentável, e as capacidades para o

planejamento e gestão de assentamentos humanos

participativos, integrados e sustentáveis, em todos

os países).

DESCRIÇÃO

Existência no município de consórcios públicos,

convênios de parceria, apoio do setor privado ou de

comunidades nas áreas de desenvolvimento

urbano, emprego/trabalho, educação, saúde,

cultura, turismo e meio ambiente.

DESCRIÇÃO

Apoiar relações econômicas, sociais e ambientais

positivas entre áreas urbanas, peri-urbanas e rurais,

reforçando o planejamento nacional e regional de

desenvolvimento (PCS, 2012).

CÁLCULO DO

INDICADOR:

- 0,2 pontos: propostas de PPPs inexistentes;

- 0,4 pontos: propostas de PPPs em fase de

elaboração;

- 0,6 pontos: programas de PPP em fase de

avaliação;

- 0,8 pontos: programas de PPP em fase de

implantação;

- 1 ponto: programa de PPPs consolidados.

Page 136 of 145

135

APÊNDICE

P – Economia Criativa

INDICADOR ECONOMIA CRIATIVA

ORIGEM IAPD-CIS

TIPO (MODELO PER) RESPOSTA

SINERGIA COM ODS

11

Meta 11.4 (Fortalecer esforços para proteger e

salvaguardar o patrimônio cultural e natural do

mundo).

DESCRIÇÃO

Economia criativa é o conjunto de atividades

econômicas que têm a

criatividade como fator mais expressivo para a

produção de bens e serviços, estando relacionadas

também a aspectos econômicos, culturais e sociais

que interagem com a tecnologia e propriedade

intelectual (IPEA, 2013).

DESCRIÇÃO

Promover políticas orientadas para o

desenvolvimento, que apoiem as atividades

produtivas, geração de emprego decente,

empreendedorismo,

criatividade e inovação, e incentivar a formalização

e o crescimento das micro,

pequenas e médias empresas, inclusive por meio do

acesso a serviços financeiros

(PCS, 2012).

CÁLCULO DO

INDICADOR:

- 0,2 pontos: propostas de PPPs inexistentes;

- 0,4 pontos: propostas de PPPs em fase de

elaboração;

- 0,6 pontos: programas de PPP em fase de

avaliação;

- 0,8 pontos: programas de PPP em fase de

implantação;

- 1 ponto: programa de PPPs consolidados.

Page 137 of 145

136

APÊNDICE

Q – Domicílios com Acesso à Internet

INDICADOR DOMICÍLIOS COM ACESSO À INTERNET

ORIGEM NBR 37120/ PCS

TIPO (MODELO PER) ESTADO

SINERGIA COM ODS

11

Meta 11.1 (Até 2030, garantir o acesso de todos à

habitação segura, adequada e a preço acessível, e

aos serviços básicos e urbanizar as favelas).

DESCRIÇÃO Percentual de domicílios com acesso à internet de

banda larga, em relação ao total de domicílios.

FÓRMULA

Número de domicílios com acesso a banda larga,

pelo número de domicílios do município,

multiplicado por 100.

REFERÊNCIA 100% dos cidadãos com acesso à banda larga.

CÁLCULO DO

INDICADOR:

- 0,2 pontos: os domicílios não têm acesso à

internet;

- 0,4 pontos: até 25% dos domicílios têm acesso à

internet;

- 0,6 pontos: até 50% dos domicílios têm acesso à

internet;

- 0,8 pontos: até 75% dos domicílios têm acesso à

internet;

- 1 ponto: até 100% dos domicílios têm acesso à

internet.

Page 138 of 145

137

APÊNDICE

R – WiFi Livre Público

INDICADOR WIFI LIVRE PÚBLICO

ORIGEM PCS

TIPO (MODELO PER) RESPOSTA

SINERGIA COM ODS

11

Meta 11.1 (Até 2030, garantir o acesso de todos à

habitação segura, adequada e a preço acessível, e

aos serviços básicos e urbanizar as favelas).

DESCRIÇÃO Espaços públicos com WiFi aberto (acesso livre à

internet).

REFERÊNCIA

Aumentar significativamente o acesso à tecnologia

de informação e comunicação, e procurar oferecer

acesso universal e acessível à internet nos países

menos desenvolvidos, até 2020 (PCS, 2012). A

meta é garantir que 100% dos espaços públicos

ofereçam WiFi.

CÁLCULO DO

INDICADOR:

- 0,2 pontos: os espaços públicos não tem WiFi livre;

- 0,4 pontos: até 25% dos espaços públicos tem

WiFi livre;

- 0,6 pontos: até 50% dos espaços públicos tem

WiFi livre;

- 0,8 pontos: até 75% dos espaços públicos tem

WiFi livre;

- 1 ponto: Até 100% dos espaços públicos tem WiFi

livre.

Page 139 of 145

138

APÊNDICE

S – Centro Municipal de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais

INDICADOR CENTRO MUNICIPAL DE MONITORAMENTO E

ALERTAS DE DESASTRES NATURAIS

ORIGEM IAPD-CIS

TIPO (MODELO PER) RESPOSTA

SINERGIA COM ODS

11

Meta 11.5 (Até 2030, reduzir significativamente o

número de mortes e o número de pessoas afetadas

por catástrofes e substancialmente diminuir as

perdas econômicas diretas causadas por elas em

relação ao produto interno bruto global, incluindo os

desastres relacionados à água, com o foco em

proteger os pobres e as pessoas em situação de

vulnerabilidade).

DESCRIÇÃO Existência no município de um centro municipal de

monitoramento e alertas de desastres naturais.

REFERÊNCIA

Dotar a cidade com centro de monitoramento para

melhorar a segurança e alertar a população contra

emergências climáticas.

CÁLCULO DO

INDICADOR:

- 0,2 pontos: não existem propostas de centro

municipal de monitoramento e alertas de desastres

naturais;

- 0,4 pontos: propostas de centro municipal de

monitoramento e alertas de

desastres naturais em fase de elaboração;

- 0,6 pontos: programa de centro municipal de

monitoramento e alertas de

desastres naturais em fase de avaliação;

- 0,8 pontos: programa de centro municipal de

monitoramento e alertas de

desastres naturais em fase de implantação;

- 1 ponto: centro municipal de monitoramento e

alertas de desastres naturais

consolidado.

Page 140 of 145

139

APÊNDICE

T – Smart Grid (Rede Elétrica Inteligente)

INDICADOR SMART GRID (REDE ELÉTRICA INTELIGENTE)

ORIGEM IAPD-CIS

TIPO (MODELO PER) RESPOSTA

SINERGIA COM ODS

11

Meta 11.1 (Até 2030, garantir o acesso de todos à

habitação segura, adequada e a preço acessível, e

aos serviços básicos e urbanizar as favelas).

DESCRIÇÃO

Redes elétricas inteligentes agregam à rede elétrica

dispositivos e

recursos tecnológicos de informação, medição,

monitoramento e telecomunicação,

possibilitando uma gestão mais eficiente do recurso

energético além da implantação

de inúmeras funcionalidades e utilidades

conectadas à rede, de modo integrado

(ANTUNES, 2016).

REFERÊNCIA Dotar a cidade com uso de rede elétrica inteligente.

CÁLCULO DO

INDICADOR:

- 0,2 pontos: propostas para implantação de Smart

Grid inexistente;

- 0,4 pontos: propostas de Smart Grid em fase de

elaboração;

- 0,6 pontos: programa de Smart Grid em fase de

avaliação;

- 0,8 pontos: programa de Smart Grid em fase de

implantação;

- 1 ponto: Smart Grid consolidada.

Page 141 of 145

140

ANEXO

A – Análise da Sinergia dos Indicadores

Indicador

Dimensão

Ambiental

Dimensão

Social

Dimensão

Econômica

Dimensão

Tecnológica

1) Áreas verdes

FIXO

- Conservação

da

Biodiversidade;

-Equilíbrio da

temperatura;

- Despoluição do

ar, etc.

FIXO

- Conforto

térmico;

- Lazer,

recreação,

prática de

atividades

físicas.

VARIÁVEL

- Somente se o

município

receber

ICMS ecológico.

VARIÁVEL

- Se existirem

tecnologia nas

áreas verdes.

2)

Monitoramento

da qualidade do

ar

FIXO

- Auxilia para

controlar e evitar

a poluição

atmosférica.

FIXO

- Evitar doenças

respiratórias;

- Qualidade de

vida para a

população.

FIXO

- Se gasta

menos

com saúde

pública para

tratamento de

doenças ligadas

a poluição.

FIXO

- São

necessários

equipamentos

tecnológicos.

3) Ciclovias e

Ciclofaixas

FIXO

- Contribui para

diminuir

emissões

atmosféricas.

FIXO

- Incentiva a

prática de

exercícios

físicos;

- Diminui o

tráfego.

FIXO

- Economia com

manutenção da

pavimentação;

- Economia na

compra de

combustíveis.

VARIÁVEL

- Se a ciclovia

apresentar

algum

tipo de

tecnologia.

4) Fontes

Renováveis

FIXO

- Contribui para

diminuir

emissões

atmosféricas.

NÃO

INFLUENCIA

DIRETAMENTE

FIXO

- Novos

produtos

e ramos no

mercado.

FIXO

- São

necessários

equipamentos

tecnológicos.

5) Plano de

Gestão

Integrado

de Resíduos

Sólidos

FIXO

- Proteção do

meio ambiente

(solo, água e

atmosfera).

FIXO

- Contribui para

a

salubridade

urbana e saúde

pública, evitando

a proliferação de

vetores

transmissores

de

doenças.

FIXO

- São

necessários

investimentos

para coleta,

transporte,

construção e

manutenção de

aterros e

cooperativas de

recicláveis.

VARIÁVEL

- Se o município

apresentar

algum

tipo de

tecnologia

para gestão e

gerenciamento

dos resíduos.

Continua

Page 142 of 145

141

Continuação

Indicador

Dimensão

Ambiental

Dimensão

Social

Dimensão

Econômica

Dimensão

Tecnológica

6) Acesso

permanente e

sustentável à

água potável

FIXO

- Evita

contaminação e

escassez dos

recursos hídricos.

FIXO

- Evita

contaminação

da

população por

doenças de

veiculação

hídrica.

FIXO

- Evita gastos

com saúde

pública

- Necessários

investimentos

em

saneamento.

VARIÁVEL

- Se o município

apresentar

algum

tipo de

tecnologia

para gestão e

gerenciamento

dos recursos

hídricos.

7) Acesso à

rede

de esgoto

FIXO

- Evita

contaminação do

meio ambiente.

FIXO

-Evita

contaminação

da

população por

doenças de

veiculação

hídrica.

FIXO

- Evita gastos

com saúde

pública

- Necessários

investimentos

em

saneamento.

VARIÁVEL

- Se o município

apresentar

algum

tipo de

tecnologia

para gestão e

gerenciamento

dos efluentes.

8) Tratamento

de

esgoto

FIXO

- Evita

contaminação do

meio ambiente.

FIXO

- Evita

contaminação

da

população por

doenças de

veiculação

hídrica.

FIXO

- Evita gastos

com saúde

pública

- Necessários

investimentos

em

saneamento.

VARIÁVEL

- Se o município

apresentar

algum

tipo de

tecnologia

para gestão e

gerenciamento

dos efluentes.

9) Unidades

básicas de

saúde

FIXO

- Qualidade do

meio ambiente

influência na

saúde da

população e

consequentemente

na procura por

serviços de saúde

oferecidos pela

UBS.

FIXO

- Está

relacionado a

qualidade de

vida para a

população.

FIXO

- São

necessários

constantes

investimentos

neste setor.

VARIÁVEL

- Se o município

apresentar

algum

tipo de

tecnologia

no setor de

saúde.

Continua

Page 143 of 145

142

Continuação

Indicador

Dimensão

Ambiental

Dimensão

Social

Dimensão

Econômica

Dimensão

Tecnológica

10) Taxa da

população

analfabeta

acima

de 15 anos

NÃO

INFLUENCIA

DIRETAMENTE

FIXO

- Está

relacionado a

qualidade de

vida para a

população.

FIXO

- Cidadãos

analfabetos

dificilmente

conseguem se

inserir no

mercado formal

de

trabalho;

- Prejuízo para

geração de

renda do

município.

FIXO

- Cidadãos

analfabetos

dificilmente

conseguem

interagir e

usufruir das

tecnologias.

11) Centros

Culturais, casas

e espaços de

cultura

NÃO

INFLUENCIA

DIRETAMENTE

FIXO

- Proporcionam

desenvolvimento

pessoal,

informação e

qualidade de

vida aos

cidadãos.

FIXO

- Cidadãos

dotados de

cultura tendem a

obter melhores

rendas,

movimentando o

desenvolvimento

econômico

municipal.

VARIÁVEL

- se

existem

tecnologias

neste

setor.

12) Polos

educacionais

FIXO

- Cidadãos tem

acesso à

informação e

educação

ambiental.

FIXO

- Proporcionam

desenvolvimento

pessoal,

informação e

qualidade de

vida aos

cidadãos.

FIXO

- Cidadãos

dotados de

cursos de

graduação e pós

graduação

tendem a obter

melhores

oportunidades

no

mercado de

trabalho,

movimentando o

desenvolvimento

econômico

municipal.

FIXO

- Proporciona

cidadãos que

lidam mais

facilmente com o

uso da

tecnologia

no dia a dia.

Continua

Page 144 of 145

143

Continuação

Indicador

Dimensão

Ambiental

Dimensão

Social

Dimensão

Econômica

Dimensão

Tecnológica

13) Taxa de

desemprego

FIXO

- Pessoas com

menores rendas

tendem a ocupar

áreas de

proteção

permanente,

reservas legais,

fundos de vales,

topos de morros

e

demais áreas

irregulares.

FIXO

- Prejudica e

diminui a

qualidade de

vida do cidadão.

- aumento de

violência

FIXO

- Cidadãos

desempregados

tendem a

consumir menos

e acumular

dívidas,

prejudicando o

desenvolvimento

econômico

municipal.

FIXO

- Pessoas com

menores rendas

tem recursos

escassos para

aderir ao uso de

aparelhos

tecnológicos.

14) Índice de

desenvolvimento

humano (IDH)

municipal

NÃO

INFLUENCIA

DIRETAMENTE

FIXO

- Este indicador

está diretamente

ligado à

influência da

longevidade,

educação e

renda.

FIXO

- Este indicador

está diretamente

ligado à

influência da

longevidade,

educação e

renda.

VARIÁVEL

- Municípios com

IDHM baixo,

dificilmente terão

recursos

disponíveis para

investir neste

setor.

15) Parceria

Público Privada

(PPP)

VARIÁVEL

- Depende do

tipo

de atividade da

PPP.

VARIÁVEL

- Depende do

tipo de atividade

da PPP.

FIXO

- Está

diretamente

ligada à renda

do

município.

VARIÁVEL

- Depende do

tipo de atividade

da PPP.

16) Economia

Criativa

NÃO

INFLUENCIA

DIRETAMENTE

FIXO

- Tende a criar

uma sociedade

formada por

cidadãos mais

resilientes e

criativos,

aumentando a

qualidade de

vida.

FIXO

- Mais resiliência

para períodos de

crise;

- Lançamento de

novos produtos

no mercado;

- Cidadãos com

melhores

oportunidades

de

renda.

FIXO

- Cidadãos

criativos lidam

mais facilmente

com o uso da

tecnologia no dia

a dia;

- Colaboram

para

inovações neste

setor.

Continua

Page 145 of 145

144

Continuação

Indicador

Dimensão

Ambiental

Dimensão

Social

Dimensão

Econômica

Dimensão

Tecnológica

17) Domicílios

com acesso à

internet

NÃO

INFLUENCIA

DIRETAMENTE

FIXO

- Proporciona

facilidade para

que o cidadão

tenha acesso à

informação e

serviços como

cursos à

distância.

FIXO

- Possibilidade

de trabalhar em

casa (Home

Office);

- Acesso a

aplicativos de

bancos entre

outros serviços.

FIXO

- Facilita o

acesso a

aplicativos,

dados abertos e

demais

tecnologias.

18) Wifi livre

público

NÃO

INFLUENCIA

DIRETAMENTE

FIXO

- Proporciona

facilidade para

que o cidadão

tenha acesso à

informação e

serviços.

FIXO

- Acesso a

aplicativos de

bancos entre

outros serviços

FIXO

- Facilita o

acesso a

aplicativos,

dados abertos e

demais

tecnologias.

19) Centro de

monitoramento e

alertas de

desastres

naturais

FIXO

- Auxilia no

monitoramento

do

clima, previsão

do

tempo e demais

fatores do meio

ambiente.

FIXO

- Auxilia na

segurança da

população;

-

Disponibilização

de informações

climática,

trânsito

etc, em tempo

real para a

população.

FIXO

- Requer

investimentos

para aquisição,

instalação e

funcionamento

dos

equipamentos.

FIXO

- São

necessários

equipamentos

de

TICs para sua

operação.

20) Smart Grid

(rede elétrica

inteligente)

FIXO

- Auxilia na

conservação dos

recursos

naturais,

contribui para

menos emissões

atmosféricas.

FIXO

- Transmissores

de emergência

evitam falhas no

serviço de

energia

oferecido

para a

população.

FIXO

- São mais

economicamente

eficientes

- Proporcionam

diminuição dos

custos de

energia.

FIXO

- Necessita de

TICs para

transmissão e

distribuição da

energia e

operação do

sistema.

Fonte: Amadeo (2018).